Estudo Espírita Promovido pelo IRC-Espiritismo http://www.irc-espiritismo.org.br Centro Espírita Léon Denis http://www.celd.org.br Tema: Parentesco, Filiação LE 203 a 206 Expositor: Cíntia Machado Rio de Janeiro - RJ 03/01/2004 Dirigente do Estudo da Noite: Oração Inicial: Amigo Jesus, nesta noite desejamos te pedir sabedoria para aprendermos a lição. Sabedoria para implanta-la em nossos corações..... Que sejamos Senhor, tua ferramenta a serviço do bem maior.... Que tua luz evangélica nos coloque nesta posição. Que teus prepostos possam nos auxiliar cada vez mais.... Gratos Senhor pelas tarefas que nos carregam de experiência.... Que enfim, saiamos hoje melhores que antes, e que afinal, sejamos mais um a contribuir com tua Paz. Que assim seja !!! Mensagem Introdutória: REENCARNAÇÃO E HEREDITARIEDADE P. - Transmitem os pais aos filhos uma parcela de suas almas, ou se limitam a lhes dar a vida animal a que, mais tarde, outra alma vem adicionar a vida moral? R. - Dão-lhes apenas a vida animal, pois que a alma é indivisível. Um pai obtuso pode ter filhos inteligentes e vice-versa. LE: 203 Herdamos, assim, de nós mesmos tudo aquilo que se nos afigura embaraço e miséria no cálice do destino. Emmanuel A questão proposta por Allan Kardec, a resposta dos espíritos e a segura complementação de Emmanuel sugerem o exame do problema da hereditariedade nos processos reencarnatórios. Palingenesia e hereditariedade, fatores espirituais e elementos fisiopsicossomáticos atuantes na formação e desenvolvimento do corpo, bem assim nos empeços que a vida lhe apresentará, inspiram, assim, a elaboração deste capítulo. Além de Emmanuel, valioso será o concurso de André Luiz, para o exame do assunto. Duas perguntas surgem, inevitáveis: - Existe a hereditariedade física? - E a espiritual? Uma resposta, certamente a ser desenvolvida na medida de nossos recursos, como premissa doutrinária, atende àquelas indagações: o espírito encarnado é herdeiro de si mesmo, é restaurador do seu passado, é o construtor do seu destino. Homem nenhum herdará de seus pais pendores artísticos, nem vocações de qualquer natureza, se tais pendores e vocações não enriquecem o próprio espírito. Homem nenhum será inteligente, porque os pais o tenham sido, quanto nenhum homem será intelectualmente inibido porque seus pais o sejam - assim explicaram os espíritos superiores. Ninguém terá sadia moral simplesmente porque os pais a tenham possuído, embora saibamos que pais moralizados incutirão, na convivência exemplificadora, princípios elevados aos filhos, se tiverem eles trazido, do passado, aquela receptividade oriunda de conquistas anteriores. A partir da concepção, com a alma já ligada ao futuro organismo, modela-se, inicialmente, o embrião; desenvolve-se o feto; forma-se o conjunto anatômico, enfim. Leis físicas e naturais coexistem com ascendentes espirituais, refletindo o divino saber e o amor infinito, a fim de que, de tão singular simbiose, possa surgir o corpo certo, com todos os seus complexos celulares, para o destino certo, o que equivale dizer que recebe o espírito, ao reencarnar, um corpo que corresponda, em gênero, número e grau a todas as necessidades e encargos que o esperam. Martins Peralva Do livro: O Pensamento de Emmanuel Editora: FEB Exposição: Meus queridos irmãos, que Deus, o mestre Jesus e os nossos bons guias espirituais estejam junto a todos nós e que possamos aproveitar bem as oportunidades de meditação e de reflexão acerca do ensinamento dos Espíritos. Nos traz a noite de hoje as questões sobre a parentela e a filiação. Estávamos conversando, eu e o jaja (o digitador) sobre a idéia que fazemos das afinidades entre espíritos encarnados na mesma família e falamos assim: O pendor artístico do filho, por exemplo, é igual ao do pai. Vulgarmente: o filho "puxou" o pai. E assim semelhante a todas as características, não só do saber e das aquisições e habilidades, como também a moralidade, vícios e outras questões que geram, muitas vezes, alegrias e tantas outras tristezas e dores. Na questão das habilidades podemos observar no nosso meio artístico os filhos seguirem as aptidões dos pais, cantores, atores, compositores, etc. Nas dores particulares, que essas são bem comuns, mas não tão divulgadas, vemos o uso de drogas, a dependência química, a falta de honestidade, a dificuldade de manter-se num trabalho digno, ser responsável no trabalho, na família e pensamos assim: Diante disso, julgamos, sem conhecimento, que todas essas questões se devem a hereditariedade. Os