ESTUDO ESPÍRITA PROMOVIDO PELO IRC-ESPIRITISMO HTTP://WWW.IRC-ESPIRITISMO.ORG.BR CENTRO ESPÍRITA LÉON DENIS HTTP://WWW.CELD.ORG.BR TEMA:“ A BENEFICÊNCIA V.” EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO – CAPÍTULO XIII, ITEM 15. EXPOSITORA: ANGELA LIMA RIO DE JANEIRO 14/05/2003 Dirigente do Estudo: Wania Flintz Mensagem Introdutória: DAR As maiores transformações de nossa vida surgem, quase sempre, das doações que fizermos. Dar, na essência, significa abrir caminhos, fundamentar oportunidades, multiplicar relações. Muitos acreditam ainda que o ato de auxiliar procede exclusivamente daqueles que se garantem sobre poderes amoedados. Em verdade, ninguém subestime o bem que o dinheiro doado ou emprestado consegue fazer; entretanto não se infira daí que a doação seja privilégio dos irmãos chamados transitoriamente à mordomia da finança terrestre. Todos podemos oferecer consolação, entusiasmo, gentileza, encorajamento. Às vezes, basta um sorriso para varrer a solidão. Uma frase de solidariedade é capaz de estabelecer vida nova no espírito em que o sofrimento crestou a esperança. A rigor, todas as virtudes têm a sua raiz no ato de dar. Beneficência, doação dos recursos próprios. Paciência, doação de tranqüilidade interior. Tolerância, doação de entendimento. Sacrifício, doação de si mesmo. Toda dádiva colocada em circulação volta infalivelmente ao doador, suplementada de valores sempre maiores. Quem deseje imprimir mais rendimento e progresso em suas tarefas e obrigações, procure ampliar os seus dispositivos de auxílio aos outros e observará sem delonga os resultados felizes de semelhante cometimento. Isso ocorre porque em todo o Universo as leis divinas se baseiam em amor - no que, no fundo, é a onipresença de Deus em doações eternas. Em qualquer soma de prosperidade e paz, realização e plenitude, o serviço ao próximo é a parcela mais importante, a única, aliás, suscetível de sustentar as outras atividades que compõem a estrutura do êxito. Dá do que possas e tenhas, do que sejas e representes, na convicção de que a tua dádiva é investimento na organização crediária da vida, afiançando os saques de recursos e forças dos quais necessites para o caminho. "Dá e dar-se-te-á" - ensinou-nos o Cristo de Deus. Unicamente pela bênção de dar é que a vida de cada um de nós se transformará numa bênção. Emmanuel Do Livro: Alma e Coração Psicografia: Francisco Cândido Xavier Editora: Pensamento Oração inicial: Jesus, Senhor de nossas vidas, rogamos a Ti que abençoe esta tarefa. Envolva com Tuas doces vibrações, a amiga Angela Lima, que conduzirá o estudo da noite. Inspire-a Mestre. Que possamos sair mais enriquecidos em nossos conceitos doutrinários. Que seja em Teu nome, em nome de Cairbar Schutel, de Gabriel Delane, mas sobretudo em nome de Deus, a realização de mais uma noite de estudos. Que assim seja! Exposição: Estamos na quinta semana falando sobre a beneficência. Ainda é difícil para nós fazer a caridade, tanto material quanto moral. Precisamos trabalhar a doação de coração e entendermos aquele que recebe a doação. No Evangelho temos o óbolo da viúva, onde nos ensina a deixar de lado o orgulho e a pensar mais nos necessitados. Estamos hoje vivendo dificuldades materiais pela perda de empregos e até mesmo aqueles que estão ao nosso redor se chegam até nós com grandes dificuldades. Devemos pensar mais: por que isto está acontecendo? Na realidade essa é a prova que estamos passando para desenvolver o desapego material, o sentimento para com o próximo e a caridade espiritual para com o sofrimento alheio. Na caridade material sempre achamos que nada podemos doar porque estamos sempre em dificuldades, esquecemos que muitas vezes é na dificuldade que a nossa caridade tem mais valor. Assim como na balança o saco mais vazio era o mais pesado em termos de caridade e doação, o saco mais cheio apresentou uma doação sem sentimentos, por isso devemos meditar que se temos um lar, um emprego, não temos doenças, sempre teremos algo para doar, como disse no texto: "Um sorriso, uma palavra amiga, um olhar que dê encorajamento". Assim, muitas vezes somos capazes de ajudar a um vizinho, mas ignoramos as necessidades de dar esta mesma ajuda aos nossos familiares em casa. Aí, nos esbarramos na caridade espiritual e moral. Onde estamos escolhendo para quem doar quando todos são irmãos nossos e não devemos escolher? Devemos nos lembrar e analisar a natureza. Os animais servem para embelezar e nos alimentar assim como a terra e a água. O que seria de nós se não tivéssemos a natureza doando sempre. Essa é a razão pela qual devemos entrar nesse ciclo de doar para receber. Jesus foi o exemplo maior que em momento algum nos julgou ou criticou pelas nossas falhas. Ele apenas nos ensinou a praticar o amor ao próximo e a caridade para com os outros. Existem três maneiras de fazer a caridade: A primeira é aquela pessoa que não se importa com a dor do outro e nem pensa que o outro necessita