Estudo Espírita Promovida pelo IRC-Espiritismo http://www.irc-espiritismo.org.br Centro Espírita Léon Denis http://www.celd.org.br Tema: Emancipação da Alma - Letargia, catalepsia, mortes aparentes LE 422 a 455 Expositor: Rafael Kruel Bilhar Rio Grande do Sul 16/10/2004 Oração Inicial: Amigos todos nos preparemos para o trabalho a ser realizado hoje, agora e aqui, com uma prece que irá harmonizar nossos pensamentos e sentimentos Pensemos em Jesus.... em Sua figura sublime, iluminadas Pensemos em Seu olhar, meigo e doce conversemos com Ele, agora Amado Mestre Amigo, Jesus.... Diante de Ti nos encontramos agora a pedir Tua proteção Envolve-nos, Amado Amigo, em Teus braços fraternos Preenche nossas almas, sedentas de Paz... Ilumina nosso ser... Que a Tua paz, penetrando em todos os poros de nosso corpo Em todos os cantos de nosso Espírito traga-nos o ambiente necessário, interior, para que possamos absorver os ensinamentos ministrados na noite de hoje, aqui e agora... para sermos melhores, transformando-nos e transformando tudo o que está em nosso redor Fica conosco, Amado Amigo Jesus porque estaremos Contigo Assim seja! Exposição: Boa noite amigos e amigas. É um prazer estar aqui com vocês estudando O Livro dos Espíritos, cuja primeira edição data de 1857, a primeira obra espírita de Allan Kardec, com base nas respostas dos espíritos superiores às suas relevantes perguntas. Trataremos hoje de um assunto um tanto complexo e extenso, as questões 422 a 455 desta obra. Em sendo assim já de antemão peço desculpas a todos por eventuais deficiências em minha exposição e talvez por não poder responder a contento a todas as perguntas que surgirem a respeito dos temas tratados nestas questões. Falaremos de Letargia e catalepsia (mortes aparentes), sonambulismo, do êxtase e da dupla vista. Vou colar agora de uma só vez todas as questões, que não devem ser lidas de imediato por vocês, ficam apenas para eventual consulta. Letargia, catalepsia, mortes aparentes 422. Os letárgicos e os catalépticos, em geral, vêem e ouvem o que em derredor se diz e faz, sem que possam exprimir que estão vendo e ouvindo. É pelos olhos e pelos ouvidos que têm essas percepções? “Não; pelo Espírito. O Espírito tem consciência de si, mas não pode comunicar-se.” a) - Por quê? “Porque a isso se opõe o estado do corpo. E esse estado especial dos órgãos vos prova que no homem há alguma coisa mais do que o corpo, pois que, então, o corpo já não funciona e, no entanto, o Espírito se mostra ativo.” 423. Na letargia, pode o Espírito separar-se inteiramente do corpo, de modo a imprimir-lhe todas as aparências da morte e voltar depois a habitá-lo? “Na letargia, o corpo não está morto, porquanto há funções que continuam a executar-se. Sua vitalidade se encontra em estado latente, como na crisálida, porém não aniquilada. Ora, enquanto o corpo vive, o Espírito se lhe acha ligado. Em se rompendo, por efeito da morte real e pela desagregação dos órgãos, os laços que prendem um ao outro, integral se torna a separação e o Espírito não volta mais ao seu envoltório. Desde que um homem, aparentemente morto, volve à vida, é que não era completa a morte.” 424. Por meio de cuidados dispensados a tempo, podem reatar-se laços prestes a se desfazerem e restituir-se à vida um ser que definitivamente morreria se não fosse socorrido? “Sem dúvida e todos os dias tendes a prova disso. O magnetismo, em tais casos, constitui, muitas vezes, poderoso meio de ação, porque restitui ao corpo o fluido vital que lhe falta para manter o funcionamento dos órgãos.” A letargia e a catalepsia derivam do mesmo princípio, que é a perda temporária da sensibilidade e do movimento, por uma causa fisiológica ainda inexplicada. Diferem uma da outra em que, na letargia, a suspensão das forças vitais é geral e dá ao corpo todas as aparências da morte; na catalepsia, fica localizada, podendo atingir uma parte mais ou menos extensa do corpo, de sorte a permitir que a inteligência se manifeste livremente, o que a torna inconfundível com a morte. A letargia é sempre natural; a catalepsia é por vezes magnética. Sonambulismo 425. O sonambulismo natural tem alguma relação com os sonhos? Como explicá-lo? “É um estado de independência do Espírito, mais completo do que no sonho, estado em que maior amplitude adquirem suas faculdades. A alma tem então percepções de que não dispõe no sonho, que é um estado de sonambulismo imperfeito. “No sonambulismo, o Espírito está na posse plena de si mesmo. Os órgãos materiais, achando-se de certa forma em estado de catalepsia, deixam de receber as impressões exteriores. Esse estado se apresenta principalmente durante o sono, ocasião em que o Espírito pode abandonar provisoriamente o corpo, por se encontrar este gozando do repouso indispensável à matéria. Quando se produzem os fatos do sonambulismo, é que o Espírito, preocupado com uma coisa ou outra, se aplica a uma ação qualquer, para cuja prática necessita de utilizar-se do corpo. Serve-se então deste, como se serve de uma mesa ou de outro objeto material no fenômeno das manifestações físicas, ou mesmo como se utiliza da mão do médium nas comunicações escritas. Nos sonhos de que se tem consciência, os órgãos, inclusive os da memória, começam a despertar. Recebem imperfeitamente as impressões produzidas por objetos ou causas externas e as comunicam ao Espírito, que, então, também em repouso, só experimenta, do que lhe é transmitido, sensações confusas e, amiúde, desordenadas, sem nenhuma aparente razão de ser, mescladas que se apresentam de vagas recordações, quer da existência atual, quer de anteriores. Facilmente, portanto, se compreende por que os sonâmbulos nenhuma lembrança guardam do que se passou enquanto estiveram no estado sonambúlico e por que os sonhos não têm sentido. Digo - as mais das vezes, porque também sucede serem a conseqüência de lembrança exata de acontecimentos de uma vida anterior e até, não raro, uma espécie de intuição do futuro.” 