ESTUDO ESPÍRITA PROMOVIDO PELO IRC-ESPIRITISMO HTTP://WWW.IRC-ESPIRITISMO.ORG.BR CENTRO ESPÍRITA LÉON DENIS HTTP://WWW.CELD.ORG.BR TEMA:" FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO ." O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO - CAPÍTULO XV - ITEM 10 EXPOSITORA: BIANCA CIRILO RIO DE JANEIRO 17/09/2003 Dirigente do Estudo: Adriana Mensagem Introdutória: ASSISTIDO Diante daqueles a quem socorres, não admitas que a caridade seja prerrogativa unicamente de tua parte. Enumera os bens que recolhe daqueles a quem amparas. Habitualmente doamos aos companheiros necessitados algo do que nos sobra, deles recebendo muito do que nos falta. É preciso não esquecer que da pessoa a quem assistimos obtemos benefícios substanciais, como sejam: a verificação de nossas próprias vantagens; o conhecimento das responsabilidades que nos competem, à frente dos outros; o aviso salutar, com relação aos deveres que nos cabem, na preservação dos bens da vida; a paciência com os nossos obstáculos e males menores; o ensinamento da provação com que somos defrontados; a aquisição de experiência; as vibrações de simpatia; o auxílio que recebemos para sustentar mais amplo auxílio aos outros; o consolo nos sofrimentos que, porventura, nos fustiguem; o crédito moral que se registra, a nosso favor, na memória dos espíritos encarnados e desencarnados que amparam a criatura em crises e empeços maiores que os nossos. Serve a benefício dos semelhantes, tanto quanto possas e como possas, em bases da consciência tranqüila, sempre que encontres o próximo baldo de equilíbrio, espoliado de esperança, sedento de paz ou cansado de angústia, nas trilhas do cotidiano, porque a caridade é sempre maior nos dividendos para aquele que dá. Por isso mesmo, temos no Evangelho do Senhor a advertência inesquecível: "mais vale dar que receber". Emmanuel Do Livro: Caridade Psicografia: Francisco Cândido Xavier Editora: IDE Oração Inicial: Prezados amigos espirituais, Senhor Jesus! Pedimos a Vossa luz e inspiração para o andamento dos trabalhos da noite de hoje. Que tudo possa transcorrer da forma que determinares que é a melhor possível. Que a luz dos benfeitores que trabalham em Teu nome possa nos amparar e inspirar. Que seja em Teu nome, Mestre Jesus, sobretudo em nome de Deus. Que assim Seja! Exposição: A anotação de Lucas 10:38,42, a respeito de Marta e Maria nos conta que Jesus estando em viagem, entra num povoado onde é hospedado por Maria. Sua irmã Marta, não aproveitando a presença do Mestre põe-se a arrumar a casa envolvida com as tarefas domésticas. Jesus se reporta à Marta dizendo "Marta, Marta, tu te afliges e te preocupas com muitas coisas, mas só uma é necessária. Maria escolheu a melhor parte, que não lhe será tirada." Esta passagem nos mostra que até os dias atuais temos agido como Marta, nos preocupando com a exterioridade, esquecendo que só uma coisa é verdadeiramente necessária, no que se refere ao preenchimento de nossa vida cotidiana e espiritual. Trata-se da caridade que deve ser entendida como um sentimento que começa em nós mesmos, melhor dizendo, o sentido da caridade refere-se ao auto-respeito em escolher a melhor parte da vida. Isto significa que ao nos salvar estamos nos escolhendo através da melhoria de nossas palavras, ações e sentimentos. Jesus nos traz o entendimento de que a caridade deve iniciar-se com uma pergunta primordial: "Queres ficar curado?" Sendo assim, a compreensão da caridade, passa pela vontade que cada um de nós aciona em si mesmo, de mudar o curso problemático de nossa existência e de fato obter a cura verdadeira. Um outro sentido da caridade, passa pelo entendimento de que Jesus nos permite auxiliarmo-nos uns aos outros, apesar das nossas dificuldades espirituais, isto é, Ele confia na possibilidade de sermos úteis ao outro, mesmo diante dos tropeços que a cada dia assistimos em nossos passos. Desta forma, torna-se necessário modificar o sentido histórico de salvação e de caridade que temos alimentado. Sabemos que durante o farisaísmo, aprendemos um sentido de caridade voltado ao culto exterior, onde aparentávamos virtudes as quais não possuíamos, daí nos preocupávamos com rituais de uma religiosidade equivocada, que não preenchia as condições fundamentais para exercermos o sentido real da ligação com Deus. O religioso estava, nessa época, vestido de uma falsa virtude cultivando uma hipocrisia moral. Com a vinda do Cristo, o povo de Israel nutria uma expectativa de que viria um Salvador