Estudo Espírita Promovido pelo IRC-Espiritismo http://www.irc-espiritismo.org.br Centro Espírita Léon Denis http://www.celd.org.br Tema: Necessidade do trabalho. Limite do trabalho. Repouso. LE 674 a 685 Expositor - Deise Bianchini Amambai - MS 15/10/2005 Oração Inicial: Boa noite a todos, sejam bem-vindos! Que nesse momento, possamos deixar de lado nossas preocupações com a vida diária, e possamos deixar nossos corações e mentes livres para se unirem ao Mestre Jesus e ao Mais Alto, a fim de que possamos ter momentos nos quais o estudo , o esclarecimento e a orientação se façam presentes de forma mais clara e firme, para que possamos dar continuidade à busca de nosso conhecimento, o qual nos proporcionará uma melhor condução em nossas ações e decisões. Que nossa Companheira Deise possa se ver envolta de Luz e com as melhores influências e inspirações a conduzir seu trabalho. Que a Paz do Mestre esteja conosco agora e sempre! Exposição: Boa noite a todos os amigos, um prazer poder trocar idéias com vocês e aprender um pouco mais sobre a Doutrina Espírita. Vamos falar hoje sobre a Necessidade do trabalho. Limite do trabalho. Repouso. O trabalho é lei da Natureza, por isso mesmo que constitui uma necessidade, e a civilização obriga o homem a trabalhar mais, porque lhe aumenta as necessidades e os prazeres. O trabalho no homem tem como finalidade a conservação e o desenvolvimento da faculdade de pensar, o que também é uma necessidade e o eleva acima de si mesmo. Nos diversos mundos do Universo, "(...) A natureza do trabalho está em relação com a natureza das necessidades. Quanto menos materiais são estas, menos material é o trabalho. Mas, não deduzais daí que o homem se conserve inativo e inútil. A ociosidade seria um suplício, em vez de ser um benefício." De forma geral o trabalho pode ser definido como: ocupação em alguma obra ou ministério; aplicação das forças e faculdades humanas para alcançar um determinado fim; atividade coordenada, de caráter físico e/ou intelectual, necessária à realização de qualquer tarefa, serviço ou empreendimento. "Por trabalho só se devem entender as ocupações materiais? - Não; o Espírito trabalha, assim como o corpo. Toda ocupação útil é trabalho". (Questão nº 675 de "O Livro dos Espíritos") O Espiritismo valoriza o trabalho como uma ação social e espiritual, pois o homem dele participa com seu corpo e espírito, não importando seja a atividade chamada manual ou intelectual. O trabalho, porém, é lei da Natureza mediante a qual o homem forja o próprio progresso desenvolvendo as possibilidades do meio ambiente em que se situa, ampliando os recursos de preservação da vida, por meio das suas necessidades imediatas na comunidade social onde vive. Sem o trabalho, o homem permaneceria sempre na infância, quanto à inteligência. Por isso é que seu alimento, sua segurança e seu bem-estar dependem do seu trabalho e da sua atividade. Ao extremamente fraco de corpo outorgou Deus a inteligência, em compensação. Mas é sempre um trabalho. Nos mundos mais evoluídos quanto nos inferiores, a natureza do trabalho não é a mesma. "(...) A natureza do trabalho está em relação com a natureza das necessidades. Quanto menos materiais são estas, menos material é o trabalho. Mas, não deduzais daí que o homem se conserve inativo e inútil. A ociosidade seria um suplício, em vez de ser um benefício." Nos mundos primitivos os seus habitantes são mais rudimentares. "(...) A força é, entre eles, a única lei. Carentes de indústrias e de invenções, passam a vida na conquista de alimentos.(...)" "Nos mundos que chegaram a um grau superior, as condições da vida moral e material são muitíssimo diversas das da vida da Terra. (...)" "Entretanto, os mundos felizes não são orbes privilegiados, visto que Deus não é parcial para qualquer de seus filhos; (...) a todos são acessíveis as mais altas categorias: apenas lhes cumpre a eles conquistá-las pelo seu trabalho, alcançá-las mais depressa, ou permanecer inativos por séculos de séculos no lodaçal da Humanidade." Para finalizar vou colocar um texto muito interessante de Roque Jacinto sobre o assunto. Lei do Trabalho Roque Jacinto O TRABALHO O trabalho, queiramos ou não, é uma lei da Natureza e, por isso, o trabalho é uma necessidade imperiosa de que não nos convém furtar. A civilização, à medida que avança, conseqüentemente obriga o homem a mais trabalho, já que os tempos modernos aumentam as nossas