ESTUDO ESPÍRITA PROMOVIDO PELO IRC-ESPIRITISMO HTTP://WWW.IRC-ESPIRITISMO.ORG.BR CENTRO ESPÍRITA LÉON DENIS HTTP://WWW.CELD.ORG.BR TEMA : “A CÓLERA” “ O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO – CAPÍTULO IX, ITEM 9.” EXPOSITOR: CARLOS ALBERTO RIO DE JANEIRO 03/04/2002 Dirigente do Estudo: Adriana Barreiros Mensagem Introdutória: CONVITE À TOLERÂNCIA "Mas para que os não escandalizemos..." (Mateus: 17-27.) A calúnia vil se origina comumente na suspeita sórdida. O incêndio que lavra com voracidade é fruto, às vezes, de uma fagulha indisciplinada. A cólera devastadora surge, não raro, da contínua irreflexão. A seara feliz tem começo no grão. Gesto estóico que salva vidas nasce na piedade fraternal. A molécula, o átomo, a célula de tão insignificante aparência são, no entanto, os elementos básicos encontrados em toda parte. Também a gota de leite e o bálsamo medicamentoso, o trapo e a moeda singela, o alfabeto e o Evangelho ofertados lentamente aos que transitam pelos caminhos do mundo, de pequena monta, são essenciais à felicidade de todos. A tolerância, também, aplicada indistintamente entre todos e em qualquer lugar, é lição viva de fé e elevação, que não pode ser desdenhada. Tolerar, no entanto, não significa conivir. Desculpar o erro não é concordar com ele. Entender e perdoar a ofensa, não representam ratificá-la. Indispensável não entrar em área de atrito quando podes contornar o mal aparente a favor do bem real. Tolerância é caridade em começo. Exercitando-a, em regime de continuidade, defrontarás os excelentes resultados do bem onde estejas, com quem convivas. Condescendência para com os direitos alheios, não produzindo choque, não escandalizando, seguindo os mesmos caminhos de todos com atitude correta na busca dos alvos dignificantes, é relevante testemunho de tolerância. Jesus, o perene instrutor, convidado a pagar o tributo, aquiesceu, elucidando: "para os não escandalizarmos", cumprindo, assim, com os deveres junto a César para melhor desincumbir-se dos sublimes compromissos para com Deus. Joanna de Ângelis Do Livro: Convites da Vida Psicografia: Divaldo Pereira Franco Oração Inicial: Senhor Jesus ,nosso bom e amado mestre nós Te agradecemos a presença constante entre nós, o amor e dedicação que tens por esta humanidade, ainda engatinhando sobre Teus ensinamentos e distantes da harmonia com as leis de Nosso Pai. Permita, Mestre, que a cada dia uma semente a mais germine em nossos corações e que ela tenha forças para crescer e fincar raízes. Inspire nosso querido irmão Carlos Alberto a fim de que ele nos traga a Tua mensagem renovadora! Assim seja Exposição: Que Deus abençoe a nossa vontade de aprendizado, que nos leva às reflexões tão necessárias em nossas vidas. O texto é riquíssimo em ensinamentos. Os bons Espíritos tem esta possibilidade: Sintetizar com extrema lucidez os ensinamentos do Mestre Jesus. Normalmente quando pensamos em cólera, nos vem a mente uma situação de grande monta. O texto em sua simplicidade, nos chama atenção para os pequenos atos. Estes atos, podem ter grande significância, tanto para o bem, quanto para o mal. É por não sabermos observá-los, ou mesmo por não darmos real valor, que ora nos deixamos arrastar pelo desvario da raiva, que se transforma na cólera, ora perdemos a oportunidade de construirmos o primeiro passo na direção do bem. Por vivermos ainda debaixo dos conceitos materiais, que nos aviva o aqui e agora, deixamos muitas vezes de plantar a esperança em nosso semelhante, deixamos de sorrir, de dar uma palavra de alento, pois conscientemente, com os ensinamentos da Doutrina Espírita, sabemos da vida futura, mas não conseguimos vivenciá-la como deveríamos. Deixamos então uma pergunta para nossa primeira reflexão: Como estou vivenciando os ensinamentos da Doutrina Espírita, no que se refere a idéia da vida futura ? O que o conhecimento da vida futura mudou ou está mudando em minha vida ? Jesus falou quase que exclusivamente ao nosso Espírito. Sua mensagem veio ressaltar a vida espiritual, nossa verdadeira vida, onde a vida material