Estudo Espírita Promovido pelo IRC-Espiritismo http://www.irc-espiritismo.org.br Centro Espírita Léon Denis http://www.celd.org.br Tema: "Diante da Lei" - "O Livro dos Espíritos" - Questões 1003 a 1008 Expositor: Mauro Bueno Manaus 29/01/2000 Dirigente do Estudo: Mauro Bueno Oração Inicial: <@Safiri> Senhor, nosso amado Deus, estamos aqui, mais uma vez, em busca de conhecimento e júbilo aos nossos corações, através das lições que nos são direcionadas como a branda brisa que suavemente abraça nossos rostos. Que nossos corações estejam prontos para receber a palavra de nosso Deus, assim como a terra está pronta para servir de sustentação ao cultivo dos alimentos, que nos mantém vivos nesta linda jornada da vida! Vida! Nosso caminho ao encontro de nosso amado Deus. Vida! O mais maravilhoso presente que Deus nos deu. Que possamos hoje, mais uma vez, aprender com os ensinamentos, a viver com mais amor e serenidade entre nosso meio. Vamos agora abraçar nosso querido irmão Mauro, nesta bonita tarefa, de nos dar mais condição de conhecer e aprender a viver, através dos ensinamentos de Deus. Que assim seja! Exposição: <@MBueno_Estudos> As questões de "O Livro dos Espíritos" nos falam sobre o resgate de novas dívidas perante a Lei de Causa e Efeito: O sofrimento é arbitrário, imposto pela Lei de Causa e Efeito. Sua duração é a estritamente necessária para causar a melhora do espírito, bem como o resgate de seus débitos na medida adequada. Isto implica em penas variáveis para os mesmos erros, o que demonstra sobretudo a sabedoria do Criador. A percepção do tempo durante um sofrimento é dilatada. É fácil de entendermos: Quando sentimos uma dor de dentes ou uma dor de cabeça, o tempo parece arrastar-se, lento, moroso, interminavelmente longo. É o que se dá também nos casos de melancolia e de tristeza. Quando estamos vivendo um momento prazeroso, o tempo parece simplesmente voar. É quando fazemos algo que gostamos, estamos em um doce momento junto de pessoas amadas, de amigos, ou ainda quando estamos realizando nossas "missões", por menos que percebamos. Há aqui um aspecto importante de ser lembrado. O tempo do ponto de vista do espírito é absolutamente relativo. Quando ele relembra um evento do passado, é para ele como se tal coisa ocorresse no presente. A noção do presente lhe é tão mais clara quanto são as imagens para nós quando comparados a um cego. Ele é muito mais influenciado por seus sentimentos em relação a percepção da extensão do tempo. Somos todos espíritos, não obstante estarmos exilados em um corpo que nos aprisiona e limita uma mais completa expressão de nossas capacidades. Estados emocionais debilitantes e perturbadores devem ser comutados. A melhor ação nestes casos é encontrar uma atividade edificante que nos traga alegria. Fazer algo por outras pessoas, de forma a alegrá-las, tornar melhor suas vidas costuma funcionar bem. Nenhum sofrimento dura eternamente. São Luís nos diz: 1006. Poderão durar eternamente os sofrimentos do Espírito? "Poderiam, se ele pudesse ser eternamente mau, isto é, se jamais se arrependesse e melhorasse, sofreria eternamente. Mas, Deus não criou seres tendo por destino permanecerem votados perpetuamente ao mal. Apenas os criou a todos simples e ignorantes, tendo todos, no entanto, que progredir em tempo mais ou menos longo, conforme decorrer da vontade de cada um. Mais ou menos tardia pode ser a vontade, do mesmo modo que há crianças mais ou menos precoces, porém, cedo ou tarde, ela aparece, por efeito da irresistível necessidade que o Espírito sente de sair da inferioridade e de se tornar feliz. Eminentemente sábia e magnânima é, pois, a lei que rege a duração das penas, porquanto subordina essa duração aos esforços do Espírito. Jamais o priva do seu livre-arbítrio: se deste faz ele mau uso, sofre as conseqüências." A felicidade é o nosso "destino". É uma força irresistível que nos atrai para mais perto do Criador. Uma doce força que nos impulsiona para frente e para cima. A força do amor!!!!!! Muitos hoje traduzem a Lei da Caridade hoje como Lei do Amor, e é inegável a semelhança entre o que nos recomendava Jesus com o que recomendam os espíritos. O que é caridade senão " amar o próximo como a nós mesmos"? O amor é a força que, de fato, produz! Tão forte é o efeito construtor do amor que é capaz de comutar os sofrimentos oriundos dos débitos contraídos perante a Lei de Causa e Efeito em suaves momentos de felicidade! Há alguns sábados atrás dizíamos aqui que muito generoso é o Pai que nos paga duas vezes pela caridade que cometemos: debela o sofrimento que teríamos de sofrer e nos granjeia amigos e momentos felizes. Diante da Lei devemos apenas nos lembrar de plantar o que desejamos colher. É simples, não? Se plantar milho, espero colher o que? Milho decerto! Se plantarmos amor, benevolência, paciência, amizade, alegria, companheirismo, beneficência, perseverança no bem, é exatamente o que vamos colher. Observando o mesmo assunto por outro ângulo, temos: "A cada um será dado conforme suas obras". Nem é preciso esforçar-se muito para absorver este simples conceito: Ame e receberá amor. Alguns dirão: mas há os ingratos... Bem, estes estão plantando outras sementes, que germinarão e darão frutos amargos, frutos que eles próprios estão fadados a colher. O salário do ingrato é pago na moeda da solidão! Moeda de má troca, difícil de se manejar. Quando distribuímos