ESTUDO ESPÍRITA PROMOVIDO PELO IRC-ESPIRITISMO HTTP://WWW.IRC-ESPIRITISMO.ORG.BR CENTRO ESPÍRITA LÉON DENIS HTTP://WWW.CELD.ORG.BR TEMA:" A FÉ: MÃE DA ESPERANÇA." O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO - CAPÍTULO XIX - ITEM 11. EXPOSITOR: RAFAEL BILHAR PORTO ALEGRE 28/08/2004 Prece Inicial: Boa noite a todos! Que possamos, neste momento, deixar que nossos corações se asserenem para nos unirmos ao Mestre Jesus e à Espiritualidade Amiga.E assim unidos, possamos buscar o conhecimento, que muito nos ajudará em nosso processo de crescimento e evolução.Que a noite possa se ver revestida de luz, de paz e harmonia e que nosso amigo Rafaielo possa ser iluminado, para que nos traga a clareza, a certeza de que estamos caminhando com Jesus. Que a Luz e a Paz nos envolvam agora e sempre. Texto do Evangelho: Evangelho Segundo o Espiritismo, Capítulo XIX, item 11.A fé: mãe da esperança e da caridade. Para ser proveitosa, a fé tem de ser ativa; não deve entorpecer-se. Mãe de todas as virtudes que conduzem a Deus, cumpre-lhe velar atentamente pelo desenvolvimento dos filhos que gerou. A esperança e a caridade são corolários da fé e formam com esta uma trindade inseparável. Não é a fé que faculta a esperança na realização das promessas do Senhor? Se não tiverdes fé, que esperareis? Não é a fé que dá o amor? Se não tendes fé, qual será o vosso reconhecimento e, portanto, o vosso amor? Inspiração divina, a fé desperta todos os instintos nobres que encaminham o homem para o bem. É a base da regeneração. Preciso é, pois, que essa base seja forte e durável, porquanto, se a mais ligeira dúvida a abalar que será do edifício que sobre ela construirdes? Levantai, conseguintemente, esse edifício sobre alicerces inamovíveis. Seja mais forte a vossa fé do que os sofismas e as zombarias dos incrédulos, visto que a fé que não afronta o ridículo dos homens não é fé verdadeira. A fé sincera é empolgante e contagiosa; comunica-se aos que não na tinham, ou, mesmo, não desejariam tê-la. Encontra palavras persuasivas que vão à alma. ao passo que a fé aparente usa de palavras sonoras que deixam frio e indiferente quem as escuta. Pregai pelo exemplo da vossa fé, para a incutirdes nos homens. Pregai pelo exemplo das vossas obras para lhes demonstrardes o merecimento da fé. Pregai pela vossa esperança firme, para lhes dardes a ver a confiança que fortifica e põe a criatura em condições de enfrentar todas as vicissitudes da vida. Tende, pois, a fé, com o que ela contém de belo e de bom, com a sua pureza, com a sua racionalidade. Não admitais a fé sem comprovação, cega filha da cegueira. Amai a Deus, mas sabendo porque o amais; crede nas suas promessas, mas sabendo porque acreditais nelas; segui os nossos conselhos, mas compenetrados do um que vos apontamos e dos meios que vos trazemos para o atingirdes. Crede e esperai sem desfalecimento: os milagres são obras da fé. - José, Espírito protetor. (Bordéus, 1862.) Exposição: Boa noite a todos os presentes.Meu nome é Rafael Kruel Bilhar, e sou conhecido aqui nos canais do IRC-Espiritismo pelo nick Rafaielo. É uma satisfação estar com vocês em mais uma noite de estudos. Que nosso entendimento possa ser favorecido por um clima de paz, decorrente de nosso bom ânimo e da inspiração dos bons espíritos que se dignam a nos prestar espontânea e caridosa assistência. Estudaremos no dia de hoje, um tema constante na obra "O Evangelho Segundo o Espiritismo". Esta obra é de Allan Kardec, com base nos textos obtidos de espíritos superiores, através de diversos médiuns do mundo inteiro. Foi editada pela primeira vez em Francês, em torno do ano de 1860. Contém comentários a vários dos textos dos Evangelhos de Mateus, Marcos, Lucas e João. O tema é "A Fé, mãe da esperança e da caridade", foi extraído do título de uma das comunicações dos espíritos constante na obra, no capítulo XIX, item 11. Antes de tudo, cabe-nos esclarecer o que é a fé. Analisando o Novo Dicionário da Língua Portuguesa, de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, da Editora Nova Fronteira, 1.