Estudo Espírita Promovido pelo IRC-Espiritismo http://www.irc-espiritismo.org.br Centro Espírita Léon Denis http://www.celd.org.br Tema: Pressentimentos "O Livro dos Espíritos" Questões 522 a 530 Expositor: Mauro Bueno São Paulo 14/07/2001 Dirigente do Estudo: Mauro Bueno Oração Inicial: "Senhor Jesus, bom e amado Mestre Te agradecemos Senhor, pela oportunidade de estarmos aqui reunidos em Teu nome revivendo Teu evangelho de amor, nesta reunião onde iremos estudar um pouco mais da Doutrina Espírita. Ampara Senhor, nosso querido irmão Mauro Bueno, que irá conduzir nossos pensamentos nestes momentos. Ampara cada coração aqui presente Senhor, para que possamos entender que a Lei do Pai é de amor, e que de onde Ele nos veja, estaremos sempre caminhando. E assim Senhor, certos de sua presença amiga e benfazeja , da presença dos mentores dos canais virtuais - Gabriel Delanne e Cairbar Schutel , em nome de Léon Denis e Allan Kardec, mas principalmente em nome de Deus, nosso Pai de infinita misericórdia, que possamos dar por iniciado o estudo da noite de hoje. Fica conosco Mestre agora e sempre. Exposição Que a Paz do Mestre Jesus esteja em vossos corações. Meus comentários vão ao longo das próprias questões estudadas: Pressentimentos O pressentimento é sempre um aviso do Espírito protetor? "É o conselho íntimo e oculto de um Espírito que vos quer bem. Também está na intuição da escolha que se haja feito. É a voz do instinto. Antes de encarnar, tem o Espírito conhecimento das fases principais de sua existência, isto é, do gênero das provas a que se submete. Tendo estas caráter assinalado, ele conserva, no seu foro íntimo, uma espécie de impressão de tais provas e esta impressão, que é a voz do instinto, fazendo-se ouvir. Isto confirma não só a Lei gravada em nossa consciência mas também a programação reencarnatória e todas as suas implicações. Uma coisa entretanto merece uma atenção especial, o instinto aqui citado, fazendo valer a voz do animal representado pelo corpo que tomamos por ocasião da reencarnação. A interação da inteligência (espírito - LE q.71) e este instinto do corpo (animal - LE q.73) é sobre tudo salutar, mutuamente cooperando para o sucesso da encarnação que promovem. É extremamente interessante pensar que podemos lançar mão de nossos instintos e deles fazer algo CERTO . Vemos em outros pontos da Codificação esta aprovação aos instintos, a questão a seguir é bastante específica: É acertado dizer-se que as faculdades instintivas diminuem à medida que crescem as intelectuais? "Não; o instinto existe sempre, mas o homem o despreza. O instinto também pode conduzir ao bem. Ele quase sempre nos guia e algumas vezes com mais segurança do que a razão. Nunca se transvia." Acontecendo que os pressentimentos e a voz do instinto são sempre algum tanto vagos, que devemos fazer, na incerteza em que ficamos? "Quando te achares na incerteza, invoca o teu bom Espírito, ou ora a Deus, soberano senhor de todos, e Ele te enviará um de seus mensageiros, um de nós." Eis o poder da prece em ação. E a invocação também, esta prática quase esquecida nos dias de hoje. Invocar SEU bom espírito é chamar o Anjo de Guarda para um bom papo. Relaxa a mente e deixe-o falar. Ele ESTARÁ lá. Compare os conselhos que recebe com sua consciência e afira quem está falando. Simples e muito eficaz. Difícil é obter bons conselhos de espíritos menos evoluídos. E não é nada mal ficar de "trelelê" com o Anjo de Guarda, o quanto mais melhor. Quem manda ele ou ela gostar da gente, não é mesmo? Os avisos dos Espíritos protetores objetivam unicamente o nosso procedimento moral, ou também o proceder que devamos adotar nos assuntos da vida particular? "Tudo. Eles se esforçam para que vivais o melhor possível. Mas, quase sempre tapais os ouvidos aos avisos salutares e vos tornais desgraçados por culpa vossa." Os Espíritos protetores nos ajudam com seus conselhos, mediante a voz da consciência que fazem ressoar em nosso íntimo. Como, porém, nem sempre ligamos a isso a devida importância, outros conselhos mais diretos eles nos dão, servindo-se das pessoas que nos cercam. Examine cada um as diversas