Estudo Espírita Promovido pelo IRC-Espiritismo http://www.irc-espiritismo.org.br Centro Espírita Léon Denis http://www.celd.org.br Tema: Pena de Morte. LE 760 a 765 Expositora: Deise Bianchini Amambai - MS 18/03/2006 Oração Inicial: Boa noite a todos Jesus, irmão amigo de todas as horas... Que tão grandiosamente enfrentou tantas coisas para nos trazer as leis de Deus e a misericórdia, a Lei de Amor Esteja conosco, através dos teus emissários, no estudo dessa noite. Abençoa todos os nossos trabalhadores, colaboradores, todas as nossas famílias. E que esse estudo possa atingir seu propósito de consolar, iluminar as pessoas. Agradecemos a vida, a saúde e nossos pertences físicos. Graças a Deus! Exposição: Boa noite queridos amigos. Nosso estudo de hoje corresponde às questões 760 a 765 de "O Livro dos Espíritos" - capítulo V I - Da lei de destruição - Pena de Morte. Ainda hoje nos vemos a volta com essa questão. Não seria um castigo correto aplicar àquele que cometeu um crime hediondo a punição pela pena de morte? Não seria correto livrar a sociedade daqueles que não estão aptos ao seu convívio? Se fôssemos pensar apenas no tempo presente, nessa única existência poderíamos até concordar com os que argumentam nesse sentido. Porém, nós espíritas, temos o conhecimento da imortalidade da alma, de que a vida não acaba com a morte do corpo, de que esses que forem despojados do corpo físico encontrarão a liberdade como espíritos imortais, espíritos endurecidos no mau que se unirão aos seus iguais. Pior, terão liberdades que o corpo físico aprisionado não oportunizaria. O homem não pode tornar-se um assassino para fazer cumprir uma vingança, pois assim estará se tornando igual àquele a quem quer punir. Não devemos também pensar em aplicar o “Olho por olho, dente por dente”, pois quem faz com que essa lei se cumpra é Deus, através de suas Leis Naturais, através do comprometimento que vamos fazendo ao longo de nossas existências. A Lei de Causa e Efeito se encarregará do culpado. Muitas vezes a oportunidade que damos ao criminoso pode levá-lo a refletir sobre seus crimes e ao arrependimento. Kardec teve a preocupação de perguntar aos espíritos sobre esse tema. Vejamos o que eles nos disseram. PARTE 3ª - CAPÍTULO VI Pena de morte "O Livro dos Espíritos" – Allan Kardec - http://www.febnet.org.br/file/135.pdf 760. Desaparecerá algum dia, da legislação humana, a pena de morte? “Incontestavelmente desaparecerá e a sua supressão assinalará um progresso da Humanidade. Quando os homens estiverem mais esclarecidos, a pena de morte será completamente abolida na Terra. Não mais precisarão os homens de ser julgados pelos homens. Refiro-me a uma época ainda muito distante de vós.” Sem dúvida, o progresso social ainda muito deixa a desejar. Mas, seria injusto para com a sociedade moderna quem não visse um progresso nas restrições postas à pena de morte, no seio dos povos mais adiantados, e à natureza dos crimes a que a sua aplicação se acha limitada. Se compararmos as garantias de que, entre esses mesmos povos, a justiça procura cercar o acusado, a humanidade de que usa para com ele, mesmo quando o reconhece culpado, com o que se praticava em tempos que ainda não vão muito longe, não poderemos negar o avanço do gênero humano na senda do progresso. 761. A lei de conservação dá ao homem o direito de preservar sua vida. Não usará ele desse direito, quando elimina da sociedade um membro perigoso? “Há outros meios de ele se preservar do perigo, que não matando. Demais, é preciso abrir e não fechar ao criminoso a porta do arrependimento.” 762. A pena de morte, que pode vir a ser banida das sociedades civilizadas, não terá sido de necessidade em épocas menos adiantadas? “Necessidade não é o termo. O homem julga necessária uma coisa, sempre que não descobre outra melhor. À proporção que se instrui, vai compreendendo melhormente o que é justo e o que é injusto e repudia os excessos cometidos, nos tempos de ignorância, em nome da justiça.” 763. Será um indício de progresso da civilização a restrição dos casos em que se aplica a pena de morte? “Podes duvidar disso? Não se revolta o teu Espírito, quando lês a narrativa das carnificinas humanas que outrora se faziam em nome da justiça e, não raro, em honra da Divindade; das torturas que se infligiam ao condenado e até ao simples acusado, para lhe arrancar, pela agudeza do sofrimento, a confissão de um crime que muitas vezes não cometera? Pois bem! Se houvesses vivido nessas épocas, terias achado tudo isso natural e talvez mesmo, se foras juiz, fizesses outro tanto. Assim é que o que pareceu justo, numa época, parece bárbaro em outra. Só as leis divinas são eternas; as humanas mudam com o progresso e continuarão a mudar, até que tenham sido postas de acordo com aquelas.” 