que de alguma forma se responsabilizaria pelas suas mazelas. Com isso, passamos a acreditar que Jesus seria um instrumento que nos facilitaria o alcance do "Céu", sem que, para isso, precisássemos realizar qualquer esforço. Esse tipo de mentalidade gerou uma espécie de sombra coletiva onde cultuamos uma milenar dificuldade de encontrar a nós mesmos. Sendo assim, passamos a perpetuar uma posição de terra infértil onde o nosso coração apenas se encantou com a mensagem do Cristo, sem digeri-la. O Espiritismo, por sua vez, vem apresentar o sentido real de caridade ensinado por Jesus a saber, a caridade é a benevolência para com todos, a indulgência para com as imperfeições dos outros e o perdão das ofensas. Isso gera um dinamismo, já que Paulo de Tarso nos ensina que a caridade é uma virtude ativa. Daí, precisamos compreender que somos nós mesmos que acionamos, dentro de nós, a vontade de mudança, se utilizando da caridade como bússola orientadora de nossas ações. Com isso, transformamos a nossa própria vida nesse dinamismo que faz com que abandonemos posições mentais rígidas e aceitemos a necessidade de fazer melhor o que não fazíamos. Como efeito, sentimos que modificamos o nosso mundo íntimo, quando estamos dispostos a aprender com os erros próprios e do outro, sem medo de demonstrar nossas fraquezas, sem necessidade de se justificar toda vez que erra. Precisamos resgatar a transparência que Jesus nos ensinou no sentido de não camuflar nossas intenções, nossos sentimentos, aprendendo a nos assumir. Isso dá trabalho, pois a gente terá que refletir sobre o que estamos espalhando em torno de nós. Se fizermos um auto-exame, vamos entender que durante muito tempo, a caridade tem sido uma mercadoria que nos oferece o título de "bonzinho" e a salvação tem sido um prêmio confortável para aqueles que se acham eleitos. Com Jesus e a Doutrina Espírita, a salvação é um compromisso individual através da caridade que é um sentimento individual e coletivo. Logo eu não salvo ninguém, a não ser a mim mesmo, contudo, no momento em que eu me salvo melhorando minhas ações, eu posso estimular o outro a mudar também através do exemplo. Esse quadro nos permite a auto-libertação na medida em que eu me auto-ilumino. Com isso, eu passo a me sentir participante ativo da Lei de Deus, compreendendo que existe uma expectativa da própria vida, que eu seja também uma parte importante por onde passa a solidariedade. Trata-se do amor incondicional que devo buscar, respeitando o meu ponto evolutivo, assim como o do outro, sem exigir do meu próximo posturas que nem eu mesmo sou capaz de ter. A caridade, não tem pressa porque se apoia na Lei do Progresso, a diferença é que quando eu aceito que devo crescer, eu movimento em mim e em torno de mim, forças espirituais que desconheço sendo capaz de transportar montanhas como Jesus nos ensinou. Perguntas/Respostas: [01] Bem, a frase "sem caridade não há salvação" bate de frente com uma outra conduta. " Não dê o peixe ao seu irmão; ensine-o a pescar". Você poderia comentar sobre essa conduta, já que muitas vezes as pessoas confundem a caridade com o fato de doar coisas materiais. Esse hábito é antigo que se refere ao próprio farisaísmo. Aprendemos historicamente que a caridade é algo que nos livra do compromisso e desta forma isenta a nossa consciência de um envolvimento maior. O problema não está em dar coisas materiais, mas sim, como diz o E.S.E. em oferecer somente isso. Podemos sim auxiliar o nosso irmão materialmente, entretanto, junto com isso, oferecer recursos para que ele não se torne dependente de nós, mas sim aprenda a se valorizar e a buscar recursos internos que possam modificar sua situação difícil. A caridade é um sentimento onde nós passamos a compreender que ela tem um sentido moral, sendo assim, é necessário que eu ofereça ao próximo, meios para que ele venha a se ajudar, a se tornar autônomo, a crescer. Para finalizar, junto com o pão, com a roupa, com qualquer bem material, deve vir o principal: o sentimento que me move a fazer essas coisas. Oração Final: <_Adriana__> Bons amigos espirituais que nos amparam neste serviço, em nome da espiritualidade maior, nós vos agradecemos pela inspiração, pelo apoio sem o qual este serviço não seria possível. Pedimos a vós que abençoem nossos lares e que possamos refletir sobre as palavras da Bianca_Cirilo. Que ela seja sempre inspirada por vós, que, em nome de nosso amado Jesus ,trabalham na disseminação das idéias espíritas. Que assim seja!