ª edição, verificamos que a fé possui vários significados mas o mais comum deles é o de crença religiosa. Assim se pode ter fé em Deus, em Jesus, nos espíritos, na imortalidade da alma. E se diz daquele que não crê nestas coisas que lhe falta fé. A fé pode significar também crença, confiança. Neste sentido pode-se ter fé em um motorista de ônibus, significando que se confia em sua habilidade como motorista. Se pode ter fé em um padeiro, significando que se espera dele um pão de qualidade. Analisando este significado, o espírito Emmanuel disse que não existe ninguém no mundo que não tenha fé, ou seja que não confie em ninguém. Pode significar também o conjunto de dogmas ou doutrina de determinado segmento religioso. Assim podemos dizer a fé espírita, a fé católica. Daquele que possui firmeza na execução de um desígnio ou compromisso, se diz que tem fé. Eis um outro significado. Muitos outros significados se poderiam considerar. No caso do nosso tema de hoje, estamos falando da fé como fé religiosa, e da fé como firmeza na execução de um desígnio ou compromisso. Como verificaremos em nosso estudo, aquele que é firme na execução de um desígnio ou compromisso, muitas vezes obtém essa firmeza em decorrência da fé religiosa. Assim, a fé religiosa é mãe dessa firmeza. "A fé, mãe da esperança e da caridade", é também mãe da firmeza do que espera e é caridoso. Como disseram os espíritos na instrução que ora comentamos, "a fé, para ser proveitosa, deve ser ativa, não deve se entorpecer". Quantos não imaginam que para serem salvos, precisam tão somente visitar regularmente os templos, praticando a religião do culto exterior? Jesus não disse: "cuidai para não orardes com muitas palavras"? Para que então muitas preces e muitas idas aos templos, se não se tem constância no amor e na caridade? Assim, se não devemos nos exceder em termos de práticas religiosas, o que devemos fazer para sermos salvos (ou seja, para darmos mais alguns passos em nossa jornada evolutiva)? Devemos ser ativos, não nos entorpecer, mas o que isto significa? Devemos trabalhar no bem, e praticar a caridade. Sim, por que não adianta fazermos a caridade aos fins de semana, se nosso trabalho prejudicar a nosso semelhante e à sociedade. Devemos dar o melhor de nós em um trabalho lícito e benéfico, exercendo as virtudes cristãs, a todo o momento. Findo o horário de expediente, ainda assim continuemos como cidadãos úteis e dispostos a auxiliar sem cansaço a quem precisa. Isto se chama caridade.De modo que caridade e trabalho por vezes se confundem, embora reconheçamos que o trabalho se faz por necessidade própria, e a caridade por necessidade alheia. Os espíritos se referem à fé como a "mãe de todas as virtudes", e que, portanto, a fé deve velar pelo desenvolvimento de todas as demais virtudes que dela nascem. O que poderemos pensar de nós mesmos se, apesar de sermos crentes do ponto de vista religioso, não praticarmos o bem ativamente? Que nos falta fé, que nossa fé está abalada. E que pensamos do homem religioso que todos os dias dá testemunho de sua fé? Dizemos que ele é um homem de muita fé. Jesus, ao saber que seus discípulos não puderam expulsar os demônios de um endemoninhado (os obsessores de um obsidiado), não dissera: "homens de pouca fé, até quando terei de vos suportar"? Verificamos, realmente, que a fé é a mãe de todas as virtudes, e também da esperança e da caridade.E os espíritos afirmam verdade não menos certa, de que se a fé é a base de todas as virtudes, é a que se deve mais cuidar. Assim, se sobrevier a menor dúvida, todo o edifício das virtudes estará abalado. Os espíritos nos dizem também que "a fé que não afronta o ridículo dos homens não é a verdadeira fé.De fato, como Jesus dissera: "Porquanto, qualquer que, entre esta geração adúltera e pecadora, se envergonhar de mim e das minhas palavras, também o Filho do homem se envergonhará dele, quando vier na glória de seu Pai, com os santos anjos". a isto se chama afrontar o ridículo dos homens, sempre prontos a zombar dos crentes.Chega mesmo a ser certa moda o agnosticismo e o ceticismo, entre os ditos civilizados. É preciso pois, ter fé, e dar testemunho de nossa fé, mesmo ante os incrédulos, sem envergonhar-se ou temer o ridículo. Mais do que isto, é preciso dar o testemunho de nossa fé com alegria e entusiasmo.Não se trata de palavras bonitas ou sonoras, que deixam frio o coração que as ouve, mas este entusiasmo se comunica pelo exemplo das boas obras, que demonstram a validade da fé. Também por uma esperança inabalável por quaisquer obstáculos, seremos capazes de testemunhar a nossa fé e contagiar o nosso semelhante. Vêm a tempestade? Sobrevêm as dificuldades? Tudo parece perdido? Sigamos esperançosos e não percamos nossa fé. Vem a tempestade? Sobrevêm as dificuldades? Tudo parece perdido? Sigamos esperançosos e não percamos nossa fé. Não achavam os apóstolos que iriam perecer diante da procela? Disse-lhes Jesus, após acalmar os ventos e o mar: "por que sois tão tímidos? Ainda