Estudo Espírita Promovido pelo IRC-Espiritismo http://www.irc-espiritismo.org.br Centro Espírita Léon Denis http://www.celd.org.br Tema: Instinto de conservação / Meios de conservação LE questões 702 a 710 Expositora: Nilcea Rosa Rio de Janeiro - RJ 26/01/2002 Dirigente do Estudo da Noite: Deise Bianchini [Naema ] Oração Inicial: Senhor Jesus! Que a tua paz possa estar junto de nós neste momento em que a tua suave vibração invade os nossos corações e sentimos a confiança da tua presença. Ampara a nossa companheira neste estudo virtual para que todos possamos ser atendidos em nossas necessidades íntimas e que possamos, com certeza, sairmos daqui compreendendo mais sobre a Lei de Conservação... Que a tua paz nos ampare, hoje e sempre! Que assim possa ser! (t) Mensagem Introdutória: DESPERDÍCIOS Há muito desperdício no mundo, fomentando larga faixa de miséria entre os homens. O que abunda em tua mesa falta em muitos lares. O excesso nas tuas mãos é escassez em inúmeras famílias. O que te sobra e atiras fora, produz ausência em outros lugares. O desperdício é fator expressivo de ruína na comunidade. O homem, desejando fugir das realidades transcendentes da vida, afoga-se na fantasia, engendrando as "indústrias da inutilidade", abarrotando-se com os acúmulos, padecendo sob o peso constritor da irresponsabilidade, em que sucumbe por fim. A vida é simples nas suas exigências quase ascetas. Muitos cristãos distraídos, porém, ataviam-se, complicam os deveres, sobrecarregam-se do dispensável, desperdiçam valores, tempo e oportunidade edificante para o próprio burilamento... Desperdiçam alimentos em banquetes, recepções, festas extravagantes com que disputam vaidades; desperdiçam medicamentos em prateleiras empoeiradas, aguardando, no lar, doenças que não chegarão, ou, em se apresentando, os encontram ultrapassados; desperdiçam trajes e agasalhos em armários fechados, que não voltarão a usar; desperdiçam moedas irrecuperáveis em jogos e abusos de todo gênero, sem qualquer recato ou zelo; desperdiçam a saúde nas volúpias do desejo e nas inquietações da posse com sofreguidão; desperdiçam a inteligência, a beleza, a cultura, a arte nos espetáculos do absurdo e da incoerência, a fim de fazerem a viagem da recuperação do que estragaram, em alucinada correria para lugar nenhum... Reparte a tua fartura com a escassez do teu próximo. Divide os teus recursos, tuas conquistas e vê-los-ás multiplicados em mil mãos que se erguerão louvando e abençoando as tuas generosas mãos. Passarás pelo mundo queiras ou não. Os teus feitos ficarão aguardando o teu retorno. Como semeares, assim recolherás. O que desperdiçares hoje, faltar-te-á amanhã, não o duvides. Sê pródigo sem ser perdulário, generoso sem ser desperdiçador e o que conseguires será crédito ou débito na contabilidade da tua vida perene. Joanna de Ângelis Do Livro: Leis Morais da Vida Psicografia: Divaldo Pereira Franco Editora: LEAL Exposição: Que as nossas primeiras expressões possam ser de profundo agradecimento a Deus por esta oportunidade. Richard Simonetti em seu livro "A Constituição Divina" relata-nos que estando no cinema, numa oportunidade a casa estava lotada. Perto de mil e quinhentas pessoas. Quando houve um princípio de incêndio na cabine de projeção. Instantaneamente se instalou o pânico. Apavorados os espectadores buscavam fugir o mais rápido possível, derrubando poltronas, comprimindo-se uns aos outros. Agindo irracionalmente, como num estouro de uma boiada. Não fosse as chamas prontamente debeladas e por certo haveria muitas mortes a lamentar. Em outra oportunidade, menino ainda, pulou alto muro com a ajuda de companheiros, a fim de apanhar a bola que caíra no terreno vizinho, sem perceber que ali estava um cachorro. Quando o animal o atacou, transpôs de retorno o muro, sem vacilar, num segundo, como que movido por poderosa mola, e despencou do outro lado. Nos dois episódios, temos a manifestação do instinto de conservação, um mecanismo de defesa que mobiliza energias inimagináveis em nós, em face do perigo, da dor, da fome e do medo. Há indivíduos que em uma crise de loucura revelam surpreendente força. É que, em face de seus desajustes, sentem-se extremamente ameaçados por qualquer pessoa ou coisa que se aproxime, exacerbando o instinto de conservação. É que diante do perigo, ou da dor, ou da fome, ou do medo, sejam situações reais ou imaginárias, nosso corpo entra imediatamente em estado de alerta, com a descarga de substâncias como a adrenalina na corrente sangüínea, potencializando nossas energias. É a natureza agindo em favor de nossa sobrevivência. Isso ocorre com todos os seres vivos porque o instinto de conservação é uma das manifestações da Lei Natural, por isso é inerente a todos os seres vivos. Maquinal entre os espécimes situados nos primeiros degraus