ESTUDO ESPÍRITA PROMOVIDO PELO IRC-ESPIRITISMO HTTP://WWW.IRC-ESPIRITISMO.ORG.BR CENTRO ESPÍRITA LÉON DENIS http://www.celd.org.br TEMA:" OS ÚLTIMOS SERÃO OS PRIMEIROS." O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO - CAPÍTULO XX - ITENS 1 A 3. EXPOSITOR: FLÁVIO MENDONÇA João Pessoa 25/09/2004 Oração Inicial: Vamos elevar nosso coração a Deus,a Jesus, e falar assim: Senhor Jesus, bom e amado Mestre, aqui estamos, Senhor, mais uma noite para podermos realizar o estudo no nosso canal. Te pedimos Mestre, que sua paz e seu amor caia sobre todos estes lares que estão conectados nesse momento, estudando conosco sobre o tema da noite. Que nosso amigo Flávio Mendonça possa levar o entendimento necessário a cada coração e mente aqui presente, e assim Mestre amigo, em seu nome, em nome de Allan Kardec, Cairbar Schutel, diretor deste trabalho, mas, sobretudo em nome de Deus, o nosso Pai de infinita bondade, que possamos dar por iniciado o estudo da noite de hoje. Mas para nossa segurança, Mestre, fique conosco,agora e sempre. Exposição: Queridos irmãos, estudantes das verdades eternas, é com imenso prazer que divido com vocês estes instantes de aprendizado e renovação fundamentados nos ensinos do Cristo. Que possamos juntos apreender tudo que estudaremos hoje, possibilitando a sua prática em nossas ações diárias. Que Jesus nos abençoe a todos! A lição de hoje refere-se às questões de 1 a 3 do cap XX do ESE - Os Últimos Serão os Primeiros. - "Nem todos que disserem Senhor, Senhor... entrará no Reino de Deus "- Nosso excelso benfeitor, Jesus, sempre nos fala sobre um reino dos céus. Em diversas parábolas, refere-se a uma condição de plenitude como sendo o tal reino. Mas seria o céu um lugar, um paraíso? Evidente que a representação é de uma condição feliz. Vejamos o que ele nos fala quando perguntado: "Sendo Jesus interrogado pelos fariseus sobre quando viria o reino de Deus, respondeu-lhes: O reino de Deus não vem com aparência exterior; nem dirão: Ei-lo aqui! ou: Ei-lo ali! pois o reino de Deus está dentro de vós." Não vem com aparência exterior, ou seja, não é forma. Também não é circunscrito, portanto, não é um lugar. Mas sim, o reino está dentro de vós. Ora, a única saída é a de ser ,o reino dos céus, uma condição íntima. Logo, Jesus se refere a uma condição do espírito. Mas como podemos atingir esta condição? Em diversas parábolas Jesus nos oferece roteiro seguro para que atinjamos tal condição: "Porta estreita, festim das bodas, amar ao próximo, buscar a justiça primeiro, etc.". Aqueles que atenderem a estes requisitos entrarão, como se dizia na Antiga Aliança, a Torah do povo hebreu, no gozo do Senhor. Na antiguidade, o politeísmo reinava absoluto entre os homens, não obstante algumas tradições orientais que defendiam o monoteísmo. A idolatria era prática comum nos cultos religiosos. Com o advento da vinda de Moisés, o povo hebreu teve oportunidade de rever a idéia monoteísta, pois, em toda a Torah, falava-se de um Deus único e rechaçava a idolatria, os deuses, semideuses ou imagens. O povo "escolhido" teria a missão de disseminar o monoteísmo pelo planeta, aonde seus braços alcançassem. Moisés deixando os mandamentos de Deus no Monte Sinai, a nova legislação promulgada, definia as condições para o concurso. No entanto, com o exclusivismo daquele povo, pela sua perversão, a idéia, antes recebida, não foi seguida. Enviados mensageiros espirituais, encarnados e desencarnados, não foram compreendidos, e alguns deles, assassinados pelo próprio povo "escolhido". Ainda no tempo de Jesus, advento diversas vezes anunciado na própria Torah, legislação que o regia, o povo "escolhido" não soube perceber, dado o seu grau de perversão. Jesus em parábolas, fala a este povo, que o reino de Deus, já tinha sido enviado diversas vezes através dos seus emissários, porém, jamais compreendido. Dizia ele: "O reino de Deus se assemelha...", e dava suas explicações. Mostrava que aquele povo tivera a missão de espalhar a realidade espiritual, mas que todavia, não compreendendo, rechaçava, matava, trucidava