carinho, amor e atenção, plantamos sementes. Estas sementes crescem e se tornam bonitas árvores que geram doces frutos que alimentam o espírito. O espírito se alimenta de amor! Nosso querido mestre Jesus amava a todos, desde o menor, o pior, o mais doente do espírito. Sua bondade e benevolência se estendia por toda a humanidade. E ele pacientemente nos ensinou a receita de seu próprio progresso, de sua própria vitória: AMOR. Ele veio comutando a pena de talião por uma outra muito suave e muito enriquecedora: Amarás os teus inimigos! Basta que compreendamos esta lei, do fundo de nossos corações e a felicidade não tardará a encontrar os nossos passos! E Jesus ainda dá uma última recomendação: Amai-vos uns aos outros, assim como eu vos amei! Eu rogo ao Pai que possamos exercitar este amor a cada segundo de nossas vidas! Adeus sofrimentos e viva o amor e a caridade! Esta é a máxima de hoje neste estudo! (t) Perguntas/Respostas: [01] <+Nykyu> De tudo que foi dito, só nos resta pensar que só seremos felizes realmente quando todos os irmãos que entraram em relação conosco, que percorreram os caminhos das múltiplas existências, atingirem o degrau de perfeição igual ao nosso, ou seja, quando formos espíritos puros, que é a nossa meta. Mas para chegar lá precisaremos amar não apenas aos de nossas relações, mas a toda a humanidade, aí sim vemos o que precisamos mudar em nós, lutar contra. <@MBueno_Estudos> Bem, lutar contra nós mesmos tem dois aspectos importantes: há os que lutam e nada recuperam de bom desta luta! Se desanimam, se culpam por não obterem resultados, se sentem péssimos e sofrem muito por isso. Há os que lutam, respeitam suas limitações, e fazem o melhor que podem diante disto. Estes se felicitam de cada pequena vitória que tem, por menor que ela possa ser. Os primeiros acabam se machucando sem grandes proveitos, devido ao estado negativo que se colocam. Sofrem dores que a si mesmos impõe. Os segundos crescem! Uma caminhada de dez mil passos começa com o primeiro! É importante que o ser respeite-se, que não se violente, não ataque-se a si mesmo! A reforma intima pode e deve acontecer sob intenso júbilo. Devemos nos felicitar sempre pelos pequenos passos que damos e não ficarmos nos atacando por não conseguir vitórias maiores. Somos crianças ainda. (t) [02] <+amandafrancesa> Minha dúvida é sobre como o amor atenua nossas dívidas. Me parece injusto que as dívidas sejam atenuadas com amor! Não que o amor não seja o caminho mas, como medir o amor? (t) <@MBueno_Estudos> A medida é simples, por mais obscura que possa parecer. Ele (o amor), se reflete diretamente em nosso estado de espírito e em nossa saúde. São muitos os estudos hoje que demonstram que as pessoas que amam intensamente adoecem menos e se curam mais depressa. Há grupos e grupos de pessoas visitando hospitais, auxiliando no tratamento de pessoas, passando simplesmente amor! O amor, o alimento do espírito, demonstra seus salutares efeitos exatamente como um corpo sadio e bem alimentado! Quando estamos adequadamente alimentados, adoecemos menos, certo? Assim é com as dores do espírito! Um espírito que ama sofre muito menos! Amem, amem muito, consagrem suas vidas a frutificar o amor ao redor de vocês, por onde quer que passem! O caminho vai ficar florido! (t) [03] <@Naema> Isso quer dizer que com amor, e também arrependimento, não quitaremos nossos débitos, mas que será mais fácil atravessar as dificuldades da vida? (t) <@MBueno_Estudos> Quitaremos os débitos simplesmente frutificando o amor! Ninguém está obrigado a sofrer! E neste ponto a Lei é clara! Os que sofrem o fazem por escolha própria. Somos os únicos responsáveis por nosso sofrimento e não foi para este fim que Deus nos criou. Ele, em sua infinita bondade e misericórdia, estabeleceu a Lei do Amor acima de todas as outras, inclusive sobre a Lei de Causa e Efeito! Deus dá múltiplos caminhos, mas não nos obriga a nenhum deles, a menos que recalcitremos no mal! Mas, cedo ou tarde, principiamos a amar e volvemos em direção ao progresso. O amor é sobretudo uma indicação de que o espírito amadurece: LE - Questão 1007: Haverá Espíritos que nunca se arrependem? "Há-os de arrependimento muito tardio; porém, pretender-se que nunca se melhorarão fora negar a lei do progresso e dizer que a criança não pode tornar-se homem." Só se arrepende aquele que encontrou o amor. Colarei agora um trecho de "O Evangelho Segundo o Espiritismo" relacionado ao tópico: CAPÍTULO XI - AMAR O PRÓXIMO COMO A SI MESMO: 1. Os fariseus, tendo sabido que ele tapara a boca dos saduceus, reuniram-se; e um deles, que era doutor da lei, para o tentar, propôs-lhe esta questão: - "Mestre, qual o mandamento maior da lei?" - Jesus respondeu: "Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu espírito; este o maior e o primeiro mandamento. E aqui tendes o segundo, semelhante a esse: Amarás o teu próximo, como a ti mesmo. - Toda a lei e os profetas se acham contidos nesses dois mandamentos." (S. MATEUS, cap. XXII, vv. 34 a 40.) (t) Oração Final: <@Naema> Amigos espirituais e encarnados, encerrando mais um dia, temos a felicidade de nos encontrarmos para estudar e falar do amor. Que ele possa estar presente sempre em nossas atitudes no nosso cotidiano em nosso sorriso e olhar. Que possamos assim, sempre em paz e felicidade, alcançar aquilo que procuramos, sempre ouvindo e seguindo os ensinamentos de Jesus. Assim seja!