Estudo Espírita Promovido pelo IRC-Espiritismo http://www.irc-espiritismo.org.br Centro Espírita Léon Denis http://www.celd.org.br Tema: "O Quinhão do Discípulo" - "Pontos e Contos" Expositora: Dulce Mara Brasília 11/12/1999 Dirigente do Estudo: Mauro Bueno Oração Inicial: <@Safiri> Senhor, nosso Pai, obrigada por mais esta oportunidade de aqui estar, com nossos amigos em busca do aprendizado que nos leva, a cada dia, a crescer em Cristo a evolução espiritual. Que nosso Pai possa nos iluminar neste momento, para que possamos assimilar a lição e traduzi-la em ações no dia a dia. Que Deus nos abençoe e abrace nossa irmã Dulce Mara nos trabalhos de hoje. Que assim seja! Exposição: <@_Mara_> Boa noite a todos os amigos. "Espíritas! Amai-vos, este o primeiro mandamento; instruí-vos, este o segundo." Essa máxima do Espírito de Verdade, contida no Evangelho Segundo o Espiritismo, nos coloca a necessidade do estudo constante, como parte integrante de nosso processo de crescimento. Felizmente nós já podemos estar aqui, estudando "O Livro dos Espíritos", cujos ensinamentos são a base de nossas vidas. Cientes e concordes com a importância desse aprendizado continuo, os espíritos trazem novamente esses mesmos ensinamentos, através das mais variadas formas: livros científicos, filosóficos, romances, poesias, mensagens. Material para estudo e aprofundamento é o que não nos falta. E em estilos que agradam aos mais diversos gostos. (Portanto, meninos, não temos desculpa para não estudarmos! :)) Essa pequena - grande história, por exemplo, trazida a nós pelo nosso querido Humberto de Campos, o Irmão X, lembra-nos a passagem evangélica "Pedi e obtereis, buscai e achareis, batei e abrir-se-vos-á, que trata da nossa postura perante a Espiritualidade, no tocante ao nosso aperfeiçoamento. Podemos considerar os seus personagens como símbolos de nós mesmos, de nossas vidas e, refletindo em seu significado, podemos averiguar em que estágio nos encontramos, que posturas temos adotado e o que necessitamos modificar para crescer. Na história, Jesus é o símbolo da Espiritualidade Amiga, que está sempre ao nosso lado, acompanhando-nos em nosso processo evolutivo. Todos somos ouvidos e amorosamente atendidos na medida das nossas necessidades, com vistas ao crescimento espiritual. Os espíritos que estão ainda no início de sua evolução, estão cientes já da existência de um poder maior a lhes dirigir as experiências. Porém, sem grande consciência de seu próprio papel neste processo, colocam-se perante a Espiritualidade, qual a criança que tudo espera do adulto, por estar totalmente na dependência dele. Esses vivem o "pedi e obtereis" somente. Nessa fase, o espírito começa a perceber o mundo a sua volta e as suas preocupações maiores se resumem à vida física, na luta pela sobrevivência e na conquista dos aspectos materiais. Nesse aprendizado, no entanto, a pouco e pouco, vai desenvolvendo seu raciocínio rumo a planos maiores. Na história de hoje, poderíamos colocar a mãe que pede pelos filhos, a linda moça que pede pela saúde do noivo, bem como o lavrador, que pede pela boa colheita, como símbolos desse estágio evolutivo. A mãe solicita a Jesus a sua complacência vigilante para os filhos. Muitas vezes, aguardamos da Espiritualidade amiga, a proteção incondicional para nós ou para os que amamos, esquecidos da necessidade de nos responsabilizarmos pelos nossos atos, o que a própria Lei Divina nos impõe, e sem atentarmos para as possibilidades de ação que temos no momento. A linda moça que pede por seu noivo, pede na verdade por ela, quando diz que sem ele não viverá. Ela simboliza as pessoas que se deixam levar por um excessivo apego aos companheiros de jornada terrestre, esquecidos de atentar para as necessidades evolutivas deles e colocando a sua presença física ao seu lado, como