426. O chamado sonambulismo magnético tem alguma relação com o sonambulismo natural? “É a mesma coisa, com a só diferença de ser provocado.” 427. De que natureza é o agente que se chama fluido magnético? “Fluido vital, eletricidade animalizada, que são modificações do fluido universal.” 428. Qual a causa da clarividência sonambúlica? “Já o dissemos: É a alma que vê.” 429. Como pode o sonâmbulo ver através dos corpos opacos? “Não há corpos opacos senão para os vossos grosseiros órgãos. Já precedentemente não dissemos que a matéria nenhum obstáculo oferece ao Espírito, que livremente a atravessa? Freqüentemente ouvis o sonâmbulo dizer que vê pela fronte, pelo punho, etc., porque, achando-vos inteiramente presos à matéria, não compreendeis lhe seja possível ver sem o auxílio dos órgãos. Ele próprio, pelo desejo que manifestais, julga precisar dos órgãos. Se, porém, o deixásseis livre, compreenderia que vê por todas as partes do seu corpo, ou, melhor falando, que vê de fora do seu corpo.” 430. Pois que a sua clarividência é a de sua alma ou de seu Espírito, por que é que o sonâmbulo não vê tudo e tantas vezes se engana? “Primeiramente, aos Espíritos imperfeitos não é dado verem tudo e tudo saberem. Não ignoras que ainda partilham dos vossos erros e prejuízos. Depois, quando unidos à matéria, não gozam de todas as suas faculdades de Espírito. Deus outorgou ao homem a faculdade sonambúlica para fim útil e sério, não para que se informe do que não deva saber. Eis por que os sonâmbulos nem tudo podem dizer.” 431. Qual a origem das idéias inatas do sonâmbulo e como pode falar com exatidão de coisas que ignora quando desperto, de coisas que estão mesmo acima de sua capacidade intelectual? “É que o sonâmbulo possui mais conhecimentos do que os que lhe supõe. Apenas, tais conhecimentos dormitam, porque, por demasiado imperfeito, seu invólucro corporal não lhe consente rememorá-lo. Que é, afinal, um sonâmbulo? Espírito, como nós, e que se encontra encarnado na matéria para cumprir a sua missão, despertando dessa letargia quando cai em estado sonambúlico. Já te temos dito, repetidamente, que vivemos muitas vezes. Esta mudança é que, ao sonâmbulo, como a qualquer Espírito ocasiona a perda material do que haja aprendido em precedente existência. Entrando no estado, a que chamas crise, lembra-se do que sabe, mas sempre de modo incompleto. Sabe, mas não poderia dizer donde lhe vem o que sabe, nem como possui os conhecimentos que revela. Passada a crise, toda recordação se apaga e ele volve à obscuridade.” Mostra a experiência que os sonâmbulos também recebem comunicações de outros Espíritos, que lhes transmitem o que devam dizer e suprem à incapacidade que denotam. Isto se verifica principalmente nas prescrições médicas. O Espírito do sonâmbulo vê o mal, outro lhe indica o remédio. Essa dupla ação é às vezes patente e se revela, além disso, por estas expressões muito freqüentes: dizem-me que diga, ou proíbem-me que diga tal coisa. Neste último caso, há sempre perigo em insistir-se por uma revelação negada, porque se dá azo a que intervenham Espíritos levianos, que falam de tudo sem escrúpulo e sem se importarem com a verdade. 432. Como se explica a visão a distância em certos sonâmbulos? “Durante o sono, a alma não se transporta? O mesmo se dá no sonambulismo.” 433. O desenvolvimento maior ou menor da clarividência sonambúlica depende da organização física, ou só da natureza do Espírito encarnado? “De uma e outra. Há disposições físicas que permitem ao Espírito desprender-se mais ou menos facilmente da matéria.” 434. As faculdades de que goza o sonâmbulo são as que tem o Espírito depois da morte? “Somente até certo ponto, pois cumpre se atenda à influência da matéria a que ainda se acha ligado.” 435. Pode o sonâmbulo ver os outros Espíritos? “A maioria deles os vê muito bem, dependendo do grau e da natureza da lucidez de cada um. É muito comum, porém, não perceberem, no primeiro momento, que estão vendo Espíritos e os tomarem por seres corpóreos. Isso acontece principalmente aos que, nada conhecendo do Espiritismo, ainda não compreendem a essência dos Espíritos. O fato os espanta e fá-los supor que têm diante da vista seres terrenos.” O mesmo se dá com os que, tendo morrido, ainda se julgam vivos. Nenhuma alteração notando ao seu derredor e parecendo-lhes que os Espíritos têm corpos iguais aos nossos, tomam por corpos reais os corpos aparentes com que os mesmos Espíritos se lhes apresentam. 436. O sonâmbulo que vê, a distância, vê do ponto em que se acha o seu corpo, ou do em que está sua alma? “Por que esta pergunta, desde que sabes ser a alma quem vê e não o corpo?” 437. Posto que o que se dá, nos fenômenos sonambúlicos, é que a alma se transporta, como pode o sonâmbulo experimentar no corpo as sensações do frio e do calor existentes no lugar onde se acha sua alma, muitas vezes bem distante do seu invólucro? “A alma, em tais casos, não tem deixado inteiramente o corpo; conserva-se-lhe presa pelo laço que os liga e que então desempenha o papel de condutor das sensações. Quando duas pessoas se comunicam de uma cidade para outra, por meio da eletricidade, esta constitui o laço que lhes liga os pensamentos. Daí vem que confabulam como se estivessem ao lado uma da outra.” 