circunstâncias felizes ou infelizes de sua vida e verá que em muitas ocasiões recebeu conselhos de que se não aproveitou e que lhe teriam poupado muitos desgostos, se os houvera escutado. Sem comentários! Erramos cercados de tantas facilidades, tantos dispositivos, tantas diferentes proteções contra o erro, que caracteriza mesmo falta de ter boa vontade de acertar. Se quisermos fazer certo, SEMPRE encontraremos como fazê-lo. Erramos por que QUEREMOS errar. Eis o ponto principal ressaltado nesta questão. Influência dos Espíritos nos acontecimentos da vida Exercem os Espíritos alguma influência nos acontecimentos da vida? "Certamente, pois que vos aconselham." a) - Exercem essa influência por outra forma que não apenas pelos pensamentos que sugerem, isto é, têm ação direta sobre o cumprimento das coisas? "Sim, mas nunca atuam fora das leis da Natureza." Imaginamos erradamente que aos Espíritos só caiba manifestar sua ação por fenômenos extraordinários. Quiséramos que nos viessem auxiliar por meio de milagres e os figuramos sempre armados de uma varinha mágica. Por não ser assim é que oculta nos parece a intervenção que têm nas coisas deste mundo e muito natural o que se executa com o concurso deles. Assim é que, provocado, por exemplo, o encontro de duas pessoas, que suporão encontrar-se por acaso; inspirando a alguém a idéia de passar por determinado lugar; chamando-lhe a atenção para certo ponto, se disso resulta o que tenham em vista, eles obram de tal maneira que o homem, crente de que obedece a um impulso próprio, conserva sempre o seu livre-arbítrio. A questão demonstra que somos bem menos assombrados que muitos gostariam. Os espíritos não ficam o tempo todo brincando com a Natureza, aliás, ao contrário, essa segue seu curso à despeito de nós. A vida sempre encontra ou FAZ seus caminhos. E como o acaso não existe e o DESTINO também não, eis que interagimos em cada pequeno transtorno da vida diária, quase conscientemente nos guiando para a tragédia, como veremos nas questões abaixo. Tendo, como têm, ação sobre a matéria, podem os Espíritos provocar certos efeitos, com o objetivo de que se dê um acontecimento? Por exemplo: um homem tem que morrer; sobe uma escada, a escada se quebra e ele morre da queda. Foram os Espíritos que quebraram a escada, para que o destino daquele homem se cumprisse? " É exato que os Espíritos têm ação sobre a matéria, mas para cumprimento das leis da Natureza, não para as derrogar, fazendo que, em dado momento, ocorra um sucesso inesperado e em contrário àquelas leis. No exemplo que figuraste, a escada se quebrou porque se achava podre, ou por não ser bastante forte para suportar o peso de um homem. Se era destino daquele homem perecer de tal maneira, os Espíritos lhe inspirariam a idéia de subir a escada em questão, que teria de quebrar-se com o seu peso, resultando-lhe daí a morte por um efeito natural e sem que para isso fosse mister a produção de um milagre." Uma ressalva extremamente importante se faz aqui necessária. A despeito do emprego da palavra destino na questão, ela se refere a maneira pela qual a morte do indivíduo foi programada para acontecer E esta é a parte importante: pode não ouvir sua idéia de subir na escada e SAFAR-SE da morte naquele momento, de onde podemos facilmente concluir que não existe fatalidade quanto a programação reencarnatória e nem destino previamente traçado que seja inescapável. É uma lenda que devemos banir de nossos pensamentos. Somos livres a guiar nossas vidas, independentemente de programação reencarnatória e muito menos de destino. Não há destino algum. Cada ser em si carrega o Dom de ser capaz, de ser feliz, como cantaria o Almir Sater. Tomemos outro exemplo, em que não entre a matéria em seu estado natural. Um homem tem que morrer fulminado pelo raio. Refugia-se debaixo de uma árvore. Estala o raio e o mata. Poderá dar-se tenham sido os Espíritos que provocaram a produção do raio e que o dirigiram para o homem? "Dá-se o mesmo que anteriormente. O raio caiu sobre aquela árvore em tal momento, porque estava nas leis da Natureza que assim acontecesse. Não foi encaminhado para a árvore, por se achar