medida da capacidade de viverem a vida. O agricultor é o símbolo da pessoa que tudo aguarda da vida na Terra. Todos os seus desejos, todas as suas aspirações encontram-se focados nessa única experiência, não levando em conta que ela é apenas uma experiência. A Terra torna-se então, o celeiro, o recreio e a esperança, como se ela fosse o nosso definitivo lar, onde não cabem ideais espirituais maiores. Felizmente, vida e morte se alternam para o Espírito, nessa maravilhosa viagem em direção à perfeição. E aos poucos, solidificando o aprendizado que essas experiências trazem, o espírito, em um dado momento, mais consciente, desperta para a necessidade de mais amplos conhecimentos e relações mais abrangentes, rumo ao plano espiritual. Os valores materiais, imediatistas e egocêntricos, importantes num primeiro momento, já não o realizam completamente. Algo mais se faz necessário. Nessa fase, o "buscai e achareis" começa a ser vivenciado. O espírito é parte ativa de seu crescimento espiritual, estando sensibilizado para as necessidades do outro. Ele não se isenta da ajuda do Mundo Espiritual, porém, já não espera tudo dele. Quer participar conscientemente e quer que o bem advindo de sua ação, beneficie, não só a ele, mas a outros. O rico e o sábio, da nossa história de hoje, simbolizam esse estágio que corresponde ao "buscai e achareis". Tanto o rico quanto o sábio já não pedem apenas por si mesmos e tendo em vista o seu pequeno mundo. Eles já aspiram a auxiliar a muitos. E quando pedem, não pedem que Jesus tudo faça. Pedem que ele ofereça condições para que eles mesmos possam atuar na consecução de suas aspirações. Mas, continua o espírito a sua jornada evolutiva. E o produto das experiências de cada encarnação, somando-se aos precedentes, culmina no "batei e abrir-se-vos-á", resultado de uma elaboração profunda no mundo íntimo do Ser, onde o impulso da vontade, já bastante desenvolvido, se une ao impulso evolutivo, sobrepujando assim o impulso atávico, em direção a uma expressão mais completa de todo o seu potencial espiritual. Nessa fase, o espírito já está consciente da Moral Cósmica, passando então a se integrar a ela, movimentando todo o seu esforço na direção do Bem. Com a visão assim ampliada, liberta-se mais facilmente dos grilhões da dor, da escravidão aos instintos e das imposições do meio, tornando-se mais apto a se auto-dirigir em ressonância profunda com a Lei Divina. E, na nossa história, temos o símbolo desse estágio no "homem diferente" que penetra o ambiente ali formado. Vejamos que Irmão X o descreve com características bem denunciadoras de seu mundo íntimo: olhar lúcido, traduzindo profunda sede interior, gestos respeitosos, denotando confiança e veneração imensas. E, quando em ligação com a Espiritualidade Maior, o faz para, antes de mais nada, reconhecer a Bondade Infinita que nos dá exatamente tudo o de que necessitamos no momento em que necessitamos. Atentemos que ele nos fala de toda a caminhada evolutiva que já fez, quando diz que vezes inúmeras esteve na Terra, lidando com o desejo e a posse, com a esperança e a realização, deixando claro que aquele amadurecimento era fruto de conquista árdua e demorada. E então, ao invés de pedir, ele bate à porta estreita de que nos fala Jesus, se dispondo ao serviço junto a Ele. Ele nada pede, nada exige e apenas pergunta, como todos os grandes espíritos que chegaram a essa fase o fizeram: "Que me reservas, senhor?" Ou, lembrando-nos de Paulo: "Senhor, eu creio. Que queres que eu faça?" E a resposta, sempre a mesma, solicita que o homem retorne ao campo de seus deveres. Ou seja, retornar à Terra, retornar ao seu dia-a-dia e não, ir para um ambiente especial, separado dos demais. Retornar não mais para ser especialmente agraciado por uma proteção incondicional, nem para simplesmente angariar