ESTUDO ESPÍRITA PROMOVIDO PELO IRC-ESPIRITISMO HTTP://WWW.IRC-ESPIRITISMO.ORG.BR CENTRO ESPÍRITA LÉON DENIS HTTP://WWW.CELD.ORG.BR TEMA:" OS QUE DIZEM SENHOR!SENHOR!NÃO ENTRARÃO NO REINO DOS CÉUS." O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO - CAPÍTULO XVIII - ITENS 6 A 9. EXPOSITOR: RAFAEL BILHAR PORTO ALEGRE 22/05/2004 Prece Inicial: Senhor Jesus!Mais uma vez aqui estamos para o estudo de Teu evangelho.Que possamos ser envolvidos pelas vibrações de paz. Que os espíritos amigos que nos coordenam possam amparar a todos nós na tarefa que escolhemos em Tua seara. Que seja assim hoje e sempre! Exposição: Boa noite a todos os presentes! Que nosso entendimento possa ser favorecido por um clima de paz, decorrente de nosso bom ânimo e da inspiração dos bons espíritos que se dignarem a nos prestar espontânea e caridosa assistência. Estudaremos no dia de hoje, a obra "O Evangelho Segundo o Espiritismo", de Allan Kardec e espíritos superiores, através de diversos médiuns espalhados pelo globo. O ponto a ser estudado é o Capítulo XVIII, itens 6 a 9, "Nem todos os que dizem: Senhor! Senhor! entrarão no reino dos céus". Que se pode entender por aquele que diz Senhor! Senhor!? É todo o indivíduo, ou religião, que se propõe a valer-se da autoridade divina, através de palavras, rituais, cultos, oferendas, sacrifícios, promessas, procissões, enfim, aquele que faz uso do que denominamos de "práticas exteriores". Em matéria de prática religiosa, pode-se dividir os atos dos indivíduos em exteriores e interiores, ou íntimos. Aquele que acende uma vela, pratica um ato exterior. O que ampara um necessitado, desenvolvendo a virtude da caridade, renova-se interiormente. Aquele que balbucia mecanicamente uma prece, ou um número determinado de vezes determinada prece em razão de uma tradição, pratica um ato exterior. Aquele que eleva o pensamento a Deus ou seus prepostos, ungindo-se de fervor, desenvolvendo a virtude da fé, pratica um ato íntimo. Jesus traça uma condenação então a todo ato exterior religioso? A lógica nos mostra que não. Ele diz, "Nem todos os que dizem ... entrarão", mas muitos deles sim, ou seja, há muitos entre os que praticam os chamados atos exteriores mas que o fazem acompanhados da chama interior da fé, das virtudes, das obras que nos aproximam de Deus. Jesus, e mais tarde o Espiritismo ao esclarecer o sentido profundo das palavras do Mestre, nos vieram mostrar que nas práticas religiosas existe o principal, e o acessório. O prinicipal e o supérfluo, algumas vezes nocivo. O principal é a prática do amor e da caridade, em atos, palavras e em pensamentos. O acessório são os ritos, os cultos, os símbolos religiosos, as imagens, os paramentos, entre outros. Aquele que se atém a estas práticas e esquece aquelas, está bem longe do "reino dos céus". Algumas vezes as práticas exteriores não são simplesmente acessórias, mas podem se tornar supérfluas. Que dizer de gastos em velas ornamentadas, coroas de flores raras, vestes bordadas a ouro e pedras, em meio às necessidades de populações assoladas pela fome? Outras vezes as práticas exteriores são francamente nocivas, e expressam grande ignorância ou má-fé. Grandes períodos de jejum, auto-imolações, penitências, sacrifícios de animais ou mesmo de humanos, primogênitos, recém-nascidos, virgens, são a expressão mais comum deste tipo de prática nociva, que inclui o uso de tabaco, álcool, drogas, ingestão de sangue animal, humano e até mesmo o canibalismo. Uma vez estabelecido que "aquele que diz Senhor! Senhor!" é o indivíduo ou as Instituições envolvidos com as práticas religiosas exteriores, é propício o momento de definir o que seja entrar no reino dos céus. Entrar no reino dos céus, salvar-se, ingressar no paraíso, ganhar a vida eterna, descansar eternamente, em geral são as expressões mais utilizadas para definir o que espera além da vida o indivíduo habituado à prática do bem. Antes de demonstrar o equívoco ou os limites de cada uma destas