é apenas um breve estágio de aprendizado. Logo, a mensagem de Jesus, tem por base a idéia da vida futura. Nosso desânimo é muitas vezes fruto de não vivenciarmos a idéia da vida futura com a fé que deveríamos ter. Diante da violência que ainda vivemos em nosso planeta, qual a nossa posição acerca das soluções para aqueles que ainda em estágio de ignorância, nos agridem, com seqüestras e tiram a vida de nossos semelhantes, muitas vezes, entes queridos ? Nos revoltamos, nos encolerizamos ou compreendemos ? Conforme nos relata no texto, compreender não significa consentir com o mal. Como nos relacionamos com as pessoas que nos caluniam ? Como nos relacionamos quando sabemos que alguém tentou ou que conseguiu nos passar para trás ? Qual a nossa atitude quando alguém simplesmente nos contraria ? A lição do Evangelho nos explica que a contrariedade nasce do orgulho existente em nós. Logo, é preciso que nos conscientizemos do orgulho para que possamos combatê-lo. O que vamos percebendo é que utilizamos de vários recursos quando se trata de nos defendermos. E estes recursos são tão automáticos que muitos deles sequer percebemos. Vamos discutir apenas um, de forma que possamos refletir e buscar a partir da reflexão, a cura para o orgulho ferido, que nos leva muitas vezes ao estado de cólera. Queremos salientar a questão de assumirmos que "temos razão". Quando alguém nos contraria, nos diz algo de que não gostamos, nos ofende, pisa em nosso pé, nos agride, assumimos na maioria das vezes inconscientemente, que "eu tenho razão". E sempre que "temos razão", a conseqüência natural é nos defendermos, alimentando a raiva, nos sentindo muitas vezes injustiçados. Quando "temos razão", vivemos em conflito entre os ensinamentos de Jesus e as atitudes que visam a nossa defesa. No estágio em que nos encontramos, "ter razão" é um perigo. Ficamos surdos aos apelos do coração. A razão grita mais alto. E quando ficamos surdos, agimos por nossa própria conta (e risco). É por termos absoluta certeza que temos razão, é que nos achamos no direito de nos defender atacando, muitas vezes nos encolerizando. Fica então para nossa reflexão desta noite a pergunta que devemos nos fazer sempre: "O que faço quando chego a conclusão que eu tenho razão ?" Não queremos aqui nem discutir a questão de que podemos nos enganar a respeito de "termos razão". Mas principalmente as conseqüências de nos colocarmos nesta situação. Jesus tinha toda a razão do mundo, e mesmo quando sofreu a prova mais difícil que é a da ingratidão, foi claro ao nos exemplificar: "Pai, perdoa-lhes porque eles não sabem o que fazem". É preciso que saibamos administrar o "ter razão". É preciso humildade. A cólera nasce muitas vezes de um "ter razão" mal administrado. A Doutrina Espírita nos ensina de forma extremamente clara, que o agressor agride primeiramente a si próprio. Que todos somos governados sob a lei de Causa e Efeito. Logo, Deus não precisa das nossas agressões, para que a Justiça seja feita. Para terminar, deixo um pensamento que me chegou pela Internet e que tem me trazido boas reflexões, a respeito da Justiça, pois vamos percebendo que muitas vinganças, muitos processos obsessivos, muitas situações em que nos deixamos envolver pela cólera, nasce no "ter razão" e também no sentimento de fazermos justiça, de sermos injustiçados. Diz assim: "A Justiça não exclui a bondade". Se estamos agindo sem bondade, não estamos sendo justos. Reflitamos então em "ter razão", na vida futura, na justiça com bondade, para que possamos eliminar de uma vez por todas este sentimento tão perturbador que é a cólera. Que Deus nos abençoe. Oração Final: Pai amigo e amado , estamos nos despedindo deste estudo. Guarde-nos junto a Ti, em Teus braços protetores e nos proteja das más influências, dos estímulos externos que nos impelem ao mal pela sintonia desequilibrada, que muitas vezes permitimos ocorrer . Guarde nossos corações contigo, Pai e permita que cada vez mais recebamos as palavras de Jesus em nossos corações. Abençoa a todos que estão aqui. Que assim seja Pai!