Estudo Espírita Promovido pelo IRC-Espiritismo http://www.irc-espiritismo.org.br Centro Espírita Léon Denis http://www.celd.org.br Tema: O Anjo, O Santo e o Pecador "O Livro dos Espíritos" Questões 114 a 127 Expositora: Dulce Mara Brasília 13/05/2000 Dirigente do Estudo: Mauro Bueno Oração Inicial: Deus, Pai de amor e infinita misericórdia, eis que mais uma vez nos encontramos aqui, por intercessão de Tua graça para, juntos, estudarmos os ensinamentos contidos nas Tuas sagradas leis à luz da Doutrina Consoladora. Pai, que Jesus, Nosso Mestre Maior, Maria Nossa amada Mãe e todos os benfeitores espirituais que sempre nos auxiliam nesta tarefa, possam envolver a todos nós, sobretudo à nossa irmã que conduzirá o estudo da noite de hoje, a fim de que possamos elevar um pouco mais nossos conhecimentos. Que possamos, ainda, Pai, converter esses conhecimentos em prática diária, através da vivência dos ensinamentos adquiridos. Pai, abençoa a cada um de nós, encarnados e desencarnados, que aqui nos encontramos neste ambiente virtual, em busca de nos melhorarmos. Que o nosso estudo da noite de hoje possa transcorrer num perfeito clima de paz e harmonia. Assim seja! (t) Exposição: Olá, amigos. Vamos conversar hoje sobre um tópico de "O Livro dos Espíritos" muito consolador: Progressão dos Espíritos - questões de 114 a 127. Nesse item, os Espíritos abordam questões importantes que nos conscientizam do nosso papel na vida e da responsabilidade individual que temos nessa caminhada rumo à perfeição, que é o destino de todos os princípios espirituais creados por Deus. Os Espíritos foram criados simples e ignorantes (isto é, sem saber), destinados à perfeição que alcançarão mediante as várias experiências por que passam nos diversos planos da vida, através das provas que se lhes deparam e que lhes proporcionam oportunidade de auto-conhecimento e desenvolvimento de todas as suas potencialidades. Se atentarmos para o fato de que somos criaturas de Deus, entenderemos que potencialmente somos perfectíveis, sendo o nosso caminho o de expressarmos em plenitude e de forma consciente essa perfeição. Assim, evoluir é, acima de tudo, conscientizar-se da perfeição inerente ao ser. Com este objetivo, caminha o princípio espiritual, simples e ignorante, ou seja, inconsciente ainda de suas potencialidades sublimes, rumo à perfeição que o aguarda. Começando por vivenciar experiências na matéria, habita desde as formas mais simples às mais complexas, estagiando nos diversos reinos inferiores existentes, amplamente amparado por Inteligências Superiores que o apoiam, sem contudo tolher-lhe as iniciativas no esforço para avançar, até que alcançam os albores da razão, quando então se iniciam no reino hominal. Ao despertar, neste reino, habitando um corpo já capaz de receptar, registrar e transmitir vibrações contínuas da mente, assim como gravar mais perfeitamente os resultados das experiências vividas, o espírito percebe cada vez melhor que é um ser individual e busca incessantemente compreender e dominar o mundo que o cerca. Nessa jornada sublime da evolução, vida e morte se sucedem para o homem-animal, através das quais vão-se desenvolvendo, pelo seu próprio esforço, o intelecto, o sentimento e a razão, impelindo-o à busca constante do Conhecimento da Verdade, que permitirá o desenvolvimento da Ciência, da Filosofia e da Religião, que facultarão ao homem a conquista plena da Consciência Cósmica, que se traduz pela expressão máxima do Amor, que é a Lei Fundamental do Cosmos e que "cobre a multidão dos pecados" que praticamos em nosso processo evolutivo, fruto da ignorância que vamos, pouco e pouco, clareando através das reencarnações. Esse processo evolutivo sempre existiu. Porém, o Espiritismo no-lo traz, em toda a sua beleza, permitindo uma