da escala evolutiva, vai se desenvolvendo à medida que os seres animam organismos mais complexos e melhor dotados. É força inata, de origem biológica, que atua em geral, de modo inconsciente, estimulada por atividades elementares e automáticas, com finalidade precisa e independentemente de qualquer aprendizado. Trata-se de tendências naturais, ou de aptidões inatas, adquiridas ao longo da evolução do princípio inteligente, em direção à sua estruturação como individualidade. Sem a reencarnação é praticamente impossível explicar o instinto, que começa a surgir no ser cujo princípio inteligente já passou pelos estado: de vibração- no mineral, sensibilidade- no vegetal, e alcançou a ação- no animal. As próprias plantas têm complexos mecanismos de defesa, reagindo a ameaças como a seca, o frio, a enchente e os predadores. Nos irracionais o instinto de conservação funciona equilibradamente, obedecendo a controles automáticos sem maiores problemas. Superando o perigo, voltam a normalidade. Assim, na lebre que dispara ao menor ruído, o movimento de fuga é involuntário, inconsciente, em parte reflexo, em parte instintivo, mas é, sobretudo, um movimento adaptado à vida animal, tendo por finalidade a sua conservação. Como clara se torna a existência e a pertinácia dos instintos de conservação no Homem! É que, na verdade, eles constituem, de qualquer maneira, os fundamentos da vida intelectual; são os mais antigos e mais duradouros movimentos perispirituais que as incontáveis encarnações fixaram, incoercivelmente, em nosso invólucro fluídico, e se o verdadeiro progresso consiste no domínio desses instintos brutais, e infere-se que a luta seja longa, quão terrível, antes de conquistar esse poderio. No ser humano, o mecanismo é mais complexo, posto que, exercitando a inteligência, somos chamados a participar desse controle. A dificuldade reside em nosso despreparo. Durante longos períodos, a alma encarnada é submetida à influência exclusiva dos instintos de conservação. Pouco a poucos esses instintos se transformam em instintos inteligentes, ou, melhor dito, se equilibram com a inteligência; mais tarde, e sempre gradativamente, a inteligência domina os instintos. Só então é que começa a séria responsabilidade. É natural que em face de uma ameaça o instinto de conservação mobilize defesas, colocando-nos de prontidão, despertos, ativos ao máximo. Entretanto, trata-se de um estado de exceção que deve ser prontamente superado ou nos esgotaremos, favorecendo a evolução de desajustes físicos e psíquicos. Seria como uma máquina colocada a funcionar em velocidade máxima, ininterruptamente. Em pouco tempo necessita de reparos. É o que ocorre em uma guerra, onde os combatentes permanecem por longos períodos em estado de alerta, tensos, preocupados e com medo. Regressando ao lar, soldados que viveram tais experiências nem sempre conseguem retornar à normalidade, situando-se neurótico, alternando a agressividade e depressão, adotando, não raro, um comportamento anti-social. É o mesmo que ocorre com homens que exercem profissões perigosas, tais como policiais, vigilantes e etc... Na atualidade todos nós nos sentimos, também, mais ou menos ameaçados. Há a violência urbana, os assaltos, os assassinatos e os seqüestros; há a turbulência do trânsito, na família e na profissão; há as enfermidades inesperadas e ameaçadoras; há a inexorável e assustadora progressão do custo de vida; há o desemprego; há as limitações do salário que não atende as necessidades de sobrevivência. O instinto de conservação permanece "a mil por hora", como se estivéssemos num verdadeiro campo de batalha. Surge o estresse, um esboroamento dos mecanismos de defesa, originando problemas de saúde moral e física que jogam mais lenha na fogueira das preocupações humanas. Para concluir... Inúmeros recursos podem ser mobilizados para mudança desse quadro de angústias. Mas o fundamental mesmo, em favor do nosso equilíbrio, é que, segundo a expressão popular, "usemos a cabeça". Se a faculdade de pensar nos liberou dos rígidos controles impostos pela natureza; deixamos a condição de passageiros no trânsito da vida e hoje somos condutores, é que precisamos nos habilitar para que o instinto de conservação não continue a nos atropelar, ao qual devemos nos harmonizar ao nível da racionalidade. A Doutrina Espírita nos auxilia nesse sentido, porque ela é uma receita de equilíbrio, quando nos dispusermos ao estudo diligente de seus princípios, habilitando-nos a disciplinar nossos impulsos com o exercício da razão (t) Perguntas/Respostas: 1. Como ficam os Espíritos que ao estarem em perigo se atiram para a morte? Exemplo do atentado em N.Y., em que o desespero foi tanto que na hora do perigo extremo pularam para morte? Eles usaram o instinto, mas pularam. Eles não utilizaram sua inteligência