seus emissários. Por serem exclusivistas, não acreditavam que outros povos poderiam entrar no reino de Deus. Por isso, se auto-intitularam Povo de Deus, Povo Escolhido. Desta forma, confundiram a sacrossanta missão, com um privilégio exclusivista que teria sido determinado apenas para eles. Qualquer semelhança com a atualidade, não será mera coincidência! Seis mil anos se passaram da mensagem do Sinai, dois mil do avento do Cristo, e as barbáries morais perduram como que a rejeitar a luz. O mesmo povo exclusivista de outrora, renitentes, reencarnam novamente na roupagem grosseira, para se intitular povo escolhido de Deus, únicos crentes, e verdadeiros filhos do altíssimo. Ó quão grande ilusão perdura nestes corações ! Quantas dores aviltadas permanecem pela cegueira egoístas desses que se prendem a letra morta, esquecendo o espírito vivificador ! Imaginam que o povo escolhido de Deus, apenas o são por privilégio ou concessão divina. Esquecem-se que na Casa do Pai, tem morada para todos os servidores de boa-vontade, seja ele primeiro ou último. Põem-se como antigos guardiões da fé viva, agindo incoerentemente contra os mandamentos mais santos do arquiteto do Universo. Foi sempre o egoísmo, o exclusivismo, o orgulho, derivados da ignorância, das sombrias ilusões, que o homem deixou de se servir do grande banquete cósmico. O festim, as bodas, sempre estiveram servidos para todo trabalhador honesto e devoto, para todos que se vestiram com a roupa nupcial. O Pai do Universo, o grande e maior servidor, a fonte de todas as realizações universais, sempre Se mostrou solícito para o filho que a Ele se voltou desejoso de Seus benefícios. Jamais rejeitou um só pedido sincero de seus filhos amados. Ele de fato, nunca fez acepção. Sua Natureza divina não permite mesquinharia. Todo ato exclusivista existe apenas pelo mergulho da consciência nas trevas densas do orgulho, do egoísmo e da ignorância. A nós todos está reservado o grande banquete, o reino de Deus, sejamos os primeiros ou os últimos. Para isso, necessário é vestir a túnica nupcial, atendendo aos chamados do Cristo, senhor do caminho, da verdade e da vida. Pela concessão do grande arquiteto do Universo, o Espiritismo é mais um convite ao festim divino. Cabe a todos nós compreender o convite, vestindo-se a caráter. Lembrar que os erros de outrora não podem e não devem ser repetidos. O "religiosismo" exclusivista é uma chaga que o espírita consciente não deve nutrir. Como trabalhador do último instante, deve disseminar a Boa Nova para todos os povos, mostrando como fez Jesus, o exemplo vivo das palavras proferidas. Neste momento grave da humanidade, viver a fé verdadeira da confiança nas leis do todo poderoso é requisito inalienável para o servidor que comunga com as verdades eternas. Postergar este mister é se permitir reviver as dores das sombras que a muito acometem a humanidade. "Faça brilhar a vossa luz - Não se turve o vosso coração - Ame ao seu próximo como eu vos amei", são palavras que ecoam em nossos corações, como que a convidar amorosamente os filhos para o festim grandioso das glórias eternas do Pai do Universo. Que a Luz se faça em nós, graças a Deus ! Perguntas/Respostas: [01] Não entendi bem a relação... Os últimos serão os primeiros, com o que foi exposto. Os primeiros seriam os hebreus? Pelo que nos explicam os benfeitores, primeiros foram aqueles que receberam a missão de transmitir a realidade transcendente da alma, mas que não aceito pelas sombras da ignorância humana, foram rechaçados. (t) [02] Flávio_Mendonça é possível explicar o verdadeiro significado do tema? ourives_1, pois não. Na exposição, conforme nos mostram os benfeitores, o nosso Pai de misericórdia a todos convida para o grande festim, e cabe a nós, servir-se deste banquete. Para isso, devemos manter o coração puro. Não importa se somos os primeiros ou os últimos a servir-se, mas apenas que entremos no reino de Deus, conforme convidou Jesus. (t) [03] Parece incoerência, chegar por último e receber os mesmos benefícios de que os primeiros. Sabendo que não há erro