Estudo Espírita Promovido pelo IRC-Espiritismo http://www.irc-espiritismo.org.br Centro Espírita Léon Denis http://www.celd.org.br Tema Extra: Palestra sobre Allan Kardec Expositor: Adriana Barreiros Rio de Janeiro - RJ 04/10/2003 Dirigente do Estudo da Noite: Adriana Oração Inicial: <<_Adriana__> Senhor, ensina-nos: a orar sem esquecer o trabalho; a dar sem olhar a quem; a servir sem perguntar até quando; a sofrer sem magoar seja a quem for; a progredir sem perder a simplicidade; a semear o bem sem pensar nos resultados; a desculpar sem condições; a marchar para frente sem contar os obstáculos; a ver sem malícia; a escutar sem corromper os assuntos; a falar sem ferir; a compreender o próximo sem exigir entendimento; a respeitar os semelhantes, sem reclamar consideração; a dar o melhor de nós, além da execução do próprio dever, sem cobrar taxa de reconhecimento. Senhor, fortalece em nós a paciência para com as dificuldades dos outros, assim como precisamos da paciência dos outros para com as nossas dificuldades. Ajuda-nos, sobretudo, a reconhecer que a nossa felicidade mais alta será invariavelmente, aquela de cumprir-te os desígnios onde e como queiras, hoje agora e sempre. Emmanuel Mensagem Introdutória: EM HONRA A KARDEC Na Doutrina Espírita, não se dirá que Allan Kardec foi ultrapassado, de vez que os nossos princípios avançam com o fluxo evolutivo da própria vida e, à maneira da árvore que para mostrar a excelência do fruto não dispensa a raiz, tanto quanto o edifício vulgar para crescer em nova pavimentação não prescinde do alicerce, o Espiritismo não fugirá das diretrizes primeiras, a fim de ampliar-se em construções mais elevadas, com a se Superam-se técnicas e processos de luta material. A revelação divina, porém, desenvolve-se com a própria alma do homem, porque a infinita sabedoria não nos esmaga com sua grandeza, nem nos enceguece com a sua luz, esperando que nós mesmos, ao preço de esforço e trabalho, na escola do progresso, nos habilitemos a suportar o conhecimento superior, estendendo-lhe a claridade e realizando-lhe os objetivos. Em razão disso, foi o próprio codificador quem definiu em nossa Doutrina um templo de postulados que a evolução se incumbiria de honorificar em constante expansão, nela plasmando não apenas o altar da fé renovadora que nos religa ao Cristo de Deus, mas também o acesso ao campo aberto da indagação filosófica e científica, para que não estejamos confinados ao dogmatismo enregelante e destruidor. Não edificaremos por nossa vez, no santuário espírita, senão aquele desdobramento necessário a todo serviço de luz e fraternidade, que iniciado a benefício das criaturas, a todas elas deve atingir no justo momento em obediência às leis da evolução, de que Kardec foi emérito defensor. Cabe-nos hoje tanto quanto ontem, estudar-lhe a obra regeneradora e vitalizante, a fim de que não nos percamos à distância da lógica e da simplicidade que lhe ditaram o ensinamento, e não nos empenharemos no cipoal da inutilidade ou da sombra porquanto, nele, o apóstolo do princípio, encontramos o roteiro seguro para a integração com Jesus, Nosso Mestre e Senhor. Emmanuel o Livro: Doutrina e Vida Psicografia: Francisco Cândido Xavier Editora: CÉU Exposição: <_Adriana__> Vamos ao estudo desta noite cujo tema é: Allan Kardec, tema este escolhido em decorrência da data comemorativa do nascimento do codificador da doutrina espírita O prefessor Hippolyte Léon Denizard Rivail nasceu em 03 de outubro de 1804, na cidade de Lyon, casou-se com Amélie Gabrielle Boudet, companheira dedicada e fundamental para suas realizações. Ele já havia ouvido falar sobre o assunto das mesas girantes e não entendia bem o que estava acontecendo. Como homem criterioso que era, Kardec não se deixava levar por modismos e como era estudioso do magnetismo humano, acreditava que todos os acontecidos poderiam estar ligados à ação das próprias pessoas envolvidas, e não de uma possível intervenção espiritual. Em 1855, , professor de francês, de aritmética, pesquisador de astronomia e magnetismo, teve seu primeiro contato com os fenômenos que o levariam a impulsionar-se rumo à codificação da doutrina espírita. Tal aconteceu por intermédio de um amigo seu, que o convidou para ver de perto estas manifestações que ocorriam nos salões da capital francesa. Allan Kardec, pseudônimo usado pelo professor Rivail, era discípulo de Pestalozzi, chamado de pai da pedagogia moderna. "O método Pestalozzi de ensino era baseado nos princípios do Iluminismo. Os estudantes eram encorajados a abraçar os ideais de reformas políticas e sociais e embora Rivail permanecesse católico, ele adotou a