438. O uso que um sonâmbulo faz da sua faculdade influi no estado do seu Espírito depois da morte? “Muito, como o bom ou mau uso que o homem faz de todas as faculdades com que Deus o dotou.” Êxtase 439. Que diferença há entre êxtase e o sonambulismo? “O êxtase é um sonambulismo mais apurado. A alma do extático ainda é mais independente.” 440. O Espírito do extático penetra realmente nos mundos superiores? “Vê esses mundos e compreende a felicidade dos que os habitam, donde lhe nasce o desejo de lá permanecer. Há, porém, mundos inacessíveis aos Espíritos que ainda não estão bastante purificados.” 441. Quando o extático manifesta o desejo de deixar a Terra, fala sinceramente, não o retém o instinto de conservação? “Isso depende do grau de purificação do Espírito. Se verifica que a sua futura situação será melhor do que a sua vida presente, esforça-se por desatar os laços que o prendem à Terra.” 442. Se se deixasse o extático entregue a si mesmo, poderia sua alma abandonar definitivamente o corpo? “Perfeitamente, poderia morrer. Por isso é que preciso se torna chamá-lo a voltar, apelando para tudo o que o prende a este mundo, fazendo-lhe sobretudo compreender que a maneira mais certa de não ficar lá, onde vê que seria feliz, consistiria em partir a cadeia que o tem preso ao planeta terreno.” 443. Pretendendo que lhe é dado ver coisas que evidentemente são produto de uma imaginação que as crenças e prejuízos terrestres impressionaram, não será justo concluir-se que nem tudo o que o extático vê é real? “O que o extático vê é real para ele. Mas, como seu Espírito se conserva sempre debaixo da influência das idéias terrenas, pode acontecer que veja a seu modo, ou melhor, que exprima o que vê numa linguagem moldada pelos preconceitos e idéias de que se acha imbuído, ou, então, pelos vossos preconceitos e idéias, a fim de ser mais compreendido. Neste sentido, principalmente, é que lhe sucede errar.” 444. Que confiança se pode depositar nas revelações dos extáticos? “O extático está sujeito a enganar-se muito freqüentemente, sobretudo quando pretende penetrar no que deva continuar a ser mistério para o homem, porque, então, se deixa levar pela corrente das suas próprias idéias, ou se torna joguete de Espíritos mistificadores, que se aproveitam da sua exaltação para fasciná-lo.” 445. Que deduções se podem tirar dos fenômenos do sonambulismo e do êxtase? Não constituirão uma espécie de iniciação na vida futura? “A bem dizer, mediante esses fenômenos, o homem entrevê a vida passada e a vida futura. Estude-os e achará o aclaramento de mais de um mistério, que a sua razão inutilmente procura devassar.” 446. Poderiam tais fenômenos adequar-se às idéias materialistas? “Aquele que os estudar de boa-fé e sem prevenções não poderá ser materialista, nem ateu.” Dupla vista 447. O fenômeno a que se dá a designação de dupla vista tem alguma relação com o sonho e o sonambulismo? “Tudo isso é uma só coisa. O que se chama dupla vista é ainda resultado da libertação do Espírito, sem que o corpo seja adormecido. A dupla vista ou segunda vista é a vista da alma.” 448. É permanente a segunda vista? “A faculdade é, o exercício não. Em os mundos menos materiais do que o vosso, os Espíritos se desprendem mais facilmente e se põem em comunicação apenas pelo pensamento, sem que, todavia, fique abolida a linguagem articulada. Por isso mesmo, em tais mundos, a dupla vista é faculdade permanente, para a maioria de seus habitantes, cujo estado normal se pode comparar ao dos vossos sonâmbulos lúcidos. Essa também a razão por que esses Espíritos se vos manifestam com maior facilidade do que os encarnados em corpos mais grosseiros.” 449. A segunda vista aparece espontaneamente ou por efeito da vontade de quem a possui como faculdade? “As mais das vezes é espontânea, porém a vontade também desempenha com grande freqüência importante papel no seu aparecimento. Toma, para exemplo, de umas dessas pessoas a quem se dá o nome de ledoras da buena-dicha, algumas das quais dispõem desta faculdade, e verás que é com o auxílio da própria vontade que se colocam no estado de terem a dupla vista e o que chamas visão.” 450. A dupla vista é suscetível de desenvolver-se pelo exercício? “Sim, do trabalho sempre resulta o progresso e a dissipação do véu que encobre as coisas.” a) - Esta faculdade tem qualquer ligação com a organização física? “Incontestavelmente, o organismo influi para a sua existência. Há organismos que lhe são refratários.” 451. Por que é que a segunda vista parece hereditária em algumas famílias? “Por semelhança da organização, que se transmite como as outras qualidades físicas. Depois, a faculdade se desenvolve por uma espécie de educação, que também se transmite de um a outro.” 