Estudo Espírita Promovido pelo IRC-Espiritismo http://www.irc-espiritismo.org.br Centro Espírita Léon Denis http://www.celd.org.br Tema: Escolha das provas II LE 266 a 273 Expositor: Deise Bianchini Amambai - MS 20/03/2004 Dirigente do Estudo da Noite: Deise Bianchini Oração Inicial: Deise Bianchini Senhor amado, que possamos nesse momento encontrar a inspiração que oriente nossas vidas. Para torná-la proveitosa. Que possamos sempre estar aptos ao aprendizado e enfrentarmos nossas provas e dificuldades com fé e confiança no Pai, que muito nos ama. Que possamos ter o amparo dos amigos espirituais nessa noite. Assim seja !! Exposição: Boa noite aos amigos, um prazer podermos trocar idéias e estudarmos juntos "O Livro dos Espíritos" . Chegando ao fim o tempo que espírito deveria viver na erraticidade, o próprio espírito escolhe as provas a que deseja submeter-se para apressar o seu adiantamento. Tais provas estão sempre em relação com as faltas que lhe cumpre expiar. Se delas triunfa, eleva-se; se sucumbe, tem que recomeçar. O retorno à carne é decidido pelo próprio interessado dependendo do estágio evolutivo em que se encontra. Espíritos mais amadurecidos, conscientes de suas responsabilidades, planejam a época do retorno. Espíritos imaturos são orientados e conduzidos por mentores espirituais. Dizem todos os Espíritos que, na erraticidade, eles se aplicam a pesquisar, estudar, observar, a fim de fazerem a sua escolha. Poderíamos nos perguntar, como o fez Kardec na questão 266 se não seria natural que escolhêssemos as provas menos dolorosas. Os espíritos nos respondem com muita precisão: "Pode parecer-vos a vós; ao Espírito, não. Logo que este se desliga da matéria, cessa toda ilusão e outra passa a ser a sua maneira de pensar. " O homem na Terra, e colocado sob a influência das idéias carnais, só vê das provas o lado penoso. Por isso pode lhe parecer natural escolher as que, do seu ponto de vista, podem coexistir com os prazeres materiais. Na vida espiritual, porém, compara esses prazeres fugazes e grosseiros com a inalterável felicidade que lhe é dado entrever e então não se importa com os passageiros sofrimentos terrenos. Assim, pois, o Espírito pode escolher prova muito rude e, conseguintemente, uma angustiada existência, na esperança de alcançar depressa um estado melhor, como o doente escolhe muitas vezes o remédio mais desagradável para se curar mais rapidamente. A posição que o homem ocupa na Terra, e as funções que aí desempenha, são uma conseqüência do gênero de vida que o Espírito escolheu como prova, expiação ou missão, acarretando o sofrimento dessa existência e todas as tendências boas ou más, que lhe são inerentes. Os Espíritos foram criados simples e ignorantes. Deus deixa que o homem escolha o caminho. Pior para ele se toma o caminho mau: mais longa será sua peregrinação. É preciso que o Espírito ganhe experiência, por isso se une ao corpo. A doutrina da liberdade que temos de escolher as nossas existências, de exercitar nosso livre arbítrio, e as provas que devamos sofrer deixa de parecer singular, desde que se atenda a que os Espíritos, uma vez desprendidos da matéria, apreciam as coisas de modo diverso da nossa maneira de apreciá-los. Divisam a meta, que bem diferente é para eles dos gozos fugitivos do mundo. Após cada existência, vêem o passo que deram e compreendem o que ainda lhes falta em pureza para atingirem aquela meta. Daí o se submeterem voluntariamente a todas as vicissitudes da vida corpórea, solicitando as que possam fazer que a alcancem mais ligeiro. Não se chega a uma posição social de destaque nas ciências, nas artes, na indústria, senão passando por uma série de posições inferiores, que são outras tantas provas. Se na vida terrena muitas vezes escolhemos duras provas, visando posição mais elevada, por que não haveria o Espírito, que enxerga mais longe que o corpo e para quem a vida corporal é apenas incidente de curta duração, de escolher