necessidades e aumentam, conseqüentemente, os nossos prazeres. Não devemos entender, porém que o trabalho seja tão só o das ocupações profissionais que nos asseguram o equilíbrio psíquico e os prazeres do corpo físico. ATIVIDADE DO ESPÍRITO O nosso Espírito, em si, deverá trabalhar tanto quanto o nosso próprio corpo físico, sabendo-se que toda ocupação útil é uma atividade necessária para o nosso próprio equilíbrio espiritual. E toda ocupação útil é trabalho. O trabalho em si, é conseqüência da nossa própria natureza física, impondo-se como o meio de superar-se e nos realizarmos e, ao mesmo tempo, é o mais apropriado recurso para aprimorar e ampliar a nossa própria inteligência. Sem o trabalho, o ser humano permaneceria num primarismo da inteligência, incapaz de liberar-se para alcançar a maturidade espiritual necessária. Somos induzidos a uma atividade útil, por necessitarmos de alimentação e segurança e de bem-estar e, nesse conjunto de necessidades naturais, somente o trabalho físico ou a atividade intelectual nos dá a sensação de vida e de bem estar. Aos que tenham um corpo físico frágil, o Pai Celestial lhes atribui mais inteligência, para que possam desempenhar um trabalho ajustado à sua própria fragilidade. A NATUREZA Dentro da Natureza todos trabalham, movimentando-se de acordo com o que podem e devam realizar e os próprios animais desempenham atividades, de acordo com os rudimentos de inteligência que alcancem dentro da Lei de Conservação. O HOMEM O trabalho do homem, contudo, tem uma dupla finalidade, ou seja, a da conservação do corpo físico e o do desabrochar o seu pensamento, o que lhe é uma necessidade imperiosa, já que somente o desenvolvimento de sua inteligência poderá elevá-lo acima de si mesmo. OS ANIMAIS O trabalho dos animais está voltado para a sua própria conservação e este é o objetivo de sua atividades primárias. Entregando-se, contudo, a prover as sua próprias necessidades materiais, eles se tornam agentes, embora inconscientes, dos desígnios do Pai Celestial. O trabalho que os animais desenvolvem, também contribui para o objetivo final da Natureza, se bem que não descubramos ainda qual seja o resultado imediato dessa atividade. TRABALHO RELATIVO Em planos mais amadurecidos do que o nosso, todos se acham dentro da mesma necessidade de trabalhar, convindo, porém, observar que a natureza de cada atividade guarda estreita relação com a natureza das necessidades de cada Espírito. Mesmo que seja, portanto, material o trabalho, menos será a atividade material. Não creia, porém, que em algum lugar do Universo Divino, possa a criatura permanecer inativa e inútil, já que o não trabalho seria um suplício e não um benefício. AÇÃO NO CAMPO DO BEM O homem que possua bens suficientes para assegurar a sua própria existência poderá estar, talvez, livre do trabalho de ordem material.Ele deverá, contudo, render-se à obrigação de tornar-se útil, conforme com os meios de que disponha, a fim de aperfeiçoar a sua própria inteligência ou, então, para colaborar para que outros se aperfeiçoem e essa sua atitude é igualmente um trabalho. Se o homem, a quem o Pai Celestial facultou bens suficientes para assegurar a sua existência não está certamente, constrangido a nutrir-se com o suor do seu rosto, mas a obrigação dele ser útil a seus semelhantes é muito mais, quanto mais ocasiões ele tem de vivenciar o Bem. IMPOSSIBILIDADE DE TRABALHAR Há seres humanos, é certo, que estão impossibilitados de trabalhar ou de desenvolver qualquer atividade útil, em função de circunstancias físicas ou mentais adversas. Lembremo-nos, contudo, que o Pai Celestial é absolutamente justo e não submete a nenhum de seus filhos a um constrangimento aos que não podem, involuntariamente, exercer atividades materiais. O que é condenável, portanto, dentro da Lei do Trabalho, é aquele que inutiliza a sua própria existência, fazendo-se um inútil, voluntariamente, no campo da vida, já que assim procedendo passa a ter uma existência inútil. PAIS E FILHOS A Lei da Natureza impõe a obrigação de trabalhar a favor de seus parentes e, muito principalmente, a obrigação de trabalhar a favor de seus pais mais idosos. O Pai Celestial criou, em cada um de nós, o amor filial e o amor paternal e maternal e, essa expressão de amor, passou a ser um sentimento instintivo e natural, a fim de que, por essa afeição recíproca, os membros de uma mesma família se amparem mutuamente. Infelizmente, contudo, esse