452. É exato que certas circunstâncias desenvolvem a segunda vista? “A moléstia, a proximidade do perigo, uma grande comoção podem desenvolvê-la. O corpo, às vezes, vem a achar-se num estado especial que faculta ao Espírito ver o que não podeis ver com os olhos carnais.” Nas épocas de crises e de calamidades, as grandes emoções, todas as causas, enfim, de superexcitação do moral provocam não raro o desenvolvimento da dupla vista. Parece que a Providência, quando um perigo nos ameaça, nos dá o meio de conjurá-lo. Todas as seitas e partidos perseguidos oferecem múltiplos exemplos desse fato. 453. As pessoas dotadas de dupla vista sempre têm consciência de que a possuem? “Nem sempre. Consideram isso coisa perfeitamente natural e muitos crêem que, se cada um observasse o que se passa consigo, todos verificariam que são como eles.” 454. Poder-se-ia atribuir a uma espécie de segunda vista a perspicácia de algumas pessoas que, sem nada apresentarem de extraordinário, apreciam as coisas com mais precisão do que outras? “É sempre a alma a irradiar mais livremente e a apreciar melhor do que sob o véu da matéria.” a) - Pode esta faculdade, em alguns casos, dar a presciência das coisas? “Pode. Também dá os pressentimentos, pois que muitos são os graus em que ela existe, sendo possível que num mesmo indivíduo exista em todos os graus, ou em alguns somente.” Resumo teórico do sonambulismo, do êxtase e da dupla vista 455. Os fenômenos do sonambulismo natural se produzem espontaneamente e independem de qualquer causa exterior conhecida. Mas, em certas pessoas dotadas de especial organização, podem ser provocados artificialmente, pela ação do agente magnético. O estado que se designa pelo nome de sonambulismo magnético apenas difere do sonambulismo natural em que um é provocado, enquanto o outro é espontâneo. O sonambulismo natural constitui fato notório, que ninguém mais se lembra de por em dúvida, não obstante o aspecto maravilhoso dos fenômenos a que dá lugar. Por que seria então mais extraordinário ou irracional o sonambulismo magnético? Apenas por produzir-se artificialmente, como tantas outras coisas? Os charlatães o exploram, dizem. Razão de mais para que não lhes seja deixado nas mãos. Quando a Ciência se houver apropriado dele, muito menos crédito terão os charlatães junto às massas populares. Enquanto isso não se verifica, como o sonambulismo natural ou artificial é um fato, e como contra fatos não há raciocínio possível, vai ele ganhando terreno, apesar da má-vontade de alguns, no seio da própria Ciência, onde penetra por uma imensidade de portinhas, em vez de entrar pela porta larga. Quando lá estiver totalmente, terão que lhe conceder direito de cidade. Para o Espiritismo, o sonambulismo é mais do que um fenômeno psicológico, é uma luz projetada sobre a psicologia. É aí que se pode estudar a alma, porque é onde esta se mostra a descoberto. Ora, um dos fenômenos que a caracterizam é o da clarividência independente dos órgãos ordinários da vista. Fundam-se os que contestam este fato em que o sonâmbulo nem sempre vê, e à vontade do experimentador, como com os olhos. Será de admirar que difiram os efeitos, quando diferentes são os meios? Será racional que se pretenda obter os mesmos efeitos, quando há e quando não há o instrumento? A alma tem suas propriedades, como os olhos têm as suas. Cumpre julgá-las em si mesmas e não por analogia. De uma causa única se originam a clarividência do sonâmbulo magnético e a do sonâmbulo natural. É um atributo da alma, uma faculdade inerente a todas as partes do ser incorpóreo que existe em nós e cujos limites não são outros senão os assinados à própria alma. O sonâmbulo vê em todos os lugares aonde sua alma possa transportar-se, qualquer que seja a longitude. No caso de visão a distância, o sonâmbulo não vê as coisas de onde está o seu corpo, como por meio de um telescópio. Vê-as presentes, como se se achasse no lugar onde elas existem, porque sua alma, em realidade, lá está. Por isso é que seu corpo fica como que aniquilado e privado de sensação, até que a alma volte a habitá-lo novamente. Essa separação parcial da alma e do corpo constitui um estado anormal, suscetível de duração mais ou menos longa, porém não indefinida. Daí a fadiga que o corpo experimenta após certo tempo, mormente quando aquela se entrega a um trabalho ativo. A vista da alma ou do Espírito não é circunscrita e não tem sede determinada. Eis por que os sonâmbulos não lhe podem marcar órgão especial. Vêem porque vêem, sem saberem o motivo nem o modo, uma vez que, para eles, na condição de Espíritos, a vista carece de foco próprio. Se se reportam ao corpo, esse foco lhes parece estar nos centros onde maior é a atividade vital, principalmente no cérebro, na região do epigastro, ou no órgão que considerem o ponto de ligação mais forte entre o Espírito e o corpo. O poder da lucidez sonambúlica não é ilimitado. O Espírito, mesmo quando completamente livre, tem restringidos seus conhecimentos e faculdades conforme ao grau de perfeição que haja alcançado. Ainda mais restringidos os tem quando ligado à matéria, a cuja influência está sujeito. É o que motiva não ser universal, nem infalível, a clarividência sonambúlica. E tanto menos se pode contar com a sua infalibilidade, quanto mais desviada seja do fim visado pela Natureza e transformada em objeto de curiosidade e de experimentação. No estado de desprendimento em que fica colocado, o Espírito do sonâmbulo entra em comunicação mais fácil com os outros Espíritos encarnados, ou não encarnados, comunicação que se estabelece pelo contacto dos fluidos, que compõem os perispíritos e servem de transmissão ao pensamento, como o fio elétrico. O sonâmbulo não precisa, portanto, que se lhe exprimam os pensamentos por meio da palavra articulada. Ele os sente e adivinha. É o que o torna eminentemente impressionável e sujeito às influências da atmosfera moral que o envolva. Essa também a razão por que uma assistência muito numerosa e a presença de curiosos mais ou menos malevolentes lhe prejudicam de modo essencial o desenvolvimento das faculdades que, por assim dizer, se contraem, só se desdobrando com toda a liberdade num meio íntimo ou simpático. A presença de pessoas