expressões, vamos descrever a situação futura do homem de bem, segundo o Espiritismo. O homem de bem desencarna relativamente mais rápido que o homem mau ou vicioso. Normalmente o período de perturbação que acompanha o desencarne é menor, tomando em seguida a consciência de sua nova situação, e uma corte de espíritos familiares, bons espíritos e espíritos a quem beneficiou em vida vêm saudá-lo em sua nova situação. Reencontra-se com pessoas muito queridas, com quem viveu em diferentes existências ou no plano espiritual. Tem liberdade, geralmente, de acordo com seu merecimento, para visitar outros mundos, especialmente mundos ditosos, onde pode colher venturas proporcionais ao mérito de suas obras em sua última encarnação. Tem o corpo espiritual iluminado e saudável, se era velho em vida retoma a aparência de um adulto jovem, se era criança, desenvolve-se até aparentar a idade de um adulto jovem. Se possuía alguma deficiência, recobra a saúde conforme seu merecimento e quitação de seus débitos com as leis divinas, decorrendo desta regeneração grande ventura. Conforme as suas necessidades, e de acordo com suas capacidades, em seguida à desencarnação, ocupa-se no estudo, no trabalho, e em atividades caritativas, seja na superfície terrestre, seja nas colônias espirituais diversas existentes na atmosfera terrestre, um tanto distanciadas da sua superfície. Após determinado tempo na erraticidade, reencarna novamente, neste ou em mundos mais avançados, de acordo com seu merecimento, normalmente em famílias com quem se afinizam espiritualmente, em corpos cada vez mais bonitos e saudáveis, embora possam preferir corpos menos privilegiados do ponto de vista estético e de saúde se isto for necessário para o tipo de missão ou aprendizado que tiverem de desenvolver. Os espíritos da última escala evolutiva, e que desencarnaram após uma missão extraordinária, não necessitam mais reencarnar, a não ser como missionários. Muitas outras informações sobre a destinação futura do homem de bem se poderia dar, mas acreditamos que estas já sejam suficientes para os pontos que desejamos destacar em nosso estudo. Já o homem habituado à prática do mal, ou aos vícios, se costuma dizer que não entrará no reino dos céus, ou que terá as chamas eternas do inferno como destinação futura. Entretanto este homem, segundo o Espiritismo, terá uma desencarnação mais lenta e material, algumas vezes sentido os horrores da necropsia, da decomposição ou da cremação de seu corpo. Demora-se mais em período de perturbação espiritual, sem dar-se conta de sua nova condição. Seu corpo não é iluminado, mas opaco, por isto se julga encarnado por mais ou menos tempo, e muitas vezes conserva as doenças e deformidades em seu corpo espiritual, especialmente as que deu causa por seus atos e omissões. Pode mesmo deformar seu corpo espiritual, o que poderá se refletir negativamente na formação de seu corpo físico quando reencarnar, seja em forma de doenças ou de deficiências físicas. Todos, entrentanto, bons e maus, terão encarnações sucessivas, tanto menos quanto mais rápido progredir o espírito, a depender de seus esforços no bem, e gozarão de felicidade futura, com maior compreensão de Deus e do Universo. Agora que já compreendemos melhor o sentido da máxima de Jesus "Nem todos os que dizem: Senhor! Senhor! entrarão no reino dos céus", esforcemo-nos por nos tornar aqueles praticantes da religião interior, da prática do bem, da reforma íntima, para que o reino dos céus se instale aos poucos em nossas consciências, nos preparando para os momentos finais de nossa atual encarnação. Quando regressarmos à nossa pátria espiritual digamos Senhor! Senhor! em ato de agradecimento e louvor, e não para rogar os favores que não mereçamos. Prece Final: Jesus amigo! Te agradecemos pela oportunidade concedida. Que as tuas vibrações possam alcançar a todos nós, pacificando e fortalecendo nossos espíritos. Em nome de teu infinito amor, despeça-nos em paz. Que assim seja!