pendores dos filhos, em qualquer área, seriam devido a herança paterna ou materna. Até que ponto isso se dá e como pode ser com relação a nossa origem espiritual? Quem dá as aptidões ao espírito se não ele próprio devido às aquisições e experiências de suas vidas anteriores? E sendo assim o que faz então com que pais e filhos tenham, às vezes, tamanha semelhança e até mesmo de comportamento, de caráter, e muitas vezes de atitudes? Vamos recorrer ao conhecimento da reencarnação e do objetivo da mesma. Por que reencarnamos? E para que fim? Ora, aqueles que estão na nossa família consangüínea não são espíritos indiferentes a nós. São nossos irmãos, a princípio pela filiação divina com a finalidade de crescermos juntos uns apoiando outros e todos trocando experiências, sentimentos, aprendizado para atingirmos a finalidade da nossa existência. Muitas vezes alguns dos nossos familiares são chamados de ovelhas negras da família (lembramos da música da Rita Lee: "levava uma vida sossegada, gostava de sombra e água fresca...") Pois bem, para uma família bem organizada com atitudes morais bem resolvidas, um elemento familiar que destoe, ou seja, indisciplinado, preguiçoso, com hábitos, desde a infância, contrários àquele grupo, seria classificado de estranho àquele grupo. Mas por que isso se dá com tanta freqüência e em todos os grupos familiares, sem exceção? Seria pela misericórdia de Deus? Seria pela justiça? Seria pela lei de solidariedade? Seria por todos esses princípios? Diríamos que sim. Pela misericórdia divina, receberíamos no seio de uma família afinizada entre os seus membros aquele espírito que embora antipático ao grupo necessita de conviver com criaturas de maturidade espiritual capaz de conduzí-lo a amadurecer, aprender valores morais elevados. Para esses que já adquiriram esses valores, elevam-se mais, recebendo no seu grupo o espírito que necessite de auxílio, cumprindo assim a lei de solidariedade que nos liga uns aos outros na grande família universal. Iniciamos o nosso crescimento espiritual pelo amor a si próprio, depois à família, à sociedade, para chegarmos ao amor universal. Quanto tempo isso leva? Muitas encarnações. Podemos observar na questão 205, quando Kardec pergunta aos espíritos, com relação à idéia de algumas pessoas de que a doutrina da reencarnação destruiria os laços de família. E na resposta, os espíritos trazem a idéia da ampliação desses laços com a reencarnação, pois ampliamos os grupos familiares com que convivemos. Vamos pensar naquele irmãozinho nosso tão cheio de dificuldades e que nos causará, certamente, dor e muito trabalho para convivermos com ele na família. Esse irmão provém de uma família espiritual que o ajuda e que pede nosso socorro para ele. Quanta gratidão os guias espirituais desse irmãozinho terá por nós pelo esforço que fizermos em auxiliá-lo a crescer? Fazemos idéia disso? Como isso funciona? Aprendemos com o último Encontro Espírita do "Livro dos Espíritos", realizado no Centro Espírita Léon Denis, aqui do Rio de Janeiro, cujo tema era "Espíritos Protetores", que nós fazemos parte de uma grande rede espiritual e que se estende ao infinito com as diferentes ligações que vamos realizando no decorrer das nossas múltiplas experiências reencarnatórias. Talvez, companheiros, por sermos ainda tão egoístas e orgulhosos queremos manter ligações afetivas eternas com os nossos afins, caracterizando nosso sentimento ainda de posse, não abrindo a nosso família e o nosso coração para recebermos aqueles que Deus, através dos nossos benfeitores espirituais, mandam para junto de nós para aprendermos o amor. Não o amor como é considerado, aquele que receberemos particularmente de alguém que vai nos fazer feliz, mas o amor ensinado pelo Cristo, que sempre teremos a oportunidade de exercitar na nossa convivência familiar, pois a providência divina atende às nossas necessidades. E assim, companheiros, que saibamos reconhecer na nossa parentela a melhor oportunidade de crescermos em sentimentos elevados e assim ganharmos, finalmente, a alegria da convivência familiar perfeita. Que Deus nos abençoe! Perguntas/Respostas: 01. quando você quer dar apoio espiritual a "ovelha negra da família" e esta não aceita! O que fazer pra ajuda-la? Para isso, nós precisamos, muitas vezes, nos auxiliarmos primeiramente, entender o objetivo e a finalidade da vida, como temos oportunidade de entendê-la com a doutrina espírita. Se já nos sentirmos seguros disto, façamos o máximo ao nosso alcance, nunca esquecendo do socorro espiritual, que obtemos através da prece aos guias, a Deus e a Jesus. Feito isso, a nossa consciência ficará satisfeita por ter tentado o possível. Se o outro não aproveitar, o que também não podemos avaliar no momento, se foi proveitoso ou não, só o tempo nos responderá, entregamos a Deus e não fechemos nunca as nossas portas para o outro. 