ESTUDO ESPÍRITA PROMOVIDO PELO IRC-ESPIRITISMO HTTP://WWW.IRC-ESPIRITISMO.ORG.BR CENTRO ESPÍRITA LÉON DENIS HTTP://WWW.CELD.ORG.BR TEMA:" PRESERVAR-SE DA AVAREZA - DESIGUALDADE DAS RIQUEZAS ." EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO - CAP. XVI - ITENS 3 E 8 EXPOSITORA: MÍRIAM RAMALHO RIO DE JANEIRO 15/10/2003 Dirigente do Estudo: Márcio Alves Mensagem Introdutória: DINHEIRO, O SERVIDOR "Disse-lhes o Senhor: Bem está, bom e fiel servo. Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei." - Jesus - Mateus, 25:23. "A pobreza é para os que a sofrem, a prova da paciência e da resignação; a riqueza é, para os outros, a prova da caridade e da abnegação." - Cap. XVI, 8. O dinheiro é semelhante a alavanca suscetível de ser manejada para o bem ou para o mal. Acorrentado ao poste da avareza, produz o azinhavre da sovinice, contudo, sob a inspiração do trabalho, é o lidador fiel que assegura os frutos do milharal e as paredes da escola, a cantiga do malho e a força da usina. Atrelado ao carro do orgulho, é o estimulante do erro, mas, na luz da fraternidade, é o obreiro da renovação incessante, enriquecendo o solo e construindo a cidade, desdobrando os fios do atendimento e garantindo os valores da educação. Aferrolhado no cofre da ambição desvairada, é o inimigo da evolução, todavia, endereçado à cultura, é o agente do progresso, auxiliando o homem a solucionar os enigmas da enfermidade e a resolver os problemas da fome, a compreender os mecanismos da natureza e a inflamar o esplendor da civilização que analisa a Terra e vasculha o firmamento. Detido na sombra do egoísmo, é o veneno que promove a secura do sentimento, no entanto, confiado à caridade, é o amigo prestimoso que desabotoa rosas de alegria no espinheiral da provação, alimentando pequeninos desamparados e sustentando mães esquecidas, levantando almas abatidas que o infortúnio alanceia e iluminando lares desditosos que a necessidade escurece. Dinheiro! Repara o dinheiro! Dizem que ele é o responsável pelo transeunte que a embriaguez atira à calada, pelo delinqüente escondido nas aventuras da noite, pelo irmão infeliz que anestesiou a consciência na cocaína e pela mão insensível que matou a criancinha no claustro materno, entretanto, por trás da garrafa e da arma delituosa, tanto quanto na retaguarda do entorpecente e do aborto, permanece a inteligência humana, que escraviza a moeda à criminalidade e à loucura. Contempla o dinheiro, pensando no suor e no sangue, na vigília e na aflição de todos aqueles que choraram e sofreram para ganhá-lo e ve-lo-ás por servidor da felicidade e do aprimoramento do mundo, a rogar em silêncio para que lhe ensines a realizar o bem que lhe cabe fazer. Emmanuel Do Livro: Livro da Esperança Psicografia: Francisco Cândido Xavier Editora: CEC Oração Inicial: Senhor Jesus! Mais uma vez aqui estamos neste ambiente virtual para o estudo do Teu Evangelho de amor. Ampara a todos nós que aqui estamos e abençoe a nossa companheira Míriam que irá nos trazer as suas reflexões na noite de hoje. Que possa ser em Teu nome, mas acima de tudo em nome de Deus, que possamos iniciar o estudo de hoje. Graças a Deus! Exposição: Que a paz de Jesus nos envolva a todos. "Havia um homem que passava o tempo todo a se lastimar. O tal "choramingão" dizia que o Cristo lhe reservara uma cruz pesada demais. Para todos, ele falava de sua infelicidade: pouca fortuna, emprego fatigante, família numerosa a sustentar, infortúnio nos negócios... Um dia ele foi se queixar ao próprio Jesus. Jesus ouviu-o e chamou-o a uma grande sala. Ali havia uma infinidade de cruzes de madeira e metal, maiores e menores, mais pesadas e mais leves, novas e velhas. E Jesus foi lhe explicando que aquelas cruzes correspondiam às carregadas por cada pessoa. Então Jesus propôs ao homem sofredor que ele procurasse dentro da sala uma cruz mais leve, e que podia levá-la em troca da sua. O homem sempre em lamentos, foi experimentando as cruzes, todas elas, grossas e pesadas, finalmente achou uma mais leve e disse a Jesus que queria ficar com aquela. E Jesus lhe diz: - Tudo bem, pode levá-la! Pois, é exatamente esta a cruz que você sempre carregou." Autor Desconhecido. A função do Evangelho de Jesus e da Doutrina Espírita é preparar o homem para que saiba viver com dignidade em quaisquer circunstâncias. Na riqueza ou na pobreza, o homem encontrará sempre, nos ensinamentos de Jesus e nos postulados da Doutrina Espírita, os meios de viver, lutar e vencer com hombridade. Jesus não colocou a miséria como condição indispensável à vida humana para adentrar ao Reino dos Céus; assim como não colocou a fortuna como condição essencial para que o homem seja feliz