Estudo Espírita Promovido pelo IRC-Espiritismo http://www.irc-espiritismo.org.br Centro Espírita Léon Denis http://www.celd.org.br Tema: Allan Kardec Expositor: Andréia Azevedo Osasco - São Paulo - 29.09.2001 Dirigente do Estudo da Noite: Naema Oração Inicial: Vamos elevar nossas mentes.. e pensar assim.. ao Mestre. Senhor, em primeiro lugar gostaríamos de agradecer por tudo que temos e pelas oportunidades de progresso que constantemente nos são oferecidas. Agradecer pela vida, pela família, pelos amigos... por Deus ser tão bom para todos nós. Que possamos, nesse momento de estudo.. nos concentrar e participar ativamente com o objetivo sempre do crescimento e do aprendizado.. que o conhecimento que teremos da grande figura de Allan Kardec, nos inspire cada vez mais forças para as lutas da vida. Que possas abençoar sempre esse espírito de escol por toda a eternidade. Que possamos seguir sempre em frente, Senhor, aprendendo com os erros e com os acertos. Mas nunca esquecendo de nosso próximo. Muito obrigado. Que assim seja, Graças a Deus. (t) Mensagem Introdutória: KARDEC E VIDA (Página aos Espíritas) Jesus nos trouxe a verdade. Kardec, porém, nos trouxe a interpretação. Daí o nosso dever de comunicar Allan Kardec a todos os setores da vida individual e coletiva, razão pela qual nos reconhecemos na obrigação de reafirmar: Kardequizar é a legenda de agora. Sintetizemos em linhas rápidas o que entendemos por Kardequização e seus resultados: - Kardequização do sentimento: equilíbrio. - Kardequização do raciocínio: visão. - Kardequização da ciência: humanidade. - Kardequização da filosofia: discernimento. - Kardequização da fé: racionalidade. - Kardequização da inteligência: orientação. - Kardequização do estudo: esclarecimento. - Kardequização do trabalho: organização. - Kardequização do serviço: eficiência. - Kardequização das relações: sinceridade. - Kardequização do progresso: elevação. - Kardequização da liberdade: disciplina. - Kardequização do lar: harmonia. - Kardequização do debate: proveito. - Kardequização do sexo: responsabilidade. - Kardequização da personalidade: autocrítica. - Kardequização da corrigenda: compreensão. - Kardequização da existência: caridade. Kardequizemos para evoluir com acerto à frente do Cristo de Deus. A Terra é a nossa escola milenária e, em suas classes múltiplas, somos companheiros uns dos outros. Kardequizarmo-nos na carteira de obrigações a que estamos transitoriamente jungidos é a fórmula ideal de ascensão. Estudemos e trabalhemos sempre. Bezerra de Menezes Do Livro: Vereda de Luz Psicografia: Francisco Cândido Xavier Editora: GEEM Exposição: Boa Noite Amigos Que Deus nosso amado Pai, possa nos iluminar em mais uma noite de estudos. Hoje vamos falar de alguém muito especial para todos nós. Alguém que dedicou de seu tempo , sua vida a favor da