debaixo dela o homem. A este, sim, foi inspirada a idéia de se abrigar debaixo de uma árvore sobre a qual cairia o raio, porquanto a árvore não deixaria de ser atingida, só por não lhe estar debaixo da fronde o homem." No caso de uma pessoa mal intencionada disparar sobre outra um projetil que apenas lhe passe perto sem a atingir, poderá ter sucedido que um Espírito bondoso haja desviado o projetil? "Se o indivíduo alvejado não tem que perecer desse modo, o Espírito bondoso lhe inspirará a idéia de se desviar, ou então poderá ofuscar o que empunha a arma, de sorte a fazê-lo apontar mal, porquanto, uma vez disparada a arma, o projetil segue linha que tem de percorrer." Que se deve pensar das balas encantadas, de que falam algumas lendas e que fatalmente atingem o alvo? "Pura imaginação. O homem gosta do maravilhoso e não se contenta com as maravilhas da Natureza." a)Podem os Espíritos que dirigem os acontecimentos terrenos ter obstada sua ação por Espíritos que queiram o contrário? "O que Deus quer se executa. Se houver demora na execução, ou lhe surjam obstáculos, é porque Ele assim o quis." Não podem os Espíritos levianos e zombeteiros criar pequenos embaraços à realização dos nossos projetos e transtornar as nossas previsões? Serão eles, numa palavra, os causadores do que chamamos pequenas misérias da vida humana? "Eles se comprazem em vos causar aborrecimentos que representam para vós provas destinadas a exercitar a vossa paciência. Cansam-se, porém, quando vêem que nada conseguem. Entretanto, não seria justo, nem acertado, imputar-lhes todas as decepções que experimentais e de que sois os principais culpados pela vossa irreflexão. Fica certo de que, se a tua louça se quebra, é mais por desazo teu do que por culpa dos Espíritos." a)Destes, os que provocam contrariedades obram impelidos por animosidade pessoal, ou assim procedem contra qualquer, sem motivo determinado, por pura malícia? "Por uma e outra coisa. Às vezes os que assim vos molestam são inimigos que granjeastes nesta ou em precedente existência. Doutras vezes, nenhum motivo há." Esta talvez seja a parte divertida. Ao longo dos anos aprendi dois procedimentos, aliás muito eficazes, que vou compartilhar com vocês:1 - Quando sou OBRIGADO a fazer algo por força de trabalho, sociedade, família ou algo assim e começa a dar tudo errado, eu rio. Cada pequeno novo problema me faz rir mais ainda. Eu participo da brincadeira dos zombeteiros. Rio simplesmente em admiração à criatividade deles e me vejo em cena na comédia. Não me irrito de forma alguma Experimentem! 2 - Quando tenho de fazer algo sem obrigação, e ele começa a dar errado, recuo. Escuto todos os sinais do tipo: fique em casa, não entre nesta rua, não beba, não isto ou não aquilo. Bem, nunca fui assaltado, nunca quebrei nenhum osso, nunca tive nenhuma doença grave e assim por diante. Costumo brincar que sou carregado pela mão . Experimentem também. Eu rogo a Deus que a Paz do Mestre Jesus encontre perpétuo abrigo em vossos corações e que nunca a percam sob quaisquer circunstâncias. Perguntas/Respostas [01] Isso que você colocou - que somos intuídos por pensamento a não errar e erramos, concordo.É perda de tempo não ouvir a voz da razão. Verdade humana, a mais absoluta verdade! [02] Desculpe mas não entendi. Não há fatalidade na programação reencarnatória? Não é fatalidade perder a visão ao nascer? Na nossa vida existem fatalidades que não podemos evitar, certo ou errado? Não há fatalidade de forma alguma Ocorre que você pode ou NÃO atender ao que lhe for insinuado. Observe que você participou da escolha antes de nascer .Este é outro ponto importante: você provavelmente escolheu a mãe e ela te aceitou; escolheu o corpo e o alterou no limite de sua competência moral e intelectual. Não houve fatalidade senão a que você consentiu haver [03] Mas se é impossível fugir deste compromisso assumido, seria fatalidade, pois que depois de programado não dá para mudar. Sim, dá sim. A ciência dá mostras disto diariamente, alterando e corrigindo fetos ainda no ventre da mãe. Sempre podemos evitar! Não há fatalidades inescapáveis de nenhuma espécie, salvo a