na Terra. Aliás, os Espíritos disseram a Kardec que existe uma medida de felicidade; sob o ponto de vista material, seria a posse do necessário (alimentação, habitação, saúde e educação) e sob o ponto de vista moral seria a consciência tranqüila e a fé no futuro. Os ensinamentos de Jesus foram todos no sentido de preparar a humanidade para viver dignamente quer na pobreza, quer na riqueza. E é exatamente isso que ainda não conseguimos entender, apesar de já termos passado por várias experiências reencarnatórias, dada a nossa fragilidade, falta de amadurecimento espiritual, dureza de coração. Em verdade, devido a essas imperfeições não conseguimos assimilar a proposta de Jesus e da Doutrina Espírita. Não sabemos nos comportar devidamente diante das situações que se nos apresentam. De um modo geral, enquanto ricos permitimos que o egoísmo tome conta de nós, acompanhado de seu dedicado pagem - o orgulho. Enquanto pobres, permitimos que a inconformação, a rebeldia, a revolta se apossem de nós. Isto não significa que devamos cruzar os braços e nada fazer para sair desta situação. Falamos de uma resignação operosa. Não podemos nos esquecer que muitos espíritos que renascem com o mínimo para viver, trabalhando duro para sustentar a família, são muitas vezes os ricos egoístas de ontem, que não fizeram que as suas fortunas redundassem em fontes de bem, de conforto, de saúde, de educação para aqueles que deles dependiam na Terra. Diz-nos Kardec: "Existem espíritos que não são inteligentes, ativos, laboriosos para adquirir". Sabemos que não é sempre assim. Existem companheiros que sabem utilizar bem a sua riqueza. No texto de O Evangelho de hoje, Kardec nos fala: "A riqueza é um meio de experimentar o homem moralmente. Cada um tem de possuí-la, para se exercitar em utilizá-la e demonstrar que uso sabe fazer dela. Recomendamos a leitura de "O Céu e o Inferno", segunda parte, cap. II - Espíritos Felizes, onde se encontra catalogada a Condessa Paula, exemplo de equilíbrio diante da perigosa prova da fortuna. Quanta coisa uma pessoa que possui dinheiro pode fazer: construir e manter instituições de caridade, construir indústrias gerando empregos, auxiliar na área da saúde construindo hospitais, doando verbas para pesquisas, auxiliar na área da educação construindo escolas e creches. As pessoas que assim fazem não estão voltadas somente para as coisas materiais, somente para si mesmas. Felizes aqueles que já entendem que são apenas administradores dos bens que estão em suas mãos, porque sabem que a qualquer momento podem lhes ser tirado (falência, morte). Felizes aqueles que não ajuntam em celeiros, felizes aqueles que não agem como o mau rico da parábola (Lucas, XVI:19-31). Disse-nos Jesus: "Guardai-vos e acautelai-vos de toda a avareza". Quando se fala em riqueza, pensa-se logo em coisas materiais. Há ricos de todas as condições. Há os que têm o conhecimento. São os ricos de cultura e podem transmiti-la aos analfabetos, aos sem instrução. Há os portadores de cérebros que parecem um radar , captam tudo. São os ricos de idéias e podem ajudar renovando idéias através de novos métodos de ensino aliados ao amor. Existem aqueles, e são muitos, que tem corpos saudáveis e que podem utilizar o pensamento, a palavra, olhos, ouvidos, mãos e pés. São os ricos de saúde. Além de visitar doentes que se encontram abandonados pelas famílias, podem pensar, agir, falar no bem, ou seja, instalar a riqueza da harmonia onde quer que se encontrem. Todos somos ricos de oportunidades de servir (diminuir o sofrimento ou aumentar a alegria). Analisemos, busquemos os valores que possuímos e procuremos agir beneficiando sempre o próximo. Através das vidas sucessivas, num contínuo vai e vêm, os espíritos se revezam experimentando riqueza e pobreza para aprender a ser bons ricos e bons pobres. A riqueza e a pobreza são condições circunstanciais, efêmeras, por isso Kardec nos fala: "Carece, pois, o pobre de motivo para acusar a Providência, como para invejar os ricos e estes para se glorificarem do que possuem." Para sermos felizes, não precisamos construir celeiros imensos, como o rico da parábola. Precisamos sim, desenvolver a legítima fraternidade, ver o outro como irmão, nos importar com o outro. "Vede as aves no céu!" Elas não ajuntam em celeiros só para os seus, muito pelo contrário, espalham as sementes aqui, ali, acolá, por isso são ricas, felizes e vivem em paz. Que Deus nos abençoe! Oração Final: Senhor, muito temos a Te agradecer pela oportunidade do trabalho de hoje. Ampara a todos os amigos que aqui estiveram e a todos os amigos desencarnados que nos acompanham nos estudos. Que seja a Tua paz a Nossa Paz. Graças a Deus!