Estudo Espírita Promovido pelo IRC-Espiritismo http://www.irc-espiritismo.org.br Centro Espírita Léon Denis http://www.celd.org.br Tema: Visitas espíritas entre pessoas vivas e Transmissão oculta do pensamento. LE 413 a 421 Expositor: Deise Bianchini Amambai - MS 02/10/2004 Oração Inicial: Amigos, que possamos nessa noite ser amparados pelos bons espíritos no entendimento do estudo. Que possamos estar voltados para a vontade de aprender e, principalmente, praticar os ensinamentos que nos foram repassados pelos espíritos. Exposição: Boa noite aos amigos, um prazer poder estar aqui nessa noite e poder trocar idéias com vocês. O tema que nos coube para estudo são as questões 413 a 421 de "O Livro dos Espíritos" - Visitas espíritas entre pessoas vivas e Transmissão oculta do pensamento No estado de emancipação predomina a vida da alma, e o espírito fica com os laços que o prendem ao corpo mais frouxos. Sendo assim, duas pessoas que se conhecem podem visitar-se durante o sono, e muitos que julgam não se conhecerem costumam reunir-se e falar-se. Podemos ter, sem que percebamos, amigos em outro país e é habitual o fato de irmos encontrarmo-nos, durante o sono, com amigos e parentes, que conhecemos e que nos podem ser úteis, e quase todas as noites fazemos essas visitas. Embora possamos nos esquecer das reuniões e discussões essas atividades nos são úteis. Ao despertarmos guardamos a intuição desse fato, e também é a origem de certas idéias que nos vêm espontaneamente, sem que possamos explicar como nos surgiram. São idéias que vieram desses encontros e conversas. A pergunta 416 nos leva a raciocinar sobre o nosso poder de direcionamento desses encontros. 416. Pode o homem, pela sua vontade, provocar as visitas espíritas? Pode, por exemplo, dizer, quando está para dormir: Quero esta noite encontrar-me em Espírito com Fulano, quero falar-lhe para dizer isto? "O que se dá é o seguinte: Adormecendo o homem, seu Espírito desperta e, muitas vezes, nada disposto se mostra a fazer o que o homem resolvera, porque a vida deste pouco interessa ao seu Espírito, uma vez desprendido da matéria. Isto com relação a homens já bastante elevados espiritualmente. Os outros passam de modo muito diverso a fase espiritual de sua existência terrena. Entregam-se às paixões que os escravizaram, ou se mantêm inativos. Pode, pois, suceder, tais sejam os motivos que a isso o induzem, que o Espírito vá visitar aqueles com quem deseja encontrar-se. Mas, não constitui razão, para que semelhante coisa se verifique, o simples fato de ele o querer quando desperto." Kardec nos orienta no livro O Que é o Espiritismo sobre a liberdade do espírito: "42 - Um outro ponto igualmente essencial a considerar é que os Espíritos são livres; eles se comunicam quando querem, com quem lhes convém e também quando podem, porque têm suas ocupações. Eles não estão às ordens e ao capricho de quem quer que seja, e não é dado a ninguém fazê-los vir contra a sua vontade, nem dizerem o que querem calar; de sorte que ninguém pode afirmar que um Espírito qualquer virá ao seu chamado em um momento determinado, ou responderá a tal ou tal questão. Dizer o contrário é provar ignorância absoluta dos mais elementares princípios do Espiritismo; só o charlatanismo tem fontes infalíveis. " Lendo também atentamente as questões 43, 45 e 46 percebemos que toda orientação que nos é dada é quanto à utilidade do que fazemos, da sintonia que temos com àqueles que queremos nos unir ou evocar. Os Espíritos são atraídos pela simpatia, semelhança de gostos e de caráter e pela intenção dos que desejam sua presença. Isso podemos inferir tanto para os encarnados como para os desencarnados. Da mesma forma que os espíritos, os encarnados poderão não aceder ao nosso convite, pois pode não ser o seu desejo de nos encontrar ou isso ser inconveniente a ele, ou ir de encontro a seus planos quando emancipado, pois aí, sem o jugo da carne, ele tem uma visão macro da realidade e poderá não sentir vontade de se ocupar com essa atividade, ou ter outros compromissos. Outra preciosa fonte de estudos sobre o tema é o "O Livro dos Médiuns", em sua segunda parte, capítulo XXVI - 284 - Evocação das pessoas vivas (recomendo a leitura integral do texto) Os espíritos nos afirmam que a encarnação do Espírito não constitui obstáculo à sua evocação, mas é necessário que o estado do corpo permita que no momento da evocação o Espírito se desprenda. O corpo da pessoa cujo Espírito é evocado dorme, ou cochila; é quando o Espírito está livre. Pode-se evocar o Espírito de uma pessoa viva da mesma forma que se pode evocar um Espírito encarnado. O Espírito de um vivo também pode, em seus momentos de liberdade, se apresentar sem ser evocado; isto depende da simpatia que tenha pelas pessoas com quem se comunica. Evocada uma pessoa viva ela não conserva a lembrança da evocação, depois de despertar. Só o Espírito o sabe, podendo às vezes deixar do fato uma impressão vaga, qual a de um sonho. Quem pode evocar-nos, são os que em outras existências tenham sido pessoas conhecidas nesse mundo, ou em outros. Podem fazê-lo igualmente nossos parentes e amigos nesse mundo, ou em outros. Algumas vezes, será possível modificar as idéias de uma pessoa em estado de vigília, atuando-se sobre o seu Espírito durante o sono. " Não estando o Espírito então preso à matéria por laços tão estreitos, mais acessível se acha às impressões morais e essas impressões podem influir sobre a sua maneira de ver no estado ordinário. Infelizmente, acontece