visão consoladora de nosso próprio caminho, quando nos esclarece que: - Evoluir pelo processo que aqui foi exposto e atingir a perfeição é caminho comum a todos os Espíritos, sem exceção. "Sede perfeitos como vosso Pai Celestial é perfeito"; (Jesus Cristo) - Não há espírito que fique eternamente no mal, ou, como nos diz Jesus: "Nenhuma das minhas ovelhas se perderá", o que é consolador a nós mesmos quando nos deparamos com nossas imperfeições e que tanto nos lembram os romances espíritas, como o "Libertação", de André Luiz, onde podemos assistir o Amor transformando o mal em Amor, no caso de Gregório; - Um espírito jamais retrograda e que todo aprendizado que nós angariarmos, ainda que pequeno aos nossos olhos, jamais se perderá. Então, vale a pena semear em nós e junto ao próximo. "Vós sois o sal da terra. Brilhe a vossa luz"; - Depende de nós, de nosso esforço próprio o tempo que levaremos para alcançar a perfeição, sendo cada um de nós responsáveis pelo que nos ocorre a cada momento, pois somos os artífices de nossa felicidade ou de nossa infelicidade. "A cada um será dado segundo as suas obras"; - Não importa o quanto erramos e quão sérios tenham sido esses erros, mereceremos sempre o Amor desvelado do Pai em nossa direção, a nos oferecer sempre novas oportunidades de nos reerguermos através da reencarnação. "O amor cobre a multidão de pecados". A conseqüência natural desses esclarecimentos é a de nos conscientizarmos da importância do "conhece-te a ti mesmo", empreendendo com coragem a nossa reforma íntima, tarefa inadiável e que, em sendo feita, traduz o nosso aceite profundo ao convite sublime que Jesus nos fez há dois mil anos e que se renova a cada vez que contatamos os seus ensinamentos: "Brilhe a vossa luz". Que possamos caminhar de hoje em diante, com a certeza do nosso destino luminoso já predito por Jesus quando, atestando a sua confiança em nossa capacidade, afirmou: "Amarás a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo." (t) Perguntas/Respostas: [01] Mara, um espírito que não gosta de si mesmo, tem pouca auto-estima, não faria erros ao atender esta frase: "Amarás a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo."? MBueno, na nossa caminhada evolutiva, vamos, pouco e pouco, entrando em contato com a Verdade. Deus, na sua sabedoria infinita, proporciona ao Ser apenas o alimento que este possa digerir. Assim, as verdades nos chegam de forma correspondente ao nosso momento evolutivo. Como muitos Espíritos já estavam num certo patamar evolutivo, o Espiritismo veio, trazendo a Verdade de forma clara e profunda. Mas, nem todos se atém a ele, pois que outros são ainda os seus interesses e a sua visão. Nessa caminhada em direção à Perfeição, erramos muitas vezes e erraremos ainda outras tantas, porém, pela própria bondade do Pai, aprendemos inclusive com os nossos erros. Um deles é com certeza o de não nos amarmos, o que é diferente de sermos egoístas. Enquanto não nos amarmos efetivamente, não amaremos verdadeiramente o próximo que é nosso semelhante, e não amaremos a Deus, pois que, como o próprio Jesus nos disse: "Deus está nos Céus e o reino dos Céus está dentro de cada um de nós." Por isso tão importante o "conhece-te a ti mesmo". Trabalhemos. (t) [02] Todos nós fomos criados simples e ignorantes, trazendo em nós tendências para o bem e para o mal, cabendo a nós desenvolvê-las segundo nosso livre-arbítrio. Como explicar o fato de alguns optarem pelo bem e outros pelo mal. Alguma dessas tendências se apresentaria mais forte que a outra? Seria essa a razão? Querida Selma, segundo nos ensinam os Espíritos amigos, o mal é ausência do Bem e, segundo esclarecem os Espíritos em "O Livro dos Espíritos", os Espíritos têm o livre-arbítrio de optarem pelo mal ou pelo bem, sendo o mal, fruto