Estudo Espírita Promovida pelo IRC-Espiritismo http://www.irc-espiritismo.org.br Centro Espírita Léon Denis http://www.celd.org.br Tema: O Julgamento - "O Livro dos Espíritos" - Questões 965 a 970 Expositora: Deise Bianchini Mato Grosso do Sul 13/11/1999 Dirigente do Estudo: Mauro Bueno (nick: MBueno) Oração Inicial: <_Cassia_> Vamos, nesse momento, nos unirmos através de nossas mentes, de nossos corações e inspirados pelos ensinamentos de amor que Jesus nos trouxe. Vamos serenar nosso interior, para que nesse momento possamos juntos estudar, aprender, caminharmos um pouco mais em nosso processo evolutivo. Pedimos nesse momento a ajuda de nossos amigos espirituais para que cheguemos ao objetivo de mais essa noite de trabalho. Que assim seja! Exposição: Boa noite, amigos. Deus se ocupa com todos os seres que criou, por mais pequeninos que sejam. Nada, para a sua bondade, é destituído de valor. Deus tem suas leis a regerem todas as nossas ações. Se as violamos, nossa é a culpa. Quando um homem comete um excesso qualquer, Deus não profere contra ele um julgamento. As enfermidades e, muitas vezes, a morte são as conseqüências de excessos. Todas as nossas ações estão submetidas à lei de Deus. Se sofremos as conseqüências dessa violação, só devemos nos queixar de nós mesmos que, desse modo, nos fazemos os causadores da nossa felicidade ou infelicidade futuras. As penas e gozos da alma, depois da morte, nada tem de material, pelo simples fato de que a alma não é matéria. Entretanto, são mil vezes mais vivos do que os que experimentamos na Terra, porque o espírito, uma vez liberto, é mais impressionável, pois a matéria não lhe embota as sensações. Das penas e gozos da vida futura faz o homem grosseira e absurda idéia, porque a sua inteligência ainda não desenvolveu bastante para compreendê-los. Cria , então, como realidade, imagens e figuras que servem como pobre comparação do que se passa na vida espiritual. A felicidade dos bons Espíritos consiste em conhecer todas as coisas; em não sentirem ódio nem ciúme, nem inveja, nem ambição, nem qualquer das paixões que ocasionam a desgraça dos homens. O amor que os une lhes é fonte de suprema felicidade. Não experimentam as necessidades nem os sofrimentos, nem as angústias da vida material. A felicidade dos espíritos é proporcional à elevação de cada um. Só os espíritos puros gozam da felicidade suprema, mas nem todos os outros são infelizes. Entre os maus e os perfeitos há uma infinidade de graus, em que os gozos são relativos ao estado moral. A satisfação das necessidades materiais representa para o homem uma fonte de gozos, mas de gozos do animal, e, quando ele não pode satisfazer a essas necessidades, passa por uma tortura. Livre da natureza animal estará livre desta tortura. Não se deve tomar ao pé da letra o que é dito dos espíritos puros: de se acharem reunidos no seio de Deus, ocupados em lhe entoar louvores. Seria uma bem-aventurança estúpida e monótona. Estar isento das tribulações da vida já é um gozo. Os Espíritos puros conhecem e sabem todas as coisas, dão emprego à inteligência, auxiliando o progresso dos outros espíritos. As suas ocupações são um gozo. Os espíritos inferiores sofrem e os seus sofrimentos são tão variados como as causas que os determinaram, e proporcionados ao grau de inferioridade, como os gozos o são ao de superioridade. Da parte dos espíritos bons, é sempre boa a influência que exercem sobre os outros. Os perversos, entretanto, procuram desviar da senda do bem e do arrependimento os que lhes parecem susceptíveis de se deixarem levar, e que são muitas vezes os que eles mesmo arrastaram ao mal durante a vida terrena. Assim, devemos nos lembrar de que a morte não nos livra das tentações. Entretanto, a ação dos maus espíritos é sempre menor sobre os outros espíritos do que sobre os homens, porque lhes falta o auxílio das paixões materiais. Não há descrição possível dos sofrimentos maiores a que os espíritos maus se vêem sujeitos, como punição por seus crimes. Mesmo os que a sofrem teriam dificuldades em nos dar uma idéia. Todavia, a crença na existência de um "fogo eterno" não passa de uma imagem criada para servir de freios às paixões humanas, que por sinal não deram resultado algum, mesmo entre os que a ensinaram. Os relatos dos espíritos são para nos alertar a respeito das alegrias ou tristezas que tiveram, segundo o seu proceder na Terra. Diante desta realidade da vida futura, aceita por todos nós, os espíritas, não podemos alegar ignorância dos ensinamentos de Jesus, procurando aproveitar melhor o tempo que ainda nos resta da presente encarnação, a fim de que não venhamos a chorar lágrimas de sangue, se deixarmos de pôr em prática tudo aquilo que já aprendemos. É necessário corrigirmos nossos defeitos substituindo-os pelas virtudes que nos conduzirão aos planos felizes da espiritualidade maior.(t) Perguntas/Respostas: [01] Naema, a criação do "fogo eterno" não serviu de mecanismo de controle do clero sobre a população ignorante? (t) Pode ter servido por determinado período mas qual seria a lógica de termos nossos entes queridos queimando eternamente no inferno, enquanto desfrutamos da felicidade do paraíso? É só colocarmos um pouco de razão e veremos que o raciocínio cai por si pois não haveria felicidade alguma em vermos sofrer eternamente àqueles a que amamos. (t) [02] <{Joao}> Sob a luz da Doutrina Espírita, em que consiste o "Juízo Final" bíblico? O juízo final, a separação dos justos não encontra muita lógica na Doutrina Espírita, pois os espíritos vão se aproximando daqueles aos quais se afinizam desde agora e não existiria também um sofrimento eterno para aqueles que se desencaminharam, pois acreditamos que todos os espíritos estão aptos a evoluir, alguns mais devagar que outros mas todos conseguirão. O sofrimento, o dito inferno, nada mais é que um sofrimento moral onde vemos nossos sentimentos e atos expostos a todos pois, não há mais a cobertura física a escondê-los, esse é o nosso sofrimento, uma maneira de vermos nossos erros e procurarmos nos corrigirmos em nova chance evolutiva. Por isso não haveria esse julgamento final. (t) [03] <{Joao}> Não poderia o Juízo final ser ligado ao exílio dos espíritos mais atrasados do nosso orbe, tal qual ocorreu com os irmãos de Capela? Você colocando como Juízo final dá idéia de alguém julgando e punindo, mas somos nós mesmos os construtores de nosso futuro, de nossas penas e gozos. Quando atingirmos a fase de evolução planetária passando de expiação e provas para regeneração, os espíritos que não se adaptarem a esse novo conceito não mais reencarnarão aqui. Mas é uma questão de afinidade! Se você coloca nesses termos, como impossibilidade pelo grau evolutivo de cada espírito, aí eu concordo com o exílio, mas não como escolha de outros e sim como nossa própria escolha.(t) Oração Final: Pai Nosso, fonte eterna de amor e luz, agradecemos a oportunidade de termos estado entre amigos, aprendendo mais e mais de tuas leis e de nós mesmos, aprendendo mais de Moral Universal, aprendendo a sermos mais felizes. Que fique esta nova lição, gravada em nossos corações, que ela frutifique e sirva aos que nos rodeiam. Possamos nós aqui nos encontrarmos novamente na semana que vem, com a alma em alegria intensa, para dividirmos mais uma vez a nossa vontade de conhecê-lo Oh, amado Pai. Assim Seja!