764. Disse Jesus: Quem matou com a espada, pela espada perecerá. Estas palavras não consagram a pena de talião e, assim a morte dada ao assassino não constitui uma aplicação dessa pena? “Tomai cuidado! Muito vos tendes enganado a respeito dessas palavras, como acerca de outras. A pena de talião é a justiça de Deus. É Deus quem a aplica. Todos vós sofreis essa pena a cada instante, pois que sois punidos naquilo em que haveis pecado, nesta existência ou em outra. Aquele que foi causa do sofrimento para seus semelhantes virá a achar-se numa condição em que sofrerá o que tenha feito sofrer. Este o sentido das palavras de Jesus. Mas, não vos disse ele também: Perdoai aos vossos inimigos? E não vos ensinou a pedir a Deus que vos perdoe as ofensas como houverdes vós mesmos perdoado, isto é, na mesma proporção em que houverdes perdoado, compreendei-o bem?” 765. Que se deve pensar da pena de morte imposta em nome de Deus? “É tomar o homem o lugar de Deus na distribuição da justiça. Os que assim procedem mostram quão longe estão de compreender Deus e que muito ainda têm que expiar. A pena de morte é um crime, quando aplicada em nome de Deus, e os que a impõem se sobrecarregam de outros tantos assassínios.” Como ilustração para nosso estudo coloco dois textos de Richard Simonetti. Pena de Morte  http://www.richardsimonetti.com.br/pinga_fogo/pena_de_morte.htm   1 – O Espiritismo é favorável à pena de Morte? É frontalmente contrário. Lembrando Jesus, os doentes devem ser medicados, não eliminados. 2 – Se assim é, por que Moisés instituiu a pena de morte para determinados crimes? Nos Mandamento, da Tábua da Lei, recebida pelo próprio Moisés, no Monte Sinai, base da justiça humana, está registrado que não é lícito ao homem matar o semelhante. Ao instituir a pena de morte ele sobrepôs sua vontade aos desígnios divinos, num lamentável exemplo do faça como falo, não como faço. 3 – A pena de morte não pode funcionar como uma medida extrema de contenção da criminalidade? A experiência demonstra que onde ela é instituída não há redução nos índices de criminalidade. A razão é simples: nenhum criminoso cogita da possibilidade de ser preso. Sente-se sempre mais esperto do que os representantes da lei. 4 – De qualquer forma não teríamos um criminoso a menos? É uma ilusão. O criminoso executado ganha o benefício da invisibilidade e passa a assediar pessoas com tendência a criminalidade, ampliando-a. 5 – Mas o criminoso executado não é confinado em regiões purgatoriais, á distância das cogitações humanas? Em princípio ele tende a ficar na crosta terrestre, envolvido com suas paixões e vícios, ligando-se a pessoas que guardam suas mesmas tendências, exacerbando-as. 6 – Esses criminosos desencarnados também formam grupos no Além? Sim, atendendo ás suas tendências e causam estragos no psiquismo humano, na medida em que as pessoas se mostrem vulneráveis, psiquicamente, à sua influência. 7 – Enquanto encarnados, sua motivação era o dinheiro? E quando desencarnados? O exercício do poder, o prazer em dominar, e, também, o atendimento de viciações cultivadas durante a existência, induzindo suas vítimas ao cultivo de vícios, para que, ligados a elas psiquicamente, possam também se satisfazer. 8 – Em relação aos criminosos encarnados, trancamos nossas casas e nos cercamos de medidas de prevenção. E quanto ao desencarnados? Seria “fechar” a nossa casa mental às suas investidas, cultivando os valores do Bem e da Verdade, definidos por Jesus em suas lições. Toda influência espiritual relaciona-se com o fator sintonia. Se sintonizarmos com os bons, os maus não terão acesso à nossa Alma. Richard Simonetti Obsessores no presídio http://www.folhaespirita.com.br/show.php?not=253 Em inúmeras oportunidades, Chico Xavier esteve visitando presídios, sempre merecendo a maior atenção e respeito dos sentenciados. Numa dessas oportunidades, alguém lhe perguntou: – Chico, você viu muitos obsessores por lá? E o médium: – Não, não vi obsessores. Vi, sim, muitos benfeitores, amigos... Muitas mães... Lá não há obsessores! Eles já fizeram o que queriam. O noticiário de jornais está repleto de notícias assim: Matou o colega de escola; Contratou um pistoleiro para assassinar o pai; Embriagado, atropelou várias pessoas; Planejou o assassinato da esposa; Seqüestrou o recém-nascido; Torturou o desafeto até a morte; Detonou uma bomba que fez dezenas de vítimas; Derramou álcool sobre o mendigo e pôs fogo. São ações hediondas, inconcebíveis! Exprimem um comportamento subumano, como se esses criminosos houvessem perdido a humanidade, situando-se como monstros, na terminologia popular. O Espiritismo nos oferece condições para apreciar com justeza esses problemas, reconhecendo a ação de cruéis obsessores que os induzem a ações nefastas e comprometedoras. A intenção é vingarem-se de passadas ofensas, de vidas anteriores ou da atual, quando sofreram