da ignorância, tanto que, mais cedo ou mais tarde, todos volveremos ao Bem definitivamente. Atentemos na resposta dos Espíritos à questão 126: "Deus olha de igual maneira para os que se transviaram e a todos ama com o mesmo coração. Aqueles são chamados maus, porque sucumbiram. Antes, não eram mais que simples Espíritos." O mal é, insistimos, a ausência do Bem, os que o praticam, são os que sucumbem e que, pela Lei de Causa e Efeito, repararão esse afastamento das Leis Divinas, pela dor e pelo sofrimento as mais das vezes. Que tenhamos compaixão de nós e de nossos irmãos, todas as vezes que sucumbirmos. Não há tendências mais fortes que outras, senão, não seríamos criados simples e ignorantes. O que há é a liberdade de opção, que é sempre respeitada. (t) [03] Qual a diferença que há entre religião e ser seguidor de religião? Jesus33Cristo, lindo nick o seu, e muito inspirador! Existe mesmo uma diferença entre a religião e ser seguidor de uma religião. Por isso Jesus uma vez, ao ser questionado sobre a Lei, responde com duas perguntas: O que é que diz a Lei? O que é que lês nela? Uma coisa é o que diz a religião, outra é o que entendemos do que está escrito. As religiões, salvo alguns reparos naturais de quem as compilou, são ensinamentos que merecem o nosso estudo e o nosso respeito. Mas, podemos julgar que algumas não nos servem, o que não quer dizer que não são importantes para os outros. Os Espíritos nos dizem: Não julgue a religião pelo seguidor, nem o seguidor pela religião. A religião pode não ser de nosso agrado, mas a pessoa ser uma boa pessoa. Assim como pode-se ter a melhor religião, sendo que o que se diz seu seguidor, não a honra com palavras e atos. Resumindo: não julgueis para não serdes julgados, mas, ainda, há religiões e religiões, que são a expressão de nossa caminhada evolutiva. Quanto mais evoluídos, mais os ensinamentos se ampliam e se aprofundam, até que, um dia, chegaremos a viver a Religião Cósmica, se assim podemos nos expressar, que pode ser definida como: "a cooperação consciente do homem com a Lei Divina, no processo da própria evolução." (t) [04] <_angelo__> Dulce, individualidade e muito instinto. Estas poderiam ser as principais características dos simples e ignorantes? Poderiam ser eles (ou nós) os primeiros habitantes do nosso orbe (cerca de 30 mil anos)? Angelo, quando os espíritos falam dos simples e ignorantes, entendo que eles falam de nossos primórdios, ou seja, de quando ainda éramos princípios espirituais, e isso foi há bem mais de 30 mil anos, alguns milhões de anos com certeza, e o instinto surge para o princípio espiritual, na sua fase animal. Agora, individualidade, com certeza, desde o início já o éramos, apenas não tínhamos consciência disso. O que só o processo evolutivo, com o tempo e a experiência, vai nos facultando hoje, ainda temos muito de instinto e o nosso trabalho é sublimá-los, desenvolvendo-nos em direção ao sentimento, sendo o Amor o mais sublime dentre todos. Talvez tenhamos alguns primatas da Terra, como espíritos habitantes do orbe hoje, como os índios que não têm contato com a civilização, talvez, mas, a maioria de nós, vem já de experiências várias, que nos facultam o desenvolvimento e a consciência que temos hoje. (t) [05] <_angelo__> Mara, você entende que podemos evoluir na erraticidade? Ou seja, um bom período de preparação pode garantir uma encarnação proveitosa e rica em experiências? Claro, amigo, o nosso desenvolvimento é contínuo. Planejamos uma encarnação, colocando para nós um objetivo a atingir. Se o cumprimos, aprendemos e precisamos de um tempo para assimilarmos esse aprendizado, para podermos retornar com novo objetivo. Se sucumbimos, planejamos nova empreitada, repetindo as lições. Mas, seja num caso ou noutro, durante a