atitude "mente aberta" de um Livre Pensador. Ele acreditava que a educação era a chave para harmonizar as relações entre o "Rico e o Pobre". Esses fatores parecem ter influenciado muito o interesse que os ensinamentos dos espíritos provocaram em Rivail mais tarde. Não foi só o fato dele ser mente aberta o suficiente para não rejeitar os ensinamentos por razões religiosas, mas eles foram como uma confirmação de sua crença na igualdade e que iam também de encontro a muitos dos dogmas da Igreja". (A Carreira de Allan Kardec, por Steve Hume - Recomendo a leitura deste artigo na íntegra) O professor então participou de algumas sessões, e algo começou a intrigá-lo. Percebeu que muitas das respostas emitidas através daqueles objetos inanimados fugiam do conhecimento cultural e social dos que faziam parte do "espetáculo". Como os móveis, por si só, não poderiam mover-se, fatalmente havia algum tipo de inteligência invisível atuando sobre os mesmos, e respondendo aos questionamentos dos presentes. Porém, Kardec, que presenciava a afirmação daqueles que se manifestavam, dizendo-se almas dos homens que viveram sobre a Terra, recebeu uma mensagens, dirigida a ele especificamente. Um ser invisível disse-lhe ser um Espírito chamado Verdade e que ele, Rivail, tinha uma missão a desenvolver, que seria a codificação de uma nova doutrina . Nosso codificador, atento ao que o Espírito lhe dizia, e depois de muitos questionamentos à entidade, pois não era homem de impressionar-se com elogios, resolveu aceitar a tarefa que lhe fora incumbida. O Espírito de Verdade disse ser de uma falange de Espíritos superiores que vinha até aos homens cumprir a seguinte promessa de Jesus: " "E eu rogarei ao Pai e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre; o Espírito de Verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece; mas vós o conhecereis, porque habita convosco e estará em vós... Mas, aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito". Através dos Espíritos, o professor Rivail descobriu que em uma de suas encarnações anteriores havia sido um sacerdote druida, de nome Allan Kardec, adotando o pseudônimo. Sua finalidade era que as pessoas, ao tomarem conhecimento dos novos ensinamentos espirituais, não os aceitassem por ser ele, um conhecido educador, quem estivesse divulgando, mas sim, que todos os que tivessem contato com a boa nova a aceitassem pelo seu teor racional e sua metodologia objetiva, independente de quem a divulgasse ou a apoiasse. Kardec dedicou 14 incansáveis anos à montagem da doutrina espírita. No início, para comunicar-se com os Espíritos e receber as respostas sobre os objetivos de suas comunicações e os novos ensinamentos, Kardec utilizou um mecanismo diferente, a chamada cesta-pião: um tipo de cesta que tinha em seu centro um lápis. Nas bordas das cestas, os médiuns, pessoas que ele assim chamou por terem a capacidade de receber mais ostensivamente a influência dos Espíritos, colocavam suas mãos, e através de movimentos involuntários, as frases-respostas iam se formando. Julie e Caroline Baudin, duas adolescentes de 14 e 16 anos respectivamente, foram as médiuns mais utilizadas por Kardec no início. Com o tempo, a cesta foi substituída pela psicografia. Todas as perguntas feitas por Kardec e as respostas dadas pelos Espíritos eram revisadas e analisadas várias vezes. As mesmas perguntas respondidas pelos Espíritos através das médiuns eram levadas a outros médiuns, tanto na Europa quanto na América. Assim, o codificador viajou por cerca de 20 cidades. Tudo isso para que as colocações dos Espíritos tivessem a credibilidade necessária, pois estes médiuns não mantinham contato entre eles, somente com Kardec. Este controle rígido de tudo o que vinha de informações do mundo espiritual ficou conhecido por "Controle Universal dos Ensinos dos Espíritos", metodologia usada por Kardec que consiste na seguinte premissa: qualquer informação vinda do plano espiritual só terá validade para o Espiritismo se for constatada em vários lugares, através de diversos médiuns, que não mantenham contato entre si. Fora isso, toda comunicação espiritual será uma opinião particular do Espírito comunicante. Allan Kardec preparou diversos livros que compõem as obras básicas da Doutrina Espírita, a Codificação, tendo início em 1857 com o lançamento de O Livro dos Espíritos. Estes livros contêm toda a teoria e prática da doutrina, os princípios básicos e as orientações dos Espíritos sobre o mundo espiritual e sua constante influenciação sobre o mundo material. Durante a codificação, desafiando todas as dificuldades, sem dizer nada a ninguém, Kardec também lançou a Revista