prejuízos morais e materiais por eles provocados. Vítimas de ontem, verdugos de hoje. Verdugos de ontem, vítimas de hoje, que sucumbem às próprias fraquezas, ao cometer crimes, mas com um vigoroso “empurrão” desses ferozes vingadores. Obviamente as prisões estão longe de se situarem como hospitais dirigidos por benfeitores espirituais, adequados ao tratamento de doentes da alma. Difícil imaginar anjos cuidando de criminosos. O ambiente é péssimo, marcado por rebeliões e desatinos de toda sorte, que se sucedem, ininterruptamente, causando consternação e temores na população. Não obstante, a observação de Chico, que poderia ser tomada à conta de comentário piedoso, evitando as incursões pelo terreno da maledicência, não é destituída de lógica. Feito o estrago, alcançado o objetivo de submeter seus desafetos à execração pública e à privação da liberdade, os obsessores tendem a afastar-se, dando por concluído seu trabalho. É como o vingador que se considera satisfeito, após agredir um desafeto até a morte. Sua ação é tão ou mais cruel: matam, moralmente, suas vítimas. Após o estrago, que infrutiferamente buscaram evitar, já que seus tutelados estavam mais receptivos às sugestões das sombras, aproximam-se mentores espirituais e familiares desencarnados, buscando amenizar suas dores e despertar suas consciências. Quanto a nós outros, que nos sentimos chocados com seus crimes, chegando, não raro, a imaginar se não seria razoável instituir a pena de morte para puni-los, vale lembrar a observação do Mestre (João, 8:7), diante dos fariseus que pretendiam apedrejar a mulher colhida em adultério: “Aquele que estiver sem pecado, atire a primeira pedra”. Amigos, obrigada pela companhia e oportunidade! Perguntas/Respostas: 01. Não seria pena de morte o retorno, por assim dizer, de ações passadas de outros que agora colhem os frutos de suas ações, em determinado momento de sua evolução? Pois em tudo há a harmonia e vigilância divina. Assim acredito. Pode ser, pois nada ocorre sem uma razão. Mas ao aplicarmos essa punição estaremos tirando uma vida, agindo em desacordo às Leis de Deus. Nós aprendemos que o escândalo há de vir, mas ai de quem o pratique. Com nossa evolução vamos deixando de lado essas ações violentas. Devemos também lembrar que os crimes são gerados por motivos mais profundos que apenas maldade de quem o praticou. Teremos ações sociais condignas e não apenas assistencialismo. Assim o ser humano poderá progredir como um todo. 02. aquele que comete atrocidade e pede a pena de morte, afirmando que voltará a delinqüir e assim está sofrendo, qual seria a melhor solução? Você diz que o próprio criminoso pede a pena de morte, valmir? isso Veja que interessante. Ele mesmo percebe que tem um problema de caráter. Sabemos que é da fase evolutiva em que se encontra seu espírito, embora ele não saiba disso, com essas palavras. Portanto é alguém doente. Quando estamos doentes tomamos remédio e não recebemos a pena de morte do médico. Esse indivíduo provavelmente terá que ser isolado definitivamente do resto da sociedade. De forma digna, útil, receber o seu tratamento. E o fato de ele saber de sua limitação já indica que ele pode receber a "cura", em outra oportunidade reencarnatória. 03. Supondo que um homem apenas idealizou a pena de morte. Iria este está relacionado a todos os demais mortos por causa da pena de morte idealizada em um dado momento por ele? Isso em tese, claro. Creio que estaria, ele foi o legislador que criou a pena, portanto todos que a sofreram estariam ligado a decisão, ou determinação, que ele tomou. 04. Se eu condenei em nome de Deus, como fazer para me livrar da lenha que queima minha pele, se os culpados foram os outros pela heresia? valmir, muita coisa nós fizemos em nome de Deus, e ainda fazemos. Muitas vezes cometemos atrocidades com boa fé, pela nossa ignorância. Quando formos colher o resultado de nossas ações isso será levado em conta. Muito será cobrado de quem muito recebeu. Isto é, aquele que tinha conhecimento que agia errado foi mais culpado que outro , que fez a mesma ação, mas que não tinha conhecimento de seu erro. E sempre, a todo o momento, podemos pedir perdão a Deus, e seremos ouvidos. Oração Final: Amigos, antes de encerrarmos nossa noite de estudos Vamos unir nossos corações em sintonia de agradecimento. A tudo e a todos que oportunizam essa nossa reunião. Aos bons espíritos, mentores de nossos trabalhos. Aos espíritos que vem acompanhar-nos em busca de aprendizado. A cada um de nós, que nesse momento se dedica a aprender, melhorar e crescer. Que todos possam receber nossas energias de amor, restauradas nesse convívio sadio e proveitoso. Agradecemos por esse ambiente tranqüilo e por tudo que recebemos. Que cada um de nós e dos nossos, possam ter uma semana iluminada com muita paz e amor. Obrigada a todos!!!