ESTUDO ESPÍRITA PROMOVIDO PELO IRC-ESPIRITISMO HTTP://WWW.IRC-ESPIRITISMO.ORG.BR CENTRO ESPÍRITA LÉON DENIS HTTP://WWW.CELD.ORG.BR TEMA: “ OS ÓRFÃOS.” O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO – CAPÍTULO XIII – ITEM 18 EXPOSITORA: WANIA FLINTZ RIO DE JANEIRO 11/06/2003 Dirigente do Estudo: Wania Flintz Mensagem Introdutória: INFÂNCIA A infância é o sorriso da existência no horizonte da vida. Representa esperança que o pessimismo não pode modificar. É mensagem de amor para o cansaço no refúgio do desencanto, a fulgir no sacrário da oportunidade nova. É experiência em começo que nos compete orientar e conduzir. É luz a agigantar-se aguardando o azeite do nosso desvelo. É sinfonia em preparação... nota solitária que o músico divino utilizará na sucessão dos dias para a grande mensagem ao mundo conturbado. Atendamos o infante oferecendo, à manhã da vida, a promessa de um futuro seguro. Nem a energia improdutiva; nem o carinho pernicioso; nem a assistência socorrista prejudicial às fontes do valor pessoal; nem a negligência em nome da confiança no Pai de todos; nem a vigilância que deprime; nem o arsenal de descuidos em respeito falso ao futuro homem... Mas, acima de tudo, comedimento de atitudes com manancial farto de recursos pessoais e exemplos fecundos, porquanto, as bases do futuro encontram-se na criança de hoje, tanto quanto o fruto do porvir dormita na flor perfumada de agora. Cuidemos do infante, oferecendo o carinho fraterno dos nossos recursos, confiados de que, um dia, seremos convidados a oferecer ao Pai Misericordioso o resultado da nossa atuação junto àquele cuja guarda esteve aos cuidados do nosso coração. Bezerra de Menezes Do Livro: Compromissos Iluminativos Psicografia: Divaldo Pereira Franco Editora: LEAL Oração Inicial: Jesus amigo, mais uma vez aqui estamos, rogando ao Teu coração generoso que nos sustente a tarefa . Que Teus mensageiros da paz possam estar ao nosso lado, auxiliando-nos no estudo do tema. Seja em Teu nome, em nome da espiritualidade que nos coordena, mas sobretudo em nome de Deus, o início do estudo desta noite, no IRC-Espiritismo. Que assim seja! Exposição: Boa noite, amigos! Que a paz do Mestre Jesus envolva a todos nós, bem como a este ambiente, tornando-o cada vez mais harmônico. O tema da noite é bastante interessante, pois falar da criança órfã, da criança desamparada, que vive ao léu, não necessariamente sem família, é tocar num problema, que junto com outros não menos importantes, nos parece insolúvel na sociedade atual. O homem está, na maioria das vezes, propenso a pensar em si. Considera o bem que faz, empréstimos do qual espera ganhar os juros correspondentes. Analisando a maioria dos atos humanos praticados, descobrimos no ser humano, o desejo de ser “pago” pelo bem praticado, seja pelo reconhecimento do beneficiado, seja pelos elogios do mundo, seja pelo merecimento que julga adquirir , desse modo, aos olhos de Deus. Esses móveis, particularmente o último, podem ser nobres, mas não devem ser exclusivos. No livro O Consolador [ Emmanuel - Psicografia de Francisco Cândido Xavier - Editora FEB], encontramos as seguintes citações: Pergunta 185 – Quais as características de uma boa ação? Resposta: - A boa ação é sempre aquela que visa o bem de outrem e de quantos lhe cercam o esforço na vida. Nesse problema, o critério do bem geral deve ser a essência de qualquer atitude. A melhor ação pode, às vezes , padecer a incompreensão alheia, no instante em que é exteriorizada, mas será sempre vitoriosa, a qualquer tempo, pelo benefício prestado ao indivíduo ou à coletividade. Pergunta 255 – Devemos nós, os espiritistas, praticar somente a caridade espiritual, ou também, a material? Resposta: - A divisa fundamental da codificação kardequiana, formulada no “fora da caridade não há salvação”, é bastante expressiva para que nos percamos em minuciosas considerações. Todo serviço da caridade desinteressada é um reforço divino na obra da fraternidade humana e da redenção universal. Nos relatam os espíritos[ Livro dos Espíritos, pergunta 383 e pergunta 385 – Comentário de Kardec], que o objetivo de passarmos pelo estado de infância, é o aperfeiçoamento. “ O espírito, durante este período, é mais acessível às impressões que