Estudo Espírita Promovido pelo IRC-Espiritismo http://www.irc-espiritismo.org.br Centro Espírita Léon Denis http://www.celd.org.br Tema: O Nada. Vida futura / Intuição das penas e gozos futuros / Intervenção de Deus nas penas e recompensas LE 958 a 964 Expositor: Deise Bianchini - Naema Amambai - MS 15/02/2003 Dirigente do Estudo da Noite: Andréia Azevedo - Safiri Oração Inicial: <_Adriana__> Queridos amigos que nos amparam nos trabalhos do IRC-espiritismo sempre sob o comando de nosso amado irmão Jesus, cujo infinito amor está sempre a nos rodear, nos vos pedimos permissão e apoio para que nosso estudo da noite de hoje possa transcorrer em paz, para que todos os que aqui comparecerem, encarnados ou desencarnados, possam levar ao menos uma palavra que lhes toquem o coração e que nossos corações se renovem nas propostas desta doutrina que abraçamos. Fiquem conosco, amigos queridos! Obrigada! Mensagem Introdutória: O PORVIR E O NADA Vivemos, pensamos e operamos - eis o que é positivo. E que morremos, não é menos certo. Mas, deixando a Terra, para onde vamos? Que seremos após a morte? Estaremos melhor ou pior? Existiremos ou não? Ser ou não ser, tal a alternativa. Para sempre ou para nunca mais; ou tudo ou nada: Viveremos eternamente, ou tudo se aniquilará de vez? É uma tese, essa, que se impõe. Todo homem experimenta a necessidade de viver, de gozar, de amar e ser feliz. Dizei ao moribundo que ele viverá ainda; que a sua hora é retardada; dizei-lhe sobretudo que será mais feliz do que porventura o tenha sido, e o seu coração rejubilará. Mas, de que serviriam essas aspirações de felicidade, se um leve sopro pudesse dissipá-las? Haverá algo de mais desesperador do que esse pensamento da destruição absoluta? Afeições caras, inteligência, progresso, saber laboriosamente adquiridos, tudo despedaçado, tudo perdido! De nada nos serviria, portanto, qualquer esforço no sofreamento das paixões, de fadiga para nos ilustrarmos, de devotamento à causa do progresso, desde que de tudo isso nada aproveitássemos, predominando o pensamento de que amanhã mesmo, talvez, de nada nos serviria tudo isso. Se assim fora, a sorte do homem seria cem vezes pior que a do bruto, porque este vive inteiramente do presente na satisfação dos seus apetites materiais, sem aspiração para o futuro. Diz-nos uma secreta intuição, porém, que isso não é possível. Allan Kardec Do Livro: O Céu e o Inferno Editora: FEB Exposição: Boa noite queridos amigos e amigas. É muito bom estarmos reunidos para podermos conversar um pouco sobre a Doutrina Espírita. O homem, desde a sua mais remota existência acredita em algo além do corpo, em algo além da vida que vivenciamos por aqui.Esse sentimento instintivo da vida futura é inato ao homem. " Qualquer que seja a importância que ligue à vida presente, não pode ele (o homem) furtar-se a considerar quanto essa vida é curta e, sobretudo, precária, pois que a cada instante está sujeita a interromper-se, nenhuma certeza lhe sendo permitida acerca do dia seguinte. Que será dele, após o instante fatal? Questão grave esta, porquanto não se trata de alguns anos apenas, mas da eternidade." (LE 959) Se formos observar, os rituais em relação à morte, à conservação do corpo, a uma possível volta, estão relacionados com a cultura do homem passando pela época das cavernas , os antigos egípcios e as civilizações que nos deixaram seus conhecimentos até os dias atuais. Os próprios relatos bíblicos estão construídos nessa relação entre o homem e o mundo espiritual. Portanto, a idéia da sobrevivência do homem, de alguma forma, sempre esteve presente em nós. "A idéia do nada tem qualquer coisa que repugna à razão. O homem que mais despreocupado seja durante a vida, chegado o momento supremo, pergunta a si mesmo o que vai ser dele e, sem o querer, espera." (LE 959) A instituição das penas e gozos futuros vem do pressentimento da realidade, da idéia inata, que o espírito encarnado no homem carrega. No momento da morte o sentimento que nos acompanhará será relativo ao nosso modo de crer: "A dúvida, nos cépticos empedernidos; o temor, nos culpados; a esperança, nos homens de bem." (LE 961) "A conseqüência da realidade da vida futura é a responsabilidade dos nossos atos. Dizem-nos a razão e a justiça que, na partilha da felicidade a que todos aspiram, não podem estar confundidos os bons e os maus. Não é possível que Deus queira que uns gozem, sem trabalho, de bens que outros só alcançam com esforço e perseverança. A idéia que, mediante a sabedoria de suas leis, Deus nos dá de sua justiça e de sua bondade não nos permite acreditar que o justo e o mau estejam na mesma categoria a seus olhos, nem duvidar de que recebam, algum dia, um a recompensa, o castigo o