com freqüência que, ao despertar ele, a natureza corpórea predomina e lhe faz esquecer as boas resoluções que haja tomado." (LM) Como o Espírito tem o seu livre-arbítrio ele não fará ou falará nada que não queira, pois que não há meio de arrancar-se um segredo ao Espírito que o queira guardar. As questões 52 e 53 (LM) são muito importantes e um alerta para nós: 52ª Poderia um Espírito mistificador tomar o lugar de uma pessoa viva que se evocasse? "É fora de dúvida que sim e isso acontece freqüentemente, sobretudo quando não é pura a intenção do evocador. Em suma, a evocação das pessoas vivas só tem interesse como estudo psicológico. Convém que dela vos abstenhais sempre que não possa ter um resultado instrutivo." NOTA. Se a evocação dos Espíritos errantes nem sempre dá resultado, conforme expressão usada por eles, muito mais freqüente é que assim aconteça com a dos que estão encarnados. Então, sobretudo, é que os Espíritos mistificadores se apresentam, em lugar dos evocados. 53ª Tem inconvenientes a evocação de uma pessoa viva? "Nem sempre é sem perigo, dependendo isso das condições em que se ache a pessoa, porquanto, se estiver doente, poderá aumentar-lhe os sofrimentos." Na continuidade de nosso estudo de O Livro dos Espíritos, outro ponto que nos mostra a validade desses encontros espíritas, e que é muito importante, são as descobertas científicas. Normalmente elas ocorrem em vários pontos ao mesmo tempo, o que pode nos sugerir que, de alguma forma essas pessoas, ou cientistas, que aparentemente não tem contato entre si, trocaram idéias que proporcionaram o avanço de suas descobertas. Quantas vezes ao dormirmos com algum problema que nos aflige acordamos com a solução para a questão? Vejamos o que nos dizem as questões 417 e 419: "417. Podem Espíritos encarnados reunir-se em certo número e formar assembléias? "Sem dúvida alguma. Os laços, antigos ou recentes, da amizade costumam reunir desse modo diversos Espíritos, que se sentem felizes de estar juntos." Pelo termo antigos se devem entender os laços de amizade contraída em existências anteriores. Ao despertar, guardamos intuição das idéias que haurimos nesses colóquios, mas ficamos na ignorância da fonte donde surgiram. 419. Que é o que dá causa a que uma idéia, a de uma descoberta, por exemplo, surja em muitos pontos ao mesmo tempo? "Já dissemos que durante o sono os Espíritos se comunicam entre si. Ora bem! Quando se dá o despertar, o Espírito se lembra do que aprendeu e o homem julga ser isso um invento de sua autoria. Assim é que muitos podem simultaneamente descobrir a mesma coisa. Quando dizeis que uma idéia paira no ar, usais de uma figura de linguagem mais exata do que supondes. Todos, sem o suspeitarem, contribuem para propagá-la." Desse modo, o nosso próprio Espírito revela muitas vezes, a outros Espíritos, mau grado nosso, o que constituía objeto de nossas preocupações no estado de vigília. Agradeço a oportunidade do estudo e me coloco à disposição para o debate. Bibliografia consultada: "O Livro dos Médiuns"; "O Livro dos Espíritos" e "O que é o Espiritismo" - Allan Kardec LM = "O Livro dos Médiuns" Perguntas/Respostas: 01. boa noite, há como se evitar a transmissão de pensamento entre encarnados, ou entre desencarnados e encarnados? lizabeth_3lizabeth, boa noite O espírito tem seu livre-arbítrio. Ele não pode ser obrigado a fazer o que não queira, nem é obrigado a revelar o que não quer contar, e muito menos ir a lugares onde não quer ir. 02. A transmissão oculta de pensamento pode ser feita por qualquer um? é preciso mediunidade específica? é também chamada de telepatia? , a transmissão de pensamento não é mediunidade. Mediunidade é usar o encarnado como intermediário para transmitir uma idéia do desencarnado. Essa transmissão que falamos aqui ocorre durante o estado de emancipação da alma, isto é, durante o sono. 03.< Temple> No assunto em que estudamos agora encaixasse o conceito de inconsciente coletivo? Sim, podemos dizer que sim. 04.< MBueno> O conceito convencional de inconsciente coletivo esbarra fundamentalmente em alguns alicerces do Espiritismo. Estaríamos falando de algo menos fundamentado no que previa Jung? Mauro, existem certos conceitos que o homem tem inerente em si. O conceito da divindade é um deles. Mesmo o homem mais primitivo tem a noção da divindade, do culto aos mortos, do cuidado com os restos mortais. De onde viriam essas noções? Mesmo o homem primitivo não teve seu início na Terra, traz em si o conhecimento adquirido em várias vivências anteriores ao planeta Terra. E nessas nossas passagens ancestrais, onde por vezes fomos banidos de outros lugares mais evoluídos, com certeza aproveitamos nosso desprendimento para os reencontros. Infelizmente não tenho conhecimentos suficientes para discutir as propostas de Freud e Jung. Bem, eu digo que vem da transformação do animal em Homem, do conjunto de leis que são gravadas na consciência, e justamente por isto, considero individualizadas e não coletivas. Oração Final: Obrigada Jesus, Agradecemos por mais esta oportunidade, de juntos através da net, aprendermos mais sobre a Doutrina Espírita, sobre os Teus ensinamentos Auxilia-nos, Senhor, a guardarmos em nós, essas lições, e mais ainda, colocarmos em pratica o que aprendemos, e também divulgarmos, perseverarmos no Bem, no amor, no trabalho que nos sustenta, Fortalece-nos, Senhor, pra sermos cada dia melhores, pra estarmos mais juntos de Ti e de nossos companheiros de jornada evolutiva, permaneça conosco, hoje e sempre.