na legislação Divina, em que podemos nos basear para entender esse ensinamento de Jesus? Sim, lizabeth_3, parece estranha essa moral, no entanto, ela se refere ao fato de que todos são chamados ao grande banquete divino. Infelizmente os arrastamentos dificultam nosso gozo neste festim. Para que possamos gozar deste reino de plenitude, devemos nos vestir com a roupa nupcial, ou seja, manter nosso coração puro. Esta é a senha do Senhor. (t) [04]<{{{---Angel---}}}> Achei fantástica sua explanação, nunca tinha pensado nesse prisma. Mas, confiando na justiça divina, não poderia ser diferente. Não importa se seremos os primeiros, ou os últimos. O que realmente importa é o amor puro e simples unindo todos os seres.(t) De fato {{{---Angel---}}}, seria inconcebível imaginar que a perfeição universal fosse injusta. Claro que para o todo poderoso, todos são suas criaturas queridas, e todas devem participar do festim. "Um dia será um só pastor e um só rebanho" (t) [05] Quer dizer então que eu poderia ter chagado na frente de todos, porem não fazia as coisas corretamente, no entanto você muito depois e fez o dever de casa melhor, por isso você seria o primeiro? (t) Nos reportemos ao que disse Jesus, quando procurado pelos seus parentes: "Quem são meus irmãos, quem é minha mãe, se não aqueles que fazem a vontade do meu Pai ?". Ora, Jesus nos mostra claramente que o reino de Deus é para aqueles que fazem a vontade do Pai. Não importa o trabalho, o caminho de cada um. Para Deus importa que cheguemos à festa com as roupas das núpcias, ou seja, com o coração purificado.(t) [06] Flávio, sabemos que na economia divina, tempo perdido pode significar, se é que não significa, oportunidades de crescimento perdidas. Estamos conectados uns aos outros, por fios invisíveis. O atraso de um, não prejudica a caminhada de outro? Eis porque para Deus é necessário que cheguemos ao Seu Reino de plenitude. Para isso, temos o amor como condicionante. Mas não devemos confundir compaixão com conflito íntimo. Servir na seara não é sofrer na seara. (t) [07] Existem dois tempos? Um divino e um humano? Chegar por último e chegar primeiro tem o sentido que nós damos? lizabeth_3, difícil de dizer, mas podemos entender que sendo Deus causa primeira de todas as coisas, e que Ele sabe de tudo, e que tempo e espaço são relatividades de consciência, cremos que para Ele, tempo e espaço não existe. Diz uma máxima no Taoísmo assim: "O Todo está em Tudo". Refere-se que uma vez unido ao Pai ( Eu e o Pai somos unos - Jesus ), tem-se toda a sabedoria. Alguém duvida da sabedoria divina ? (t) [08] Deus está o tempo todo criando. Essa é a afirmação que nos remete a: os últimos serão os primeiros? (t) victormf, devemos entender que Deus não faz acepção. Portanto, para Ele o importante é que entremos no Seu reino, que vivamos a plenitude. Os que se atrasarem, certamente terão seus "lugares" reservados. Eis a infinita bondade, justiça e misericórdia. (t). [09] Compreendo e de forma superficial concordo. Mas estou querendo chegar na relatividade do tempo e do espaço. Sabemos que tempo e espaço é relativo e depende do nosso referencial de evolução. Então, a atual afirmação não é suficiente pra explicar sobre a criação dos seres em tempos diferentes no espaço e tempo humano. (t) victormf, nos dizem os benfeitores, que a origem está entre os "segredos" de Deus. Talvez seja por conta de nossa incapacidade de entender. Todavia, podemos entender que para Deus, tempo e espaço não representam o mesmo que para nós representam. (t) Oração Final: Querido pai, ajuda-nos a fecundar o amor, pois temos dificuldade em reconhecer as flores vivas de caridade das mãos invisíveis que nos sustentam o universo inteiro. Prepara-nos o coração, Pai Celestial, para honrarmos o seu nome. Ainda que o mundo nos presenteasse com espinhos, ouçamos sempre a sua presença restauradora para melhor servirmos a sua vontade, empregando e difundindo de nossos corações as sementes de paz e harmonia, para que, em todas as oportunidades, sejamos servos dos ensinamentos de Jesus. Que assim seja!