mal-intencionadas ou antipáticas lhe produz efeito idêntico ao do contacto da mão na sensitiva. O sonâmbulo vê ao mesmo tempo o seu próprio Espírito e o seu corpo, os quais constituem, por assim dizer, dois seres que lhe representam a dupla existência corpórea e espiritual, existências que, entretanto, se confundem, mediante os laços que as unem. Nem sempre o sonâmbulo se apercebe de tal situação e essa dualidade faz que muitas vezes fale de si, como se falasse de outra pessoa. É que ora é o ser corpóreo que fala ao ser espiritual, ora é este que fala àquele. Em cada uma de suas existências corporais, o Espírito adquire um acréscimo de conhecimentos e de experiência. Esquece-os parcialmente, quando encarnado em matéria por demais grosseira, porém deles se recorda como Espírito. Assim é que certos sonâmbulos revelam conhecimentos acima do grau da instrução que possuem e mesmo superiores às suas aparentes capacidades intelectuais. Portanto, da inferioridade intelectual e científica do sonâmbulo, quando desperto, nada se pode inferir com relação aos conhecimentos que porventura revele no estado de lucidez. Conforme as circunstâncias e o fim que se tenha em vista, ele os pode haurir da sua própria experiência, da sua clarividência relativa às coisas presentes, ou dos conselhos que receba de outros Espíritos. Mas, podendo o seu próprio Espírito ser mais ou menos adiantado, possível lhe é dizer coisas mais ou menos certas. Pelos fenômenos do sonambulismo, quer natural, quer magnético, a Providência nos dá a prova irrecusável da existência e da independência da alma e nos faz assistir ao sublime espetáculo da sua emancipação. Abre-nos dessa maneira, o livro do nosso destino. Quando o sonâmbulo descreve o que se passa a distância, é evidente que vê, mas não com os olhos do corpo. Vê-se a si mesmo e se sente transportado ao lugar onde vê o que descreve. Lá se acha, pois, alguma coisa dele e, não podendo essa alguma coisa ser o seu corpo, necessariamente é sua alma, ou Espírito. Enquanto o homem se perde nas sutilezas de uma metafísica abstrata e ininteligível, em busca das causas da nossa existência moral, Deus cotidianamente nos põe sob os olhos e ao alcance da mão os mais simples e patentes meios de estudarmos a psicologia experimental. O êxtase é o estado em que a independência da alma, com relação ao corpo, se manifesta de modo mais sensível e se torna, de certa forma, palpável. No sonho e no sonambulismo, o Espírito anda em giro pelos mundos terrestres. No êxtase, penetra em um mundo desconhecido, o dos Espíritos etéreos, com os quais entra em comunicação, sem que, todavia, lhe seja lícito ultrapassar certos limites, porque, se os transpusesse, totalmente se partiriam os laços que o prendem ao corpo. Cerca-o então resplendente e desusado fulgor, inebriam-no harmonias que na Terra se desconhecem, indefinível bem-estar o invade: goza antecipadamente da beatitude celeste e bem se pode dizer que pousa um pé no limiar da eternidade. No estado de êxtase, o aniquilamento do corpo é quase completo. Fica-lhe somente, pode-se dizer, a vida orgânica. Sente-se que a alma se lhe acha presa unicamente por um fio, que mais um pequenino esforço quebraria sem remissão. Nesse estado, desaparecem todos os pensamentos terrestres, cedendo lugar ao sentimento apurado, que constitui a essência mesma do nosso ser imaterial. Inteiramente entregue a tão sublime contemplação, o extático encara a vida apenas como paragem momentânea. Considera os bens e os males, as alegrias grosseiras e as misérias deste mundo quais incidentes fúteis de uma viagem, cujo termo tem a dita de avistar. Dá-se com os extáticos o que se dá com os sonâmbulos: mais ou menos perfeita podem ter a lucidez e o Espírito mais ou menos apto a conhecer e compreender as coisas, conforme seja mais ou menos elevado. Muitas vezes, porém, há neles mais excitação do que verdadeira lucidez, ou, melhor, muitas vezes a exaltação lhes prejudica a lucidez. Daí o serem, freqüentemente, suas revelações um misto de verdades e erros, de coisas grandiosas e coisas absurdas, até ridículas. Dessa exaltação, que é sempre uma causa de fraqueza, quando o indivíduo não sabe reprimi-la, Espíritos inferiores costumam aproveitar-se para dominar o extático, tomando, com tal intuito, aos seus olhos, aparências que mais o aferram às idéias que nutre no estado de vigília. Há nisso um escolho, mas nem todos são assim. Cabe-nos tudo julgar friamente e pesar-lhes as revelações na balança da razão. A emancipação da alma se verifica às vezes no estado de vigília e produz o fenômeno conhecido pelo nome de segunda vista ou dupla vista, que é a faculdade graças à qual quem a possui vê, ouve e sente além dos limites dos sentidos humanos. Percebe o que exista até onde estende a alma a sua ação. Vê, por assim dizer, através da vista ordinária, e como por uma espécie de miragem. No momento em que o fenômeno da segunda vista se produz, o estado físico do indivíduo se acha sensivelmente modificado. O olhar apresenta alguma coisa de vago. Ele olha sem ver. Toda a sua fisionomia reflete uma como exaltação. Nota-se que os órgãos visuais se conservam alheios ao fenômeno, pelo fato de a visão persistir, mau grado à oclusão dos olhos. Aos dotados desta faculdade ela se afigura tão natural, como a que todos temos de ver. Consideram-na um atributo de seus próprios seres, que em nada lhes parecem excepcionais. De ordinário, o esquecimento se segue a essa lucidez passageira, cuja lembrança, tornando-se cada vez mais vaga, acaba por desaparecer, como a de um