para controlar o instinto de conservação, que é um instinto brutal. Isso é mostrado no filme que teve como título "The Edge- no Limite" onde encontramos os diferentes níveis de domínio do instinto de conservação sobre a inteligência e o poderio da inteligência sobre o instinto de conservação. (t) 2. <_angelo__> Como se trata de lei de conservação, poderíamos dizer que este instinto só vale na vigência da vida física, ou seja, enquanto estiver encarnado? (t) Esse instinto de conservação é um arquivo que está incrustado no perispírito porque o instinto de conservação é uma das manifestações da Lei Natural inerentes a todos os seres vivos. Quando utilizamos o vocábulo vivo, não é na acepção real da palavra e sim no seu sentido mais amplo, porque encontraremos inúmeros casos na literatura espírita, onde constataremos a utilização desse... mecanismo de defesa pelos espíritos, principalmente os que navegam nos primeiros degraus de evolução. Porque para os mais elevados eles já exercem o total domínio sobre esses instintos brutais que pertencem ao patrimônio milenar do espírito imortal (t) 3. Certo, mas estes espíritos são considerados suicidas? (t) Sim. (t) 4. Querida Apresentadora. Primeiramente foi uma das melhores mensagens que vi na net. Parabéns!!! Muitas perguntas tenho. Fixar-me-ei apenas em uma por enquanto: Que podemos fazer e como fazer para mantermos o equilíbrio dos homens na Terra, haja vista que tantas pressões estamos submetidos e que há ainda tanta desinformação quanto as urgências interiores? Por exemplo: No caso das profissões perigosas etc. Até que ponto é lícito ? Não estaria nosso modelo de vida baseado na competitividade, "qualidade total", Iso 9000, excesso de tecnologia, etc, etc. nos escravizando e comprometendo a nossa jornada evolutiva? Estão acaso os homens no caminho evolutivo correto? Que é evoluir? É submeter os homens a esta loucura diária, obrigando-os a se manterem em alertas tal qual a sentinela em época de guerra? Como entendeis? Todos nós vivenciamos as oportunidades que nos são necessárias na sociedade que precisamos. Como colocamos anteriormente, a Doutrina Espírita é a recita do equilíbrio. Ela nos auxiliou, nos auxilia e nos auxiliará sempre desde que sejamos fiéis e vigilantes aos seus postulados. (t) 5. <_angelo__> Seria possível então, Rosa, que o ser imortal, estando na erraticidade, se utilize do instinto para buscar ou repelir a reencarnação? (t) Todos nós, seres imortais, somos dotados do livre-arbítrio. Depende da nossa vontade utilizar esse mecanismo divino em favor do nosso progresso ou da nossa infelicidade. Mas lembremo-nos que todos nós, apesar de o possuirmos temos limites frente aos desígnios divinos. (t) 6. Seria o instinto, conforme nos mostra a máxima codificada: "Do átomo ao arcanjo, tudo se encadeia na Natureza", uma bagagem consciencial formada a partir dos condicionamentos durante toda a nossa existência ? (t) O instinto de conservação como anteriormente colocamos se desenvolve ao longo de alguns estados no mineral, no vegetal e no animal, sendo que no animal é quando ele começa a sofrer a influência das operações intelectuais obscuras, ou melhor: os primeiros movimentos da inteligência primitiva. [A partir desse momento, gradativamente, ele vai sendo modificado e aperfeiçoado pela inteligência e paulatinamente a consciência se amplia segundo o grau de aperfeiçoamento cerebral. Ou melhor, a resposta para a sua pergunta é Sim. (t) Nilcea, agradecemos sua participação na noite de hoje, esperamos poder contar novamente com sua presença em outras oportunidades. Gostaria de fazer alguma consideração final? Que o mestre Jesus nos abençoe permitindo que sempre possamos meditar em torno dos ensinamentos da Doutrina Espírita, numa breve existência, conquistarmos o domínio sobre os nossos instintos brutais e a partir daí sermos um instrumento para contribuir para a paz universal. Obrigado pela atenção de todos. (t) Oração Final: Elevemos então amigos, os nossos mais sinceros pensamentos a nosso Pai amado Senhor, Deus Pai de infinita misericórdia, Agradecemos por mais estes ensinamentos, pelas dádivas que recebemos, seja em nossa caminhada terrena, seja em nossa longa jornada espiritual. Auxilia-nos, Jesus, nosso mestre e irmão querido, para que possamos cultivar em nós a verdade que nos levará ao progresso triunfante, Abençoe-nos, orientando sempre que nos faz necessária a vossa presença, afim de que possamos servir a espiritualidade como um todo na tarefa do bem, no serviço ao próximo. Que vossa Luz estenda-se a todos os que aqui se encontram nesta linda noite, em seus lares e familiares, mas que chegue principalmente àqueles que são mais necessitados de Ti e que aqui não puderam estar Abençoe-nos amado Pai, em vossa infinita glória e amor incondicional. Assim seja!