uma existência árdua e laboriosa, desde que o conduza à felicidade eterna? Ora, que são, para o Espírito as diversas existências corporais, senão fases, períodos, dias da sua vida espírita, que é, como sabemos, a vida normal, visto que a outra é transitória, passageira? Outra pergunta muito interessante que Kardec fez aos espíritos: 269. Pode o Espírito enganar-se quanto à eficiência da prova que escolheu? Resposta: "Pode escolher uma que esteja acima de suas forças e sucumbir. Pode também escolher alguma que nada lhe aproveite, como sucederá se buscar vida ociosa e inútil. Mas, então, voltando ao mundo dos Espíritos, verifica que nada ganhou e pede outra que lhe faculte recuperar o tempo perdido." O Espírito, até que chegue ao estado de pureza perfeita, passará constantemente por provas. Havendo-se elevado a um certo grau, o Espírito, embora não seja ainda perfeito, já não tem que sofrer provas. Continua, porém, sujeito a deveres nada penosos, cuja satisfação lhe auxilia o aperfeiçoamento, mesmo que consistam apenas em auxiliar os outros a se aperfeiçoarem. Deus não pune ninguém, não aplica castigos, por ser absolutamente desnecessário, pois cada um planta em si mesmo a conseqüência de seus atos, tendo por obrigação a colheita de seus próprios frutos. A evolução do espírito não se prende exclusivamente ao campo moral, ao homem é necessário avançar em moral e em ciência. Sem a luz da inteligência não há moral efetiva. Cada aquisição feita em nossas diversas encarnações é uma conquista permanente em nós. Somos herdeiros de nós mesmos. Por isso continuemos a utilizar o nosso livre arbítrio para procurar traçar novos rumos, abrir trilhas para nosso crescimento e progresso espiritual. Para obtermos esse aperfeiçoamento espiritual devemos empenhar todas as nossas forças em adquirir mais conhecimentos e de viver em crescente harmonia com nosso semelhante, vivenciando a lei do amor. Bibliografia: "O Livro dos Espíritos" - Allan Kardec "Reencarnação" - Roque Jacintho Perguntas/Respostas: 1. toda espécie de tentação é uma prova? Prova é o resgate escolhido pelo espírito, consciente de seus débitos e necessidades. Uma tentação pode ser uma prova, para o espírito mostrar que já se equilibrou em relação a algum defeito que tinha. Por outro lado, pode ser reflexo das situações que ele se coloca no dia-a-dia, tornando-se a não resistência a essas tentações um débito a cumprir no futuro. 2. o caminho para a felicidade só seria através de provas árduas? O caminho da felicidade está em vivenciarmos a lei do amor, pois se estivermos em harmonia os sofrimentos serão encarados de forma natural, como mais uma etapa a ser vencida, e facilmente ultrapassada. Como exemplo podemos pensar na escola. Todas as matérias são difícieis, se não tivermos conhecimento delas. No momento de fazer a prova, qual deve ser nosso procedimento? Estudar , estarmos preparados para o momento. Se fizermos isso a prova será apenas um momento de nossa vida onde vamos colocar as questões certas. Para quem não se preparou será uma tortura de no mínimo 50 minutos. Podendo chegar à repetição do ano, onde o aluno terá que passar por tudo novamente, e aí, quem sabe, mais maduro, estará apto a encarar a prova apenas como um teste de seus conhecimentos 3. Os débitos que uma pessoa trás consigo numa vida se refletem de que forma? As formas que esses débitos se refletem são inúmeras. Tanto podem ser físicas como morais. Um exemplo de cada uma. Uma pessoa cometeu o suicídio lesando seu coração. Poderá vir em nova existência com um coração fragilizado, para dar valor ao seu corpo, ao seu instrumento de aprendizado. Uma pessoa abusou do corpo, na promiscuidade, pode reencarnar em ambiente onde sua prova seja estar acima dessas "tentações". Quando contraímos débitos lesamos nosso perispírito, que trará as marcas para apagarmos. Nosso organismo que será formado terá a conformação necessária às nossas escolhas de provas. 