amor recíproco é facilmente esquecido pela nossa sociedade atual, notadamente quando se extrema a indiferença. LIMITE DO TRABALHO O repouso é, também, uma lei da Natureza, sem nenhuma dúvida, já que através do repouso, as forças físicas se recompõem e o repouso é também necessário, a fim de liberar um tanto mais a inteligência, para que o homem se exercite a pôr-se acima da própria matéria. O limite do trabalho, por isso, está no limite da força física ou intelectual e, sobre esse limite, o Pai Celestial deixa o homem inteiramente livre, cabendo à criatura ajustar-se ao limite de sua própria capacidade produtiva. EXCESSOS Em algumas regiões da Terra e em algumas circunstancias, alguém que utiliza a força dos trabalhadores poderá impor a seus subordinados um excesso de trabalho. Esse excesso é, sem dúvida, uma má e irresponsável ação, já que todo aquele que tem o poder do mando, responderá pelo excesso do trabalho que imponha a seus subordinados e isso é uma transgressão da lei do Pai Celestial. REPOUSO Atingida a velhice, já com as forças físicas desgastadas, é justo que tenha o homem de repousar, uma vez que trabalho deverá ser sempre de acordo com as suas próprias forças físicas. Ocorre por vezes, no entanto, que o velho necessita trabalhar para viver e nem sempre dispõe de forças para tanto. A regra justa da própria caridade é, neste caso, que o mais jovem deve trabalhar, para compensar a incapacidade do mais idoso. Cabe, pois, à sociedade, como um todo, que se o velho não tenha família que o ampare, a sociedade deve ,ampará-lo integralmente, já que no seu passado, esse homem trabalhou para muitos. CONSIDERAÇÕES Não basta alertar o homem sobre a obrigação de trabalhar. Faz-se necessário, acima de tudo, que aquele que tem do que se prover para a sua subsistência através do trabalho, encontre sempre no que se ocupar, fato este que nem sempre ocorre. Quando se generaliza a falta de emprego, estaremos sempre diante de um flagelo social e graves conseqüências, por se inclinarem os homens para a miséria. A Ciência Econômica, diante desse fato doloroso, deve buscar a solução desse desequilíbrio entre a produção e o consumo de bens, mas esse equilíbrio, se for possível obtê-lo experimentará sempre intermitências durante os intervalos do não-emprego e, naturalmente, nesses intervalos o trabalhador não deixa de ter que viver e sobreviver. Há, contudo, um elemento que nem sempre se costuma pesar na balança e sem o qual a Ciência Econômica não passa de simples e complexa teoria. Esse elemento é a educação. Não nos referimos, por certo, somente à educação intelectual, que poderemos absorver nos bancos escolares. Referimo-nos, isto sim, à educação moral. Anote, contudo, que não nos referimos à educação moral obtida na leitura de livros e, sim, à educação que forma o caráter, aquela que interioriza hábitos saudáveis, ao conjunto de atitudes igualmente saudáveis. Considerando-se, por outro lado, a massa de indivíduos que todos os dias se injeta na torrente da população terrena, sem princípios saudáveis, sem os freios morais e sujeitas, por isso, a seus próprios instintos rudimentares, por acaso poderemos ficar perplexos, espantados, com as conseqüências desastrosas de que isso resulta? Quando a moral for conhecida, compreendida e praticada, o homem exercitará os hábitos da ordem e da previdência para consigo mesmo e para com os seus, respeitando a tudo o que é respeitável, sem fazer-se mesquinho e sem fazer-se perdulário. Seus novos e saudáveis hábitos, portanto, lhe permitirão atravessar menos penosamente os inevitáveis maus dias. Vejamos, pois, que a desordem e a imprevidência, são duas chagas dolorosas que somente uma boa educação moral poderá sanar. A educação é o ponto de partida para alcançar o bem-estar mais continuo, para consolidar a segurança de todos. ECONOMIA DIRIGIDA Para realizar a Lei do Trabalho, a economia deve de ser dirigida, no tocante à técnica de produção e aos processos de consumo. Nada, contudo, deverá prejudicar a lei das trocas, já que qualquer ingerência nessa lei natural, resultará em graves conseqüências para toda a coletividade. A vida, em si, depende de trocas continuas e toda e qualquer restrição que se estabeleça, cria uma inversão de todos os valores da vida, dando margem à violência e ao extermínio. FONTES DE CONSULTA - O Evangelho Segundo o Espiritismo - Allan Kardec - Há muitas moradas na Casa de meu pai - O Livro dos Espíritos - Allan Kardec - Da Lei do Trabalho. 