sonho. O poder da vista dupla varia, indo desde a sensação confusa até a percepção clara e nítida das coisas presentes ou ausentes. Quando rudimentar, confere a certas pessoas o tato, a perspicácia, uma certa segurança nos atos, a que se pode dar o qualificativo de precisão de golpe de vista moral. Um pouco desenvolvida, desperta os pressentimentos. Mais desenvolvida mostra os acontecimentos que deram ou estão para dar-se. O sonambulismo natural e artificial, o êxtase e a dupla vista são efeitos vários, ou de modalidades diversas, de uma mesma causa. Esses fenômenos, como os sonhos, estão na ordem da Natureza. Tal a razão por que hão existido em todos os tempos. A História mostra que foram sempre conhecidos e até explorados desde a mais remota antigüidade e neles se nos depara a explicação de uma imensidade de fatos que os preconceitos fizeram fossem tidos por sobrenaturais. A letargia é definida na medicina como “sonolência mórbida. Estado de sono profundo observado em algumas doenças. Sinônimo: letargo.” A catalepsia é definida pela medicina como “síndrome nervosa, de índole histérica, caracterizada pela suspensão total ou parcial da sensibilidade externa e dos movimentos voluntários e, principalmente, por extrema rigidez muscular.” Neste estado os pacientes, em geral, vêem e ouvem o que passa ao redor, sem poder interagir com o meio. Mas não é pelos sentidos que acompanham o movimento exterior e sim pelo espírito. Esse estado especial dos órgãos prova que no homem há alguma coisa mais do que o corpo. Na letargia a vitalidade se encontra em estado latente, imperceptível. Enquanto o corpo vive, o Espírito não o abandona. Desde que um homem, aparentemente morto, retorna à normalidade, é que não houve morte, pois se esta houvesse não seria possível tornar a habitar o mesmo corpo. O magnetismo, em tais casos, é eficaz como tratamento, porque restitui ao corpo o fluido vital que lhe falta para manter o funcionamento dos órgãos. Assim procedeu Jesus no caso de Lázaro. Vale lembrar que Jesus afirmou aos apóstolos que Lázaro não se encontrava morto, mas dormia. E fez esta afirmativa antes de chegar à casa de Lázaro. Trata-se provavelmente do fenômeno de dupla vista, forma de clarividência, de que trataremos mais tarde, com a qual Jesus pôde ver o que sucedia a Lázaro à distância. Na letargia e na catalepsia ocorre a perda temporária da sensibilidade e do movimento, por uma causa fisiológica ainda inexplicada. Na letargia, a imobilização dá ao corpo a aparência da morte; na catalepsia, fica localizada, podendo atingir uma parte mais ou menos extensa do corpo, de sorte que não se pode confundi-la com a morte. A letargia é sempre natural; a catalepsia é por vezes magnética. Tanto na letargia como na catalepsia ocorre a emancipação da alma. Isto se dá também no sonambulismo, no êxtase, e na dupla vista que vamos agora estudar. Sonambulismo Do latim somnus (sono) e ambulare (marchar, passear), é um estado de emancipação da alma mais completo do que no sonho. O sonho é um sonambulismo imperfeito. No sonambulismo a visão da alma é mais desenvolvida. Vê-se as coisas com mais precisão e nitidez. O espírito pode atuar sobre o corpo, diferentemente de como se atua quando se está acordado. Assim como outro espírito movimenta a mão de um médium, analogamente, o próprio espírito movimenta o seu corpo em estado sonambúlico. O verdadeiro sonambulismo provoca um total esquecimento de tudo o que se fez no momento em que se acorda. Sonambulismo artificial ou magnético é aquele provocado pelo passe ou pelo magnetismo. O sonambulismo natural é aquele que é espontâneo. Ocorre sem que a pessoa o queira. O sonâmbulo sabe coisas que não saberia quando desperto pois é seu espírito quem se manifesta, trazendo à tona todos os conhecimentos resultantes de sua vida de espírito milenar. Os sonâmbulos recebem também comunicações de outros espíritos neste estado. É uma forma, portanto, de mediunidade. O uso que um sonâmbulo faz da sua faculdade influi muito no estado do seu Espírito depois da morte. Não se pode portanto alegar inconsciência para escusar-se de responsabilidades decorrentes de sua atuação neste estado especial. O sonâmbulo comunica-se mais facilmente com os outros espíritos, encarnados ou não, comunicação que se estabelece pelo contacto dos fluidos perispirituais. O sonâmbulo comunica-se mais facilmente com os outros espíritos, encarnados ou não, comunicação que se estabelece pelo contato dos fluidos perispirituais. O sonâmbulo vê a si mesmo, como espírito, e ao seu corpo, ao mesmo tempo. Isto o confunde a ponto de referir-se a si como outra pessoa. O sonâmbulo é capaz de ver à distância. Isto se dá porque sua alma se transporta. Ele tem mais faculdades espirituais que quando desperto, mas menos do que quando desencarnado. Êxtase O êxtase é um estado ainda mais aprofundado do sonambulismo, que confere mais independência ao espírito. Alguns dos extáticos podem penetrar os mundos superiores, se estão bastante purificados. O espírito pode mesmo manifestar o desejo de deixar a Terra. Poderia mesmo morrer somente por sua vontade, mas esta atitude o prenderia ainda mais à Terra, na condição de suicida. O extático está sujeito ao engano, especialmente se pisa no terreno do que deva permanecer oculto ao homem. A sua exaltação é também ensejo à ação dos espíritos mistificadores. Dupla vista Segunda-vista ou Dupla-vista é o efeito da emancipação da alma que se manifesta no estado de vigília. Difere do sonambulismo porque o espírito está desperto. Vê-se as coisas