recebe...”; “... a delicadeza da idade infantil os torna brandos, acessíveis aos conselhos da experiência e dos que devam fazê-los progredir. Tal dever que Deus impõe aos pais, missão sagrada de que terão de dar contas. Assim , portanto, a infância é não só útil, necessária, indispensável, mas também conseqüência natural das leis que Deus estabeleceu e que regem o Universo. A orfandade se apresenta sob dois aspectos distintos: o material e o moral. Órfão, a nosso ver, não é precisamente aquela criança que perdeu os pais, ambos ou um deles. Órfã é a criança sem lar, sem carinhos, pela qual não há quem se interesse, entregue aos imprevistos da vida, estejam ou não vivos os seus pais. Crianças sem os cuidados devidos, maltrapilhas, sem a higiene necessária , crianças com fome, que pedem aqui e ali, um prato de comida, um lanche, para aplacar sua fome. A maioria das crianças das quais falamos é órfã por viver completamente abandonada, perambulando pelas ruas e praças, a despeito de se achar em companhia dos pais que, por sua vez, também são destituídos do sentido da vida, órfãos a seu turno, já que são outras tantas crianças , espiritualmente falando, desprotegidas e desamparadas dos cuidados requeridos pela sua condição. A vida humana é muito mais complexa, tem nuanças delicadas que não podem ser esquecidas sem que isso resulte sérios prejuízos. Para a fome, o alimento; para a sede, a água; para a criança, o colo materno, o lar, onde é encontrado o clima propício para o seu estado e condições. Fora desse meio , ela poderá viver e crescer, como alguns vegetais crescem de forma débil em solos desgastados, desnutridos, crescem em terrenos não adequados. Jamais conseguirão florescer e frutificar como as árvores que tiveram a ventura de crescer em solo adubado, expostas aos raios solares e às chuvas que fecundam a terra. Mas nos perguntamos, onde encontrar lares para todos os órfãos espalhados na sociedade? A dificuldade não está na existência ou não de lares que possam recebê-los. Existem diversas instituições que os abrigam. A orfandade, na realidade, está na esterilidade dos corações, é uma conseqüência do egoísmo, filho do orgulho e causador das misérias do mundo terreno. É a negação da caridade. “Agrada a Deus quem estende a mão a uma criança abandonada, porque compreende e pratica a sua lei”, nos fala o texto do Evangelho que estamos estudando. Que lei é citada? A lei de Amor. Amar o próximo é fazer-lhe todo o bem que nos seja possível. Nos ensinou Jesus: “Amai-vos uns aos outros como irmãos”. O amor que aconchega, que cuida, que protege, que acolhe. Na estreiteza de sentimentos é que não há lugar para amenizarmos a angústia da orfandade. Aplaquemos a dor das nossas crianças, oferecendo-lhes o alimento que sustenta o seu corpo, a roupa que os aquece, mas não deixemos de ofertar a palavra que alegra, a atenção no ato de ouvir, contar a história que as encanta, que embala seus sonhos, demonstrar o carinho, demonstrar interesse por suas vidas , o sorriso. As obras da caridade material somente alcançam a sua feição divina, quando objetivam a espiritualização do homem, renovando-lhe os valores íntimos. Só assim teremos uma sociedade transformada onde o lar genuinamente cristão será naturalmente o asilo de todos os que sofrem. A grandeza do amor repousa na conjugação do verbo servir. Oração Final: Senhor, ensina-nos: a orar sem esquecer o trabalho; a dar sem olhar a quem; a servir sem perguntar até quando; a sofrer sem magoar seja a quem for; a progredir sem perder a simplicidade; a semear o bem sem pensar nos resultados; a desculpar sem condições; a marchar para frente sem contar os obstáculos; a ver sem malícia; a escutar sem corromper os assuntos; a falar sem ferir; a compreender o próximo sem exigir entendimento; a respeitar os semelhantes, sem reclamar consideração; a dar o melhor de nós, além da execução do próprio dever, sem cobrar taxa de reconhecimento. Senhor, fortalece em nós a paciência para com as dificuldades dos outros, assim como precisamos da paciência dos outros para com as nossas dificuldades. Ajuda-nos, sobretudo, a reconhecer que a nossa felicidade mais alta será invariavelmente, aquela de cumprir-te os desígnios onde e como queiras, hoje agora e sempre. Emmanuel