erraticidade, aprendemos. Estudamos, desenvolvemos atividades junto a outros espíritos, ou junto aos encarnados. Só não aproveitamos a estada lá até a próxima encarnação se formos muito sofredores e estivermos engolfados em ódio e vingança, em preguiça ou desatenção, o que denota um estado de alto grau de ignorância, trabalhemos e nos preparemos para que possamos aproveitar sempre o aprendizado. (t) [06] Se todos os espíritos passam necessariamente pela reencarnação, você não acha difícil que algum deles possa ter evoluído sem ter passado pelo mal para chegar ao bem? O que chamamos mal é na verdade ignorância. Quantas vezes nós dizemos: "Ah!...se eu soubesse o que sei hoje, não teria feito o que fiz a 10 anos atrás." Esquecemo-nos de que só sabemos o que sabemos hoje, porque vivemos, como vivemos, esses 10 anos. Segundo os Espíritos, em "O Livro dos Espíritos", há a possibilidade de um Espírito seguir sempre o caminho do Bem, o que não o exime do processo da reencarnação, pois, apesar dos bons pendores, ele ainda assim necessita aprender sobre as Leis, conscientizar-se delas, e a reencarnação, com as diversas provas que apresenta ao Espírito é a escola adequada para esse fim, pelo menos durante um tempo. Apliquemo-nos. (t) [07] Como conviver e superar aquilo que consideramos nossos erros? mcc, Jesus nos ensinou: "Amai os vossos inimigos" nos disse ele. Os nossos erros, as nossas imperfeições, são os nossos "inimigos" internos. Amemo-los, esse o nosso grande desafio. Se não conseguimos acolher a nossa imperfeição, como acolher a imperfeição do outro? Quando Jesus pronuncia: Ama o próximo como a si mesmo, segundo aprendi com o jal, ele enuncia a Lei de Reciprocidade, então, só amaremos o próximo, na medida exata em que amarmos a nós mesmos. Se entendermos que somos espíritos ainda muito imperfeitos, e gosto de dizer que somos crianças espirituais, porque a idéia de criança facilita a nossa aceitação, a nossa disposição de amor, se entendemos que ainda somos crianças, conseguiremos acolher um momento infeliz como apenas um momento, e então, podendo assumi-lo, aprenderemos com ele, o superaremos, sem nos afundarmos na culpa paralisante. Trabalhemos no conhece-te a ti mesmo. Vale a pena. (t) Oração Final: Boa noite amigos! Vamos, neste instante em que ainda estamos envolvidos nessa atmosfera de paz, serenidade, luz e disposição para o crescimento espiritual, nos dirigir aos amigos espirituais que nos assistem nesta atividade e vamos agradecer-lhes por todos os esforços que nos endereçam, afim de que possamos nos integrar em propósitos de aprendizado e de amor e vamos também nos dirigir aos nossos guias espirituais agradecendo-lhes também pela valiosa ajuda que nos dispensam sempre em vários momentos de nosso viver, inclusive neste e vamos também nos dirigirmos em pensamentos a Deus e a Jesus, para nossos agradecimentos por tantas dádivas recebidas. Entretanto, vamos neste momento nos lembrar de todos quanto sofrem de dores morais, dores materiais, de desesperança, de desamor, de desamparo, de angústias, de injustiças, de fome e sede, a todos que encontram: Tristes, desolados, perturbados, obsidiados, vitimados pela dor da "perda" de um filhinho de uma mãe, ou de um pai. Por todos estes irmãos queremos vos rogar, Pai de amor, e também pelos que promovem a guerra o ódio, a miséria, a fome, e a dor e ainda pelos que, tendo oportunidade de auxiliar, ainda não perceberam que em suas mãos estão as chaves do bem. Assim sendo, Pai de Amor e justiça, e Mestre e Amigo Jesus, temos ainda a lhe agradecer por estas bênçãos que rogamos e pelas bênçãos distribuídas no canal a todos que aqui estivemos aos que efetivamente realizaram as atividades por nosso irmão que coordena. Que essas bênçãos ainda permaneçam em nós. Hoje e sempre!