674 a 685 - Lei do Trabalho - Roque Jacinto http://www.espirito.org.br/portal/artigos/diversos/comportamento/lei-do-trabalho.html Amigos, obrigada pela oportunidade de estudo. Perguntas/Respostas: 01. Evoluímos pelo trabalho. O homem, a sociedade, o planeta. Certo? E aquele que não quer trabalhar, ser mantido por outra pessoa? Você quer dizer o que é indolente? Sim, o preguiçoso... Certo. É uma situação que causa realmente revolta em nós. Mas, por outro lado, podemos raciocinar em termos de livre-arbítrio. Concluímos pelo estudo do texto do Livro dos espíritos que o trabalho não é apenas físico e que ajuda no desenvolvimento de nossa inteligência. Aqueles que, por ignorância, gostam de ser sustentados, achando que estão levando vantagens cometem um tremendo equívoco. Essa indolência não os ajuda a desenvolver a inteligência, nosso bem extremamente precioso, pois através do uso dela vamos adquirindo experiências que serão levadas por nós nas nossas diversas existências. Enquanto os bens adquiridos por aqui aqui ficarão. Também não nos cabe julgar a esses irmãos. Fazemos a nossa parte. Se necessitam de ajuda, vamos ajudar. Quanto a responder se foram preguiçosos ou necessitados isso eles farão ao pai. E aí haverá o retorno para fazer o que deixaram de fazer ou aproveitar nesse momento. A cada um segundo suas obras. 02. Será que existe alguém que não queira trabalhar? O desemprego, por exemplo, é um sério problema onde se verifica que muitas pessoas encontram-se impedidas de mostrar o seu potencial, de evoluir, tendo porquanto, que ser mantido temporariamente por outra(s) pessoa(s) até conseguir um trabalho? Hero, infelizmente o assistencialismo tem levado pessoas a desprezar o benefício do trabalho. Acomodam-se a uma situação onde recebem vários benefícios sociais e o trabalho não interessa. Há casos assim. Também há casos onde a pobreza é tão extrema que se a pessoa não tiver esses benefícios ele não terá oportunidade alguma de sobreviver. O trabalho proporciona auto-estima, muito mais que as cestas básicas. É preciso ser criterioso. Por isso falei que é difícil julgar, fazemos a nossa parte. O que nosso próximo fizer com o benefício que proporcionarmos será escolha do livre-arbítrio dele. 03. Não falei, necessariamente, de emprego, mas sim do trabalho. "O Meu Pai trabalha até hoje!". Podemos ainda considerar essa máxima verdadeira? Não entendi, brilhante. Deus ainda trabalha por nós, acho Jesus disse: O Meu Pai trabalha até hoje. Isso foi dito há 2003, certo??? Ele ainda trabalha? Ok. Sim, Deus trabalha até hoje. Toda ocupação útil é trabalho, disseram os espíritos a Kardec E Deus cuida da criação. Portanto, trabalha. 04. Como relacionar a automação que a tecnologia vem produzindo, "diminuindo" o trabalho humano, a teoria de que o homem necessita de um espaço maior para o lazer e a Lei do trabalho? Repito o que coloquei acima: Toda ocupação útil é trabalho. Se a automação nos permite menos trabalhos braçais, de esforço físico, ela nos proporcionará mais tempo para outras atividades. O estudo por exemplo. O trabalho a favor do próximo. A dedicação a serviços voluntários. E mesmo o lazer, pois ele é importante para nosso desenvolvimento intelectual, para os relacionamentos. 05. Existem profissões no mundo espiritual? De que tipo? Remuneração? Como lemos nas obras subsidiárias há atendimentos no plano espiritual. Atendimento médico, psicológico, equipes de resgates, orientadores (professores?). Pesquisadores Equipes que protegem as colônias espirituais. Creio que as atuações e experiências que tivemos nas nossas encarnações podem ser aproveitadas. Quanto a pagamento, como não há base de troca creio não haver, pois se torna desnecessário. Oração Final: Queridos amigos, é sempre bom termos a oportunidade de estudar, de aproveitar o acompanhamento dos espíritos que nos orientam nesse trabalho de aprendizado. Que possamos sempre estar atentos aos seus ensinos, praticando em nosso dia-a-dia as maravilhas que a Doutrina Espírita nos mostra. Sempre dispostos a usar nosso conhecimento em prol do outro, fazendo de nossas preces um sentimento de amor e fraternidade para ser disperso por todos que necessitam de auxílio, de amparo, de calor humano, de amizade. Obrigada, Senhor, bons espíritos, por todas as oportunidades que nos são proporcionadas. Que possamos aproveitá-las sempre.