Espírita, tendo início em janeiro de1858. Ele não tinha nenhum assinante, nem nenhum custeador para a revista. Nela, ele comentava notícias, fenômenos mediúnicos e informava aos adeptos da nova doutrina sobre o crescimento do Espiritismo e sua divulgação. Kardec seguiu o conselho de um Espírito amigo, que consta em Obras Póstumas: "De começo, deves cuidar de satisfazer à curiosidade; reunir o sério ao agradável: o sério para atrair os homens de Ciência, o agradável para deleitar o vulgo. Esta parte é essencial porém a outra é mais importante,visto que sem ela o jornal careceria de fundamento sólido. Em suma, é preciso evitar a monotonia por meio da variedade, congregar a instrução sólida ao interesse que, para os trabalhos ulteriores, será poderoso auxiliar." A Revista Espírita serviu várias vezes como fórum de debates doutrinários, entre partidários e contrários ao Espiritismo. Era um verdadeiro laboratório, onde diversos assuntos eram tratados à luz do Espiritismo, publicava-se correspondências e experiências relatadas, com base na nova doutrina. A Revista Espírita é de tamanha importância que Allan Kardec indica, no capítulo 3o. de "O Livro dos Médiuns", quinta edição, portanto mesmo após a publicação de suas outras três obras, como obrigatória para o estudo da Doutrina. Aconselha mesmo a seguinte ordem para esse estudo: 1) O Que é o Espiritismo? 2) O Livro dos Espíritos 3) O Livro dos Médiuns 4) A Revista Espírita. Kardec refere-se à ela como: "Variada coletânea de fatos, de explicações teóricas e de trechos destacados que completam a exposição das duas obras precedentes, e que representa de alguma maneira a sua aplicação. Sua leitura pode ser feita ao mesmo tempo que a daquelas obras, mas será mais proveitosa e sobretudo mais compreensível após a leitura de "O Livro dos Espíritos". A Revista Espírita foi traduzida do francês e publicada na forma de livros, sendo que, cada um é a união das revistas publicadas em um ano. Aos estudiosos do Espiritismo, ela é uma obra valiosíssima, pois nela encontramos a dedicação, argúcia, bom senso e cuidado meticuloso de Kardec com o material recebido mediunicamente e das cartas dos leitores pró e contra os estudos por ele realizados. Ali conhecemos as nuanças da personalidade desse homem tão especial para nós, que dedicou os últimos anos de sua existência ao desenvolvimento e propagação das idéias espíritas,sem jamais se exaltar com os detratores delas, sem se envolver com os frívolos e nunca perdendo a oportunidade de esclarecer. Ali trabalhou as idéias e os conhecimentos que haveriam de ser lançados nas obras subseqüentes e tão importantes como as citadas acima: O Evangelho segundo o Espiritismo O Céu e o Inferno ou a Justiça Divina segundo o Espiritismo A Gênese, Os Milagres e As Predições segundo o Espiritismo Também em 1858, Kardec fundou a Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas. Constituída legalmente, ela passou a ser a sede do Espiritismo, local de estudos e incentivadora da formação de novos grupos. Allan Kardec desencarnou em 31 de março de 1869, aos 65 anos. Sua causa mortis foi um aneurisma. A persistência e estudo constantes de Kardec foram essenciais para a elaboração do movimento espírita e organização dos ensinos do Espíritos Superiores. Perguntas/Respostas: 01. O evangelho foi publicado antes ou depois daquela ordem que ele aconselhou seguir para os estudos da doutrina? <_Adriana__> Conforme eu coloquei, NinhaXinna, o Evangelho segundo o Espiritismo foi publicado depois da ordem dada por Kardec, visto que ele só a introduziu no Livro dos Médiuns em sua 5a edição e na 5a edição do Livro dos Médiuns, o Evangelho Segundo o Espiritismo já havia sido publicado. O que Kardec quis dizer com aquela ordem foi que o corpo de idéias da doutrina espírita está contido naquelas obras, o que jamais invalida as outras três, que estão fora da lista. 02. Então ontem foram completados 199 anos do seu nascimento? <_Adriana__>exato, ourives_1 e ano que vem haverá um congresso em Paris, em outubro, em comemoração ao segundo centenário da data. Oração Final: que Deus em ação em nós, nosso santo ser Crístico abençoe-nos que o amado mestre Jesus que tantos ensinamentos nos deixou... oriente-nos durante nossa caminhada... que nossas escolhas, planos e realizações... sejam sempre orientados pela Única e Perfeita Essência que em nós habita... para que possamos manifestar humildemente toda a nossa grandiosidade... de filhos de Deus, de seres que cada vez mais estão conscientes da Verdade da Luz do Amor e da Sabedoria Divinas que a Vontade de Deus que é sempre Perfeição seja feita hoje e sempre assim seja