morte, destino de quem vive. Na maior parte do tempo podemos facilmente nos livrar dos comezinhos da vida pessoal com a manutenção adequada de nosso estado vibratório. Uma boa dica é ficar longe, o mais longe o possível de dois sentimentos: irritação e tristeza. Ambos são os mais comuns e o portal de entrada para a atuação dos obsessores. [04] Por que, quando as pessoas ficam mais velhas perdem a consciência e ficam gagás? Por que uma pessoa muito ativa se rende a inutilidade e à falta de memória depois de velha? Ocorre que o corpo tem um período limitado de vida e suas funções vão degenerando por conta da velhice Isto faz parte do plano da Natureza . A Ciência tem trabalhado para tornar a vida mais longa e de maior qualidade [05] Por que esse período dentro do corpo? Vivemos hoje quase três vezes mais do que um rei vivia na Idade Média. A expectativa de vida com qualidade tem crescido continuamente. Não me admiraria se viermos a viver duzentos, trezentos anos em um único corpo no futuro. Entretanto reencarnar permite que esqueçamos das dores, dos males, dos ódios...É uma caridade de Deus podermos reiniciar uma relação que foi profundamente daninha sob a forma de amor filial Eis o motivo pelo qual precisamos morrer e renascer. Para obter novas oportunidades de nos acertarmos com todos os demais espíritos da Criação. [06] Então Mauro, seria esse período "gagá" é uma coisa irrelevante, como por exemplo, é um defeito de "fabricação"? De fato é um defeito na fabricação sim. Defeito este aliás, que em breve estará exterminado. Sabe humana, rumamos para a intensa qualidade de vida. Este é um dos sinais que o nosso planeta continua em evolução! Estou com 36 anos e ainda não me sinto Sr. Faz parte desta criança grande que habita em mim. [07] Se os espíritos interferem em nossas vidas, como nós, na condição de encarnados, poderemos influenciar a vida deles? Pela lei natural do progresso, qual a nossa real relação para com os desencarnados nas diversas escalas evolutivas? Bem, sua pergunta se divide. O espírito influencia a matéria , porém o contrário não se dá. A matéria não influencia o espírito. Enquanto espírito, mesmo encarnado, você pode influenciar outro espírito e certamente o faz, acredite. É exatamente o que faz quando mantém sua psicosfera elevada ou muito baixa. Você pode obsidiar um desencarnado, e esta é uma obsessão muito comum especialmente aos que morrem. Os parentes e amigos se mantém em profunda tristeza, o tempo todo "chamando" o espírito para o mesmo estado vibratório. [08] Mas o contrário também pode acontecer. Podemos, até sem querer, modificar o pensamento de um espirito pelo bem que pensamos e pela oração.? Influenciamos aos desencarnados através de nossos espíritos, entretanto o corpo físico produz intenso filtro contra isto . Sua colocação está perfeita humana e coberta da mais pura razão. Minha observação é que por não sabermos da presença do espírito, não temos muito como direcionar, o que de fato é um limitante. Mas creia-me: ao direcionar seu pensamento, em vibrações de amor a um determinado espírito, ele as recebe, e, se for razoavelmente evoluído, saberá exatamente de onde partiram Esta coisa aliás, está explicada pela Teoria das Supercordas Oração Final Senhor, ensina-nos: a orar sem esquecer o trabalho; a dar sem olhar a quem; a servir sem perguntar até quando; a sofrer sem magoar seja a quem for; a progredir sem perder a simplicidade; a semear o bem sem pensar nos resultados; a desculpar sem condições; a marchar para frente sem contar os obstáculos; a ver sem malícia; a escutar sem corromper os assuntos; a falar sem ferir; a compreender o próximo sem exigir entendimento; a respeitar os semelhantes, sem reclamar consideração; a dar o melhor de nós, além da execução do próprio dever, sem cobrar taxa de reconhecimento. Senhor, fortalece em nós a paciência para com as dificuldades dos outros, assim como precisamos da paciência dos outros para com as nossas dificuldades. Ajuda-nos, sobretudo, a reconhecer que a nossa felicidade mais alta será invariavelmente, aquela de cumprir-Te os desígnios onde e como queiras, hoje, agora e sempre. Emmanuel