ausentes como se estivessem presentes. Não se vê pelos olhos, mas pela alma, para onde esta se transporta. O exercício desta faculdade não é permanente, e nem todos que a possuem sabem disto, pois julgam ser um efeito natural. Neste estado físico do indivíduo se acha modificado. O olhar parece vago. Ele olha sem ver. A sua fisionomia reflete uma exaltação. Neste estado o aspecto físico do indivíduo se acha modificado. O olhar parece vago. Ele olha sem ver. A sua fisionomia reflete uma exaltação. A dupla vista pode consistir em uma sensação confusa ou mesmo uma percepção precisa das coisas, ainda que ausentes. Pode conferir uma visão das coisas morais e mesmo pressentimentos, ou visão de acontecimentos passados. Em mundos mais avançados, os Espíritos se desdobram facilmente e se comunicam pelo pensamento, além da palavra. Nestes mundos a dupla vista é faculdade permanente, comparável ao estado dos sonâmbulos lúcidos. A dupla vista pode ser desenvolvida pelo exercício. O organismo influi para o seu aparecimento. Situações de perigo ou forte emoção pode desenvolver a segunda vista. O Sonho, o sonambulismo, a exaltação e dupla vista, são todos resultados da emancipação da alma. Na catalepsia e na letargia, igualmente, ocorre esta emancipação. Terminada esta breve introdução, vamos oportunizar as perguntas de todos. Perguntas/Respostas: [01] Podemos considerar o desdobramento como decorrente do sonambulismo ou da dupla vista? Ou ambos? Lizabeth, na verdade o desdobramento, também chamado de viagem astral, se dá no momento do sono ou do transe mediúnico. Nem sempre no desdobramento o espírito fará erguer o corpo físico e passear com ele, como no caso do sonambulismo espontâneo. Ou responderá perguntas a um encarnado que, através do magnetismo, provocou o sonâmbulismo em uma pessoa. Entretanto nós devemos considerar que no sonambulismo ocorre um desdobramento, ou emancipação da alma. Todos estes termos envolvem situações específicas, mas tem em comum a emancipação da alma, um deslocamento do espírito em relação ao corpo, tornando-se momentaneamente independente. Então no sonambulismo, há emancipação e o movimento do corpo, ou articulação da fala. Na dupla vista, há emancipação e uma visão à distância ou presente de situações que não se vêem ou percebem normalmente. O desdobramento, por sua vez, é só a emancipação, que se dá no sono ou no transe mediúnico. 02. < mulata >na letargia, corre-se até o risco da pessoa ser enterrada viva? Sim, isso ocorria especialmente há tempos atrás, em que não havia tanta precisão no diagnóstico da morte. em dia são necessários procedimentos médicos especiais, e o atendimento de uma burocracia, a fim de assegurar que não se cometa este engano, ou se deixe de atender um paciente que ainda tem chances de sobrevida. Era comum até certo tempo, algumas pessoas tomarem providências especiais para evitar serem enterradas vivas, como instalar campainhas que tinham o interruptor dentro do caixão. 03. gostaria muito de entender esta questão sobre o sonambulismo. Na prática, como você descreveria um sonâmbulo ou mesmo o sonambulismo? Rafaielo_Espiritismo_Estudos> o sonambulismo não é descrito corretamente pela ciência materialista, que ignora o elemento espiritual deste fenômeno. Quase todos já vimos em filmes personagens que perambulam de pijamas, olhos fechados, a passos lentos, pela casa, ou até mesmo fora dela. Essas pessoas são capazes de responder perguntas, até mesmo sobre coisas que não seriam capazes de ver ou que nunca conheceram quando despertas. Como descrever o fenômeno? Só podemos considerar que o espírito, desdobrado, vê além da matéria, e guia o corpo de maneira distinta de quando está desperto, de uma maneira análoga ao modo que um espírito guia o braço ou a voz de um médium, durante o transe mediúnico. 04. Foi dito que a dupla vista pode ser desenvolvida pelo exercício. Pergunta: Só desenvolve quem já a tem? Se sim, ok. Se não, como estimular seu aparecimento e quais exercícios fazer? A dupla vista não deixa de ser uma faculdade mediúnica. toda mediunidade possui um componente orgânico, hoje se fala na glândula pineal como um dos componentes orgânicos desta faculdade,a dupla vista, via de regra, poderia ser desenvolvida por determinados indivíduos, a depender de suas disposições orgânicas. O estudo do Espiritismo, especialmente em Casas Espíritas, hoje há muitas Escolas de Educação Mediúnica, é o que recomendamos para a educação e o desenvolvimento de quaisquer faculdades mediúnicas. Ainda não existe obra mais completa que o Livro dos Médiuns para este mister. 5. Unnamed]> Outro dia minha irmã, ficou com muita febre, daquelas que chega a dar calafrios. Estávamos eu, minha irmã e minha mãe conversando no quarto enquanto ela dormia. E de repente ela sentou-se na cama e começou a conversar conosco, e começou também a falar coisas estranha, que nos causou boas risada. Mas logo percebemos que ela estava com sonambulismo. Pergunto: - O fato dela estar doente, fez com que ela tivesse esse episódio de sonambulismo, ou foi alucinação? Pois não é comum acontecer isso com ela? Nem sempre o sonâmbulo diz coisas com sentido, assim como nem toda comunicação mediúnica é bem fundamentada. Mas que espécie de força poderia erguer seu corpo na cama senão seu próprio espírito? Visto que ela não estava acordada, trata-se de um fenômeno de sonambulismo. Lembremos que sonambulismo vem de somnus e ambulare. 