de caridade. Essa pessoa ainda é um espírito infantil; existem aqueles que doam porque durante sua vida viram pessoas doar e copiam esse hábito, eles ainda não entendem bem a dor do outro; No terceiro tipo, encontramos aquelas pessoas que doam de coração e não acham que estão fazendo por obrigação. É o seu meio de entender a vida. Doam naturalmente. Onde nós estamos? Que tipo de caridade estamos fazendo? Como estamos julgando o outro e a dor do outro? Quando trabalhamos a caridade em nós, junto àqueles que sofrem, estamos em contato com a dor do outro. Essa é uma forma de crescermos espiritualmente e gradativamente. Não é fácil a tarefa de vir a esse mundo como mendigo, inválido ou com doenças incuráveis. Devemos nos colocar no lugar do outro e analisarmos se temos coragem para passar por essa mesma dor. Esse é o benefício que recebemos quando doamos uma visita a um enfermo, um sorriso a quem está triste e uma palavra amiga para encorajar aquele que sofre. Neste tipo de trabalho nos sentimos encorajados para resolver nossas próprias dificuldades e até mesmo entendermos os nossos próprios sentimentos. Vamos lembrar daquele trabalhador que tinha ordem de derrubar uma casa e que, ao chegar a frente da casa, chorou por aquela família. Como ficariam sem o lar? Não teve coragem de prosseguir. Ele não pensou que esta ação estaria colocando seu emprego em risco e levando dificuldades para sua própria família. Esse é um exemplo de amor maior para com o próximo e entendimento da dor do outro. Temos que trabalhar em nós a lei de ação e reação. Quando fazemos a caridade, com certeza estamos plantando mais amor para nós mesmos no futuro. Muitas vezes esquecemos que quando deixamos de fazer uma caridade, estamos deixando de fazê-la por nós mesmos, pois semeamos aquilo que plantamos. Hoje podemos estar numa posição cômoda de vida, mas amanhã, numa outra encarnação podemos estar sofrendo como outro irmão. Se Jesus surgisse na nossa frente e nos perguntasse o que estamos fazendo para com nossos irmãos, o que iríamos responder? Poderíamos dizer que estamos sorrindo pouco e devemos sorrir mais, que estamos sendo menos atenciosos e abraçaremos a todos que encontrarmos. Ao ver o seu olhar, entenderemos que teremos que praticar a caridade para aprendermos a olhar o outro com mais benevolência e não com desprezo. E ao sentirmos o seu amor, diremos que ainda temos muito que aprender e praticar para desenvolver o amor para com os irmãos menos favorecidos e até mesmo àqueles que nos perseguem. Enfim, é importante a leitura espírita, o estudo, o trabalho no bem para mais uma vez aprendermos, com as nossas próprias experiências, a entender que a dor do outro dói. Só assim seremos capazes de progredir e crescer espiritualmente. Que Deus abençoe todo o seu esforço para entendimento e prática do bem ao próximo. Que assim seja, Graças a Deus! Perguntas/Respostas: [01] Como prosseguir se o mundo material cria uma nuvem que nos cega para o mundo espiritual? Muitas vezes nós não queremos ver porque é cômodo ficarmos dentro do nosso mundo egoísta, achando que não há alguém com necessidade de ajuda. A partir do momento que você abre seu coração para doar de si aos poucos, essa nuvem se desfaz e você consegue ver que somos espíritos imortais e aquilo que aqui fazemos seremos responsáveis num futuro, nessa vida ou numa próxima. [02] Eu tenho algum bem que garanta a estabilidade da minha família e seu sustento. Alguém precisa de ajuda e para ajuda-lo eu teria que dar esses bens, deixando minha família passar dificuldades. Seria justo desfazer do que tenho? Devemos fazer doações de coração, dentro de nossas possibilidades. Se doarmos tudo o que temos, que representa o sustento de nossos familiares, que também são nossa responsabilidade, não estamos praticando a caridade e sim criando dor a terceiros. Assim estaremos infringindo a Lei de Solidariedade para com aqueles que estão sob nossa tutela. Estaremos ajudando a um e prejudicando a mais de um. A caridade , assim como a fé, deve ser raciocinada. Oração Final: Senhor, ensina-nos: a orar sem esquecer o trabalho; a dar sem olhar a quem; a servir sem perguntar até quando; a sofrer sem magoar seja a quem for; a progredir sem perder a simplicidade; a semear o bem sem pensar nos resultados; a desculpar sem condições; a marchar para frente sem contar os obstáculos; a ver sem malícia; a escutar sem corromper os assuntos; a falar sem ferir; a compreender o próximo sem exigir entendimento; a respeitar os semelhantes, sem reclamar consideração; a dar o melhor de nós, além da execução do próprio dever, sem cobrar taxa de reconhecimento. Senhor, fortalece em nós a paciência para com as dificuldades dos outros, assim como precisamos da paciência dos outros para com as nossas dificuldades. Ajuda-nos, sobretudo, a reconhecer que a nossa felicidade mais alta será invariavelmente, aquela de cumprir-te os desígnios onde e como queiras, hoje agora e sempre. Emmanuel