experiência na vida, mas, acima de tudo para viver a grande Lição, Lição essa que Jesus nos trouxe com seus ensinamentos vivos, na postura de quem veio, não para ser servido, mas para servir. Que nós que já estamos bebendo desses ensinamentos, dessa forma tão ampla e profunda que nos faculta a Doutrina, possamos nos dispor a entrar pela porta estreita da Lição Crística, que é estreita no sentido de se exigir o abandono das ilusões materiais, mas que se abre para um mundo amplo e de beleza infinita, que nos encherá de paz e harmonia todo o Ser. Que Jesus esteja conosco nesta sublime empreitada! Graças a Deus. (t) Perguntas/Respostas: [01] <+Sadyk-SP> Será que é mais cristão aquele que não pede, mas se predispõe a oferecer? <@_Mara_> Sadyk, toda ação em direção há uma relação mais íntima com a Espiritualidade Maior é válida amigo. Na faixa evolutiva em que nos encontramos, necessitamos ainda do amparo desses Amigos queridos e, muitas vezes, quando pedimos, pedimos pelo bem do outro e quando pedimos por nós, estamos muitas vezes exercitando visualizar os nossos limites ainda tão grandes então, nada de mal há em pedirmos ajuda. (t) [02] <+[{Jade_no_estudo}]> Me chamou a atenção a história desse tipo de egoísmo que faz, por exemplo, a noiva pedir pelo noivo, quando na verdade está pedindo por ela mesma. Onde posso encontrar mais sobre esse tema? (t) <@_Mara_> Jade, não tenho uma bibliografia específica sobre o tema, mas, com certeza, nas leituras das várias mensagens da espiritualidade poderemos encontrar orientações acerca disso. Muitas vezes pedimos por outros, mas, no fundo, pensando em nós. Faz parte ainda de nosso aprendizado. Estou me lembrando dos livros de André Luiz, se não me engano, "Obreiros da Vida Eterna", que fala de vários desencarnes. Ali, com certeza, encontraremos mais acerca desse apego. (t) [03]<+Sadyk-SP> Há representado na mensagem introdutória uma hierarquia da evolução do homem? Entendi certo? (t) <@_Mara_> Sim, Sadyk. Foi este o enfoque que quisemos dar, mas, nessas histórias, podem haver mais de um significado, dependendo do momento em que as lemos, descobrimos sempre coisas novas. Por isso a necessidade de estudarmos sempre. Nessa passagem evangélica, vislumbramos um crescente de atitudes, cada vez mais conscientes, do espírito. (t) [4] <+Sadyk-SP> Poderíamos afirmar que o trabalho é necessário para a evolução do homem. Marx estaria certo? Pois, o último a pedir enfatiza o trabalho do homem como valor! (t) <@_Mara_> Eu não entendo muito de Marx, Sadyk, mas, se está falando de esforço próprio, não tenha dúvidas, amigo. A cada um segundo suas obras, não tem outro caminho. (t) Oração Final: <@claralice_estudos> Boa noite, amigos! Neste instante nos preparamos para finalizar nossas atividades de estudos e assim sendo, buscamos em pensamentos todos os nossos benfeitores espirituais, amigos dedicados que nos favorecem tantas oportunidades de aprendizado na seara desta doutrina de evolução, buscamos nossos protetores espirituais destas atividades e do Canal Espiritismo, e sentindo a paz que o Mestre Jesus nos oferece, sentindo-lhe a presença amiga junto de todos nós, muito temos a agradecê-lo pelos recursos da informática, aqui a serviço do esclarecimento e do bem. Agradecemos a Deus e a Jesus pela sabedoria da página estudada nesta noite pela explanação por nossa irmã, a quem rogamos também as bênçãos de Deus e de Jesus. Agradecemos a presença de todos e por todos também rogamos a proteção e bênçãos divinas. Que essa proteção possa também se estender ao amigo coordenador desta tarefa e a todos os irmãos que o assistem na esfera espiritual superior. Enquanto mais uma vez agradecemos por aqui termos podido estar e que Deus e Jesus nos renovem as disposições mentais, espirituais e intelectuais para os estudos, hoje e sempre. Assim seja!