não tendes fé?". Não é admissível, entretanto, uma fé cega, destituída de razão. É preciso saber porque se crê em Deus. Frases como "eu creio e pronto" e "eu creio porque creio", aparentam convicção, mas no fundo deixam ao ouvinte a impressão de que não há nenhuma razão para crer, e que a ausência dos fatos só deixam como opção uma fé em que se aposta sem ter razões. Já as expressões: "eu creio diante de inúmeros fatos", ou eu creio porque minha razão indica a impossibilidade de haver efeito sem causa", transmitem a impressão de que se tem bons motivos para crer e que não se faz uma aposta no escuro. Nesse sentido dissera o médium e orador baiano Divaldo Franco: "Eu não creio. Eu sei que é assim". Perguntas/Respostas: [01] É possível praticar a caridade sem fé? Segundo o Espírito Emmanuel, não há vida possível sem a fé, e ninguém que dela esteja totalmente destituído.Quando embarcamos em um ônibus, ou compramos um alimento, estamos depositando fé, ou seja, confiança naquele produto ou serviço.E aquele que pratica a verdadeira caridade, depõe fé naquilo que pratica, naquele que recebe a dádiva, e em si mesmo. É uma aposta na vida que é digna de receber, na caridade como gesto essencial à vida, e em si mesmo, no seu engrandecimento diante da vida. E a caridade para receber sua coroa de louros, para ser completa, necessita da fé religiosa, que transcende o gesto. Ainda assim, há muitos humanistas (entenda-se céticos que acreditam na humanidade), que praticam a caridade. Soubessem eles o quanto a fé dignifica a humanidade, também a teriam. Estes humanistas rejeitam o termo caridade, preferindo o termo solidariedade, pelo sentido religioso que a palavra caridade carrega. [02] As pessoas acreditam que aparece uma santa numa janela e todos vão pra lá orar a espera de um milagre. Isso pode ser chamado de fé? Como vemos ourives, o termo fé carrega uma gama de significados.Pode ser uma crença religiosa, pode ser fé como doutrina (fé espírita), pode ser fé como firmeza de propósitos. Mas a verdadeira fé, envolve a prática das virtudes que decorrem da simples crença em Deus, e nos postulados religiosos. E umas das virtudes é a moderação.Até na fé.Como dissera Jesus: Sede prevenidos como as serpentes, e manso como as pombas. Então as pessoas que crêem em qualquer coisa, sem uma análise mais racional, ainda não desenvolveram todas as virtudes filhas da fé. [03] A fé pode ser mensurada? A mensuração ou medição, normalmente pressupõe uma unidade de medida. Assim medimos distância em metros,volume em metros cúbicos, peso em kgs, etc. As qualidades morais, entretanto, não recebem unidades de medidas. Mas podem ser verificadas as obras decorrentes da fé. Assim disse Jesus: Conheceis os homens pelas obras, como as árvores pelos frutos. [04] Mas as unidades de medida são convenções, não poderiam se convencionar também medidas para as qualidades morais ? XLook, não existem "entusiasmômetros", " alegrômetros" ou "amorômetros". Então não há também unidades de medidas para estas qualidades.Mas se podem contar as obras,lágrimas enxugadas,bens repartidos,sorrisos dados. Mas há reflexos físicos que decorrem da fé e que podem ser medidos. [04] Mas podem existir !! Se unidades são convenções, nada impede que convencionemos unidades de qualidades morais. O problema é a metodologia a ser utilizada, o que para nosso "atraso" ... ainda nos é muito precário! Jovialidade, envelhecimento tardio, as cores do perispírito (aura), podem ser medidos. [05] A isto se chama afrontar o ridículo dos homens, sempre prontos a zombar dos crentes.Chega mesmo a ser certa moda o agnosticismo e o ceticismo, entre os ditos civilizados.Eu não entendi a sua explicação ao ensinamento de Jesus a questão do ridículo é simples. Muitas pessoas se envergonham de sua crença. Em certos tempos pela perseguição, como na perseguição dos cristãos pelos judeus e romanos. Em outros tempos, pela conveniência.Quem não é da religião dominante, se escusa em expor publicamente sua fé. Outras vezes, porque não é moda falar em fé.O que expõe sua crença é chamado de crente,ou é inconveniente.Então Jesus nos disse que não devemos nos envergonhar de nossa fé, e os espíritos nos ensinam afrontar (enfrentar) o ridículo dos homens. Prece Final: Estamos agradecendo aos amigos do plano espiritual, aos Espíritos que coordenam esta tarefa, a oportunidade de estudar, rever conceitos aprendendo sempre e mais, objetivando nosso progresso espiritual. Que seja em nome de Deus o encerramento desta noite de estudos. Que assim seja!