06. Em pessoas doentes, determinadas doenças cerebrais fazem com que percam sua consciência objetiva e falam de coisas estranhas, muitas vezes inexistentes para nós, esses sintomas seriam semelhantes ao do sonâmbulo? seriam análogos ao estado de sonambulismo, quando a alma, liberta,discorre de assuntos que desconhecemos? Embora o termo sonâmbulo faça referência ao caminhar, temos de entender que ocorre o que chamamos de emancipação da alma, em que a alma se torna de certa forma independente do corpo, e percebe as coisas através do espírito. Em pessoas doentes, seja de doenças cerebrais, ou febres muito altas, ou doenças ditas terminais, essa emancipação da alma é facilitada. Assim elas podem estar manifestando, através dos lábios, a realidade espiritual que estão vivenciando. 07. <[Unnamed]> Quando a pessoa está doente a alma se desprende mais facilmente do corpo e torna-se mais "fácil" o sonambulismo? Sim Unnamed, embora certas doenças possam dificutar o deslocamento do corpo, ou mesmo a manifestação do espírito, toda doença provoca, de certa forma, a liberação ou emancipação do espírito. O que se deve entender é que a debilidade física dificulta a manifestação do espírito. Assim deambular por aí com um corpo muito debilitado se torna mais complicado. 08. Em êxtase,o Espírito deixa o corpo físico isento de sensações? Estando o corpo vivo, o espírito está a ele ligado, e transmite-lhe as sensações que está experimentando, ainda que a grandes distâncias. Ainda que não esteja necessariamente se manifestando no corpo, ou seja, movendo músculos e nervos,o corpo pode mesmo evidenciar sintomas de um frio ou calor que não o estejam afetando fisicamente. 09. era justamente para discorrer um pouco + sobre o estado de êxtase. O êxtase, segundo a definição Kardeciana, é um estado mais aprofundado em relação ao sonâmbulismo, em que o espírito estaria mais desprendido, e poderia mesmo migrar para mundos mais avançados. Compreende-se a dificuldade de se empreender tal viagem, considerando-se que o perispírito de um mundo é abandonado quando dele se sai. E outro é utilizado quando em um novo mundo se entra. Pode-se mesmo romper definitivamente os laços que prendem o espírito ao corpo, mesmo porque a impressão de um mundo superior pode abalar o desejo de viver em um mundo inferior. Além disso, o extático é capaz de obter mais facilmente comunicações de espíritos superiores, pois seu espírito está mais livre, e transmiti-las através da fala, aos encarnados presentes junto ao corpo do encarnado em êxtase. Entretanto, o estado de êxtase também permite a intervenção de espíritos maus e levianos, o que torna pouco confiável o que se obtém de um médium em êxtase. De todo modo, todos estes estados seriam melhor compreendidos se pudéssemos estudá-los "in loco", através da observação. 10. o estado de êxtase pode ser conseguido em vigília? Chamamos de dupla vista ou segunda vista o desdobramento parcial, que se obtém em vigília. O êxtase seria um estado ainda mais aprofundado de sonambulismo, portanto com ainda menos consciência do que se faz, e que causa esquecimento completo quando se acorda. O êxtase seria um estado ainda mais aprofundado de sonambulismo, portanto com ainda menos consciência do que se faz, e que causa esquecimento completo quando se acorda. 11. o esquecimento seria causado antes pelo estado de adiantamento do espírito que está momentaneamente livre seja por causa do sonambulismo ou pelo êxtase? Embora nos mundos adiantados os seus habitantes possuam mais faculdades espirituais do que em mundos como o nosso, nem sempre as faculdades mediúnicas são um indício de adiantamento do espírito, pois que a mediunidade muitas vezes é um expediente para auxiliar espíritos endividados perante a lei divina. desculpe, não me expressei corretamente... o adiantamento do espírito poderia fazer com que não houvesse esquecimento do que se passou... após o retorno da alma e o despertar no estado objetivo? haveria aqueles cujo adiantamento de seus espíritos lhes facultassem a memória dita "espiritual" daquilo pelo qual suas almas passaram e presenciaram? O sonambulismo natural é caracterizado pelo esquecimento completo do que se passou. As outras formas de desdobramento, entretanto não tem essa característica. O desdobramento obtido pela dupla vista, não é esquecido, até porque ocorre em vigília. Já o que se vê nos sonhos, no sonambulismo magnético, nos desdobramentos ocorridos no transe mediúnico, podem ser mais facilmente lembrados, especialmente se for de utilidade para o espírito quando em vigília. Os espíritos mais evoluídos possuem uma característica especial, normalmente possuem um perispírito menos denso, um corpo físico mais evoluído, de modo que tem mais acesso às suas claridades espirituais naturalmente. Assim, através da intuição, da dupla vista, da clarividência, têm acesso aos conhecimentos e recursos espirituais de que precisam, no momento em que se fazem necessários. Oração Final: Em gratidão, nos encontremos novamente com Jesus.. Ao lado Dele, nos sentindo perfeitamente amparados vamos agradecendo... os ensinamentos aqui recebidos, agradecendo estarmos aqui reunidos e termos aqui para estar... Agradecemos ao Pai, a vida que nos foi dada, nosso corpo físico que é nosso instrumento de aprendizado, sem ele nada conseguiríamos aqui na Terra agradecendo a grande oportunidade de reencarnação agradecendo a Rafaielo que esteve aqui conosco os mentores espirituais da equipe de trabalho aqui reunidos a presença de todos vocês...nossos amigos que estiveram em acompanhamento na palestra Finalmente, agradecendo a tudo o que somos, que temos e que poderemos ser... damos Graças a Deus