4. Fala-se em causa e efeito. E vivemos sob a lei da sobrevivência da espécie. No sistema capitalista o meio é a obtenção do capital. O que falar de uma pessoa que assaltou para o filho comer como conseqüência de uma injustiça governamental? Vetor, todos vivemos de acordo com a lei universal, a Lei de Deus, essa imutável. Mas também vivemos sob a lei dos homens, essa mutável e falível. Pela lei dos homens esse pai errou. Pela Lei de Deus nós erramos. Primeiro enquanto pessoas que não utilizamos da caridade, e depois, como cidadãos, deixamos nosso governos atingir essa degradação do ser humano. Os governantes também vêm imbuídos de uma missão, e deverão responder por isso. Nós, enquanto pessoas e cidadãos vamos fazer a nossa parte, participando das organizações não governamentais - todo centro espírita tem sua ação social - e vamos ser muito conscientes na hora de exercermos nosso direito de cidadania, o voto 5. Voto é o direito de cidadania na ação direta com a política. Mas o que dizer dos que lavam as mãos à política feita de pessoas corruptas num âmbito geral votando em branco, porém agindo e intervindo individualmente e coletivamente na sociedade em prol de uma justiça que gera o amor? A cada um segundo suas obras. Embora fazendo o bem, a pessoa está se omitindo do bem maior. Nessa ação imprescindível a quantos ela poderá atingir? Uma pequena comunidade. Ao exercer sua cidadania ela estará fazendo o bem ao município, ao estado e ao País. Mas cada um, vetor, tem a sua hora e seu momento. Pode ser que no momento a pessoa, até mesmo pela sua justificável indignação, creia que deva executar seu trabalho da melhor maneira possível e não pactuar com os corruptos, será louvável pelos méritos alcançados. Mas chegará o momento que ela vai perceber que não pode fazer como o ermitão, e perceberá também que a única forma de acabarmos com a corrupção será apontarmos pessoas dignas e sérias para exercer os mandatos cedidos pelo povo. 6. Em outras palavras, o incentivo ao "voto mais correto" seria uma forma de incitar a confiança a homens corruptíveis num âmbito geral, que regem as leis? Tentar analisar o mais adequado, pois faz parte do contexto da vida? Ou o "menos pior". Não sei dizer Vetor, só sinto, e essa é uma posição muito pessoal minha, que apenas podemos criticar daquilo que participamos. Portanto, pensando assim, creio que devemos vivenciar a sociedade no que ela nos apresenta e tentarmos melhorar o que estiver ao nosso alcance. Se tivermos que escolher o menos pior, quem sabe um dia os bons também estarão lá? Bezerra de Menezes foi político, e não há nada desabonador em sua trajetória. Oração Final: Deus, nosso Pai, que sois todo Poder e Bondade, dai a força àqueles que passam pela provação, dai a luz àquele que procura a verdade, ponde no coração do homem a compaixão e a caridade. Deus ! Dai ao viajor a estrela guia, ao aflito a consolação, ao doente o repouso. Pai ! Dai ao culpado o arrependimento, ao Espírito a Verdade, à criança o guia, ao órfão o pai. Senhor ! Que vossa bondade se estenda sobre tudo que criastes. Piedade, Senhor, para aqueles que vos não conhecem, esperança para aqueles que sofrem. Que a vossa bondade permita aos Espíritos consoladores derramarem por toda parte a Paz, a Esperança e a Fé. Deus ! Um raio, uma faísca do vosso amor pode abrasar a terra; deixai-nos beber nas fontes dessa bondade fecunda e infinita, e todas as lágrimas secarão, todas as dores se acalmarão. Um só coração, um só pensamento subirá até vós, como um grito de reconhecimento e de amor. Como Moisés sobre a montanha, nós vos esperamos com os braços abertos, oh! Bondade, oh! Beleza, oh! Perfeição, e queremos de alguma sorte merecer a vossa misericórdia. Deus ! dai-nos a força de ajudar o progresso a fim de subirmos até vós; dai-nos a caridade pura, dai-nos a fé e a razão; dai-nos a simplicidade que fará das nossas almas o espelho onde se refletirá a Vossa Imagem. (Prece de Cáritas) Que assim seja !