02. ok...se não for pertinente, a pergunta, favor desconsiderar... fico pensando em crianças de orfanato....sabemos que sofremos influência do meio, da hereditariedade e somos seres espirituais.... a criança de orfanato, sem família, não sofre influência familiar, a hereditariedade se manifesta também ou se manifesta somente a influência do meio e do seu próprio ser espiritual???? Vamos pensar no espírito imortal com aquisições anteriores e com necessidades para futuras aquisições. A orfandade é uma prova, pode ser uma expiação, mas é uma experiência da qual o espírito experimentará alguns fatores: carência afetiva, sentimento de rejeição ou perda. Viverá buscando, querendo uma família que seja sua, só sua. Ele pode ser um espírito dócil ou rebelde. Se for dócil, certamente aproveitará essa experiência da melhor forma. Rebelde, dificultará para si mesmo a caminhada. Apesar de órfão, esse espírito teve a sua genética dos pais biológicos. A influência do meio e a família para ele serão as pessoas do orfanato, aquelas que cuidarão dele e os companheiros que serão como irmãos. Se ele tiver merecimento, será cuidado com todo carinho, às vezes com uma qualidade de atenção melhor do que se estivesse junto à família consangüínea. Liza, procure se informar mais acerca dos orfanatos das instituições espíritas. Temos junto ao CELD, aqui no Rio, a Casa Lar, que abriga crianças, cuida da formação escolar, profissional e convivência familiar. Já temos como saber do jovem, adulto que se formou nessa instituição, a avaliação que ele mesmo tem dessa experiência. E são boas para sua formação e eles não se sentem a parte de uma família, apenas a família foi diferente da tradicional. 03. como os pais podem administrar a rivalidade entre irmãos? Rivalidade é ciúme, é o nosso velho egoísmo, enfim, estudem os pais a personalidade dos filhos e oriente espíritos que são, necessitados de aprender a ceder, a compreender e a respeitar o próximo, desejando para o outro o que querem para si próprios. São espíritos revestidos do corpo infantil. 04. Podemos entender que as semelhanças de temperamentos não é hereditariedade, mas sim sintonias que nos fazem reencarnar na mesma família consangüínea ? Com certeza. É a lei da afinidade que aproxima espíritos semelhantes. 05. Como ajudar um parente que está sofrendo pela morte de um irmão? A dor da perda, a saudade do ente querido é inevitável, mas nós podemos consolar esta dor da seguinte forma: Os espíritos que se amam não se afastam definitivamente uns dos outros. No caso da separação pela morte, podemos recorrer a bondade de Deus visitando, se possível, esse ente querido, pedindo assim, numa prece, que se possível, durante o nosso sono, possamos visitá-lo. Isso ameniza a dor. Não devemos nos afligir, pois isso causa dor ao nosso amado. Devemos confiar na separação breve e no futuro reencontro, seguindo o rumo da nossa vida e deixando que o ser querido siga o dele, sem perturbá-lo com a nossa aflição. Se possível, em alguma casa espírita, pedir prece e notícias do desencarnado, o que consola também aos dois irmãos. Bem amigos, com esta respostas, encerramos o bloco, e agradecendo a expositora, passamos a palavra a ela para suas considerações finais. Amiga Cintia, a palavra é toda sua ! Estudemos muito a querida doutrina espírita que nos trará a paz aos nossos corações, compreendendo que Deus é Pai e que Jesus está no leme. Que Deus a todos nos abençoe! Oração Final: pensemos em Jesus.... a reunião se encerra. Amado Mestre Jesus, estávamos aqui reunidos em Teu nome... e agradecemos por isso. Agradecemos por estarmos aqui e, também, por termos aqui para estar.... Amado Mestre, que Tua luz ilumine o coração dos que proferiram a palestra... e ilumine também o coração de nós outros.... para que possamos, igualmente, sermos mensageiros da Tua luz.. iluminando, assim, o caminho daqueles que nos encontrarem... Pai Celestial... derramai suas bênçãos sobre a humanidade inteira, Seus filhos.... que onde houver dor, tristeza, desesperança.... a Luz do Mestre Jesus possa servir como bálsamo... Que a Tua proteção, Mestre, e que a Tua paz, esteja com todos nós.... Assim Seja.