outro, pelo bem ou pelo mal que tenham feito. Por isso é que o sentimento inato que temos da justiça nos dá a intuição das penas e recompensas futuras." (LE 962) Deus, por ser onipotente e soberanamente justo e bom, ocupa-se de todos os seres que criou. Esse controle ocorre através das Leis Naturais. "Deus tem suas leis a regerem todas as vossas ações. Se as violais, vossa é a culpa. Indubitavelmente, quando um homem comete um excesso qualquer, Deus não profere contra ele um julgamento, dizendo-lhe, por exemplo: Foste guloso, vou punir-te. Ele traçou um limite; as enfermidades e muitas vezes a morte são a conseqüência dos excessos. Eis aí a punição: é o resultado da infração da lei. Assim em tudo." Todas as nossas ações estão submetidas às leis de Deus. Nenhuma há, por mais insignificante que nos pareça, que não possa ser uma violação daquelas leis. Se sofremos as conseqüências dessa violação, só nos devemos queixar de nós mesmos, que desse modo nos fazemos os causadores da nossa felicidade, ou da nossa infelicidade futuras." (LE 964) E para que nos reconfortemos: "Deus dá sempre ao homem um recurso nas suas novas existências para reparar seus erros passados,...." (LE 964) Vamos terminar nossa conversa citando parte da introdução do livro Encontros e Desencontros de Richard Simonetti: "A vida é feita de encontros e desencontros... Os encontros exprimem as experiências programadas pela Providência Divina para os parceiros de jornada humana, obedecendo a finalidades diversas: Superação de desentendimentos... Reparação de ofensas... Harmonização de adversários.. Reconciliação de desafetos... Consolidação de afeições... Construção da fraternidade... Filhos, cônjuges, pais, irmãos, tanto quanto amigos, colegas de profissão e parceiros de atividades variadas, surgem assim nos caminhos de nossa existência, ensejando preciosas oportunidades de fazermos o melhor. Os desencontros acontecem quando, inspirados em milenares sentimentos inferiores, como a agressividade, a prepotência, a ambição, o egoísmo, a vaidade, o orgulho, conturbamos o relacionamento com as pessoas que nos cercam. E transitamos por caminhos tortuosos, não programados, que invariavelmente desembocam na frustração e no sofrimento....... Não obstante, a Bondade Divina nos oferece a oportunidade de retificar os caminhos, transformando desencontros em reencontros capazes de enriquecer nossas experiências, sempre que nos disponhamos a ouvir os apelos da consciência, a voz do Criador dentro de nós......." Gostaria de agradecer a oportunidade de estar nessa noite estudando com vocês a maravilhosa doutrina dos espíritos e que possamos sempre estarmos dispostos ao bem, esse é o caminho para nossa evolução , o aprendizado facilita e ampara nossa reforma íntima, Fiquem com Deus. Referências bibliográficas: "O Livro dos Espíritos" , questões 958 a 964, Allan Kardec "Encontros e Desencontros", Richard Simonetti Perguntas/Respostas: 1. <_Adriana__> A punição que tanto tememos falar, pelo peso que a palavra carrega, então, na visão espírita nada mais é do que o processo de reajuste com as próprias leis divinas? Sim, corresponde à Lei de Ação e Reação, por vezes a justiça humana pode falhar, mas sempre estaremos sujeitos à Lei Natural (t) 2. Os espíritas serão sempre mais "culpados" ao burlarem as leis de DEUS ou isto depende da real consciência de cada um relativamente a estas Leis ? (t) Ricardo, olá. Tem mais "culpa" quem tem mais conhecimento. Se soubermos que estamos errando, e mesmo assim optamos por essa escolha seremos mais "culpados" que outros que façam o mesmo ato, mas são ignorantes das conseqüências Isso não serve apenas para os espíritas, embora tenhamos muitos conhecimentos das causas e efeitos de nossos atos. 3. Acredito que muitos espíritas têm o conhecimento mas não possuem a vivência ou a conscientização das Leis de Deus, ao passo que pessoas de outras religiões, muitas vezes, apesar de não possuírem o conhecimento verbalizado (que a Doutrina espírita)...nos disponibiliza, tem muito mais consciência que os próprios espíritas. O que dizer de Paulo de Tarso ? Quando disse que sabia o que era o correto mas fazia as coisas que não mais queira ? (t) Concordo com você Ricardo. Muitas vezes o aprendizado não toca o coração. Aí temos apenas o fato teórico, que não foi incorporado. Felizmente, para esses e para outros haverá muitas oportunidades. Novas vidas, onde finalmente poderão escolher a velocidade como que queiram caminhar rumo ao seu destino. O conhecimento espírita não nos deixa intocáveis ou infalíveis. E , como você bem lembrou, há os que pertençam a outras agremiações religiosas e que trazem a noção do bem incorporada em seu viver, mesmo sem o conhecimento formal. Devemos ter a o saber espírita introjetado em nós, e não sermos apenas teóricos frios e inalcançáveis 4. somos capazes de com amor, superarmos nossos débitos?? Uma das frases mais reconfortantes desse estudo, dessas questões é: "Deus dá sempre ao homem um recurso nas suas novas existências para reparar seus erros passados,...." Esse recurso não precisa necessariamente passar pela dor O amor cabe aí perfeitamente. Aquela mãe que abortou não será muito mais útil dedicando-se a crianças que não tem lar? ou que sofrem? Aquele que feriu alguém, não será muito mais útil utilizando suas mãos, su inteligência , no serviço do próximo? Faz parte de nossa cultura, onde ainda não incorporamos o dar a outra face, pensar que só conseguiremos "pagar nossas dívidas" sofrendo a mesma dor que causamos Podemos fazer esse ressarcimento através das lágrimas que enxugaremos Uma coisa é certa porém, nada nos será perdoado devemos reverter o mau que causamos e aí entra nosso livre arbítrio Será pela dor ou pelo amor. 5. O ressarcimento de nossas faltas se dá por imposição de DEUS, ou através de nossa própria consciência que nos "obriga" a saldar nossos débitos para que nos sintamos melhor conosco mesmos ? Nossa própria consciência, pois senão não haveria liberdade de escolha. Se tivéssemos nossas obrigações "impostas", como ter o mérito pelo acerto, ou a culpa pelo erro? Estaríamos apenas fazendo um papel. Chega o momento em que nós mesmos pedimos trégua. 6. como ensinar o amor, se não o conhecemos?? Em penas futuras, como amar se não o sabemos?? O exemplo é sempre o melhor caminho para ensinarmos A humildade é o caminho para aprendermos 7. Se já morremos incontáveis vezes através dos tempos, porque cada morte é sempre a primeira ? Por que temos (pelos menos a maioria das pessoas,), tanto medo da morte ? (t) Ricardo, sempre tememos o desconhecido. Mesmo tendo morrido várias vezes, Deus nos deu o benefício do esquecimento Para que pudéssemos levar nossas vidas de forma a construir nossos méritos e não passarmos por constrangimentos que a lembrança de nossas muitas falhas trariam. É uma forma de nos preservar, de manter nossa dignidade, nessa nova luta que travamos. Digo luta, pois estamos tentando acabar com nossas imperfeições. Lembro o que vimos na questão 961 Como nos comportaremos frente à morte: "A dúvida, nos cépticos empedernidos; o temor, nos culpados; a esperança, nos homens de bem." Ficou claro, amigo? Ricardo_______> Perfeitamente...principalmente quando você relembrou: " O temor, nos culpados" !! Muito obrigado! (t) 8. oi, podemos ter a intuição de nossas penas futuras??em que momento isso ocorre?? Obrigada.. Liza, a intuição, conforme colocado nessas questões, é na verdade o conhecimento inato que o homem tem. Inato porque, como espírito encarnado, embora ele não se lembre (conforme comentamos na questão anterior) esse conhecimento está nele, ela vem do pressentimento da realidade Como foi comentado no início o homem sempre se preocupou com o ritual da morte Não pela morte em si, mas pela crença, de alguma forma, na continuidade Se fomos bons, nosso futuro será belo, se, por outro lado fomos maus, o que nos espera? Essa angústia sempre toca o homem em seus momentos finais, mesmo qdo ele se coloca como descrente. 9. Por que é tão difícil seguir as Leis de Deus ? Veja as palavras de Paulo de Tarso: O pecado que mora em mim este é o que faço mas o bem que quero este não faço". (t) Ricardo, temos que ter em mente que nossa evolução deve seguir em dois sentidos. Devemos ter a evolução moral e a intelectual. A evolução moral é difícil, pois temos que reverter sentimentos que estão incorporados em nós No princípio, quando agíamos mais pelo instinto, eram até necessários. Sentimentos como agressividade, a prepotência, a ambição, o egoísmo, a vaidade, o orgulho, atrapalham nossa reforma íntima e temos que lutar com eles É difícil porque requer uma mudança muito profunda Mas somos capazes, todos temos dentro de nós o lado obscuro Mas o lado claro ilumina os recantos mais escondidos, deixemos que essa claridade ilumine nossa vida e nossas decisões aí tudo se tornará mais fácil Oração Final: Vamos nesse momento então nos harmonizando intimamente Levando nossos pensamentos ao Pai em agradecimento por aqui estarmos Em mais um dia em que podemos dividir esse ambiente para nosso aprimoramento espiritual dentro do estudo direcionado a doutrina Que possamos estar sempre presentes Que possamos seguir na semana, tentando praticar o que temos aprendido Pois como o mestre Jesus , devemos vivenciar e não só repetir Seus ensinamentos Que possamos todos receber as bênçãos do plano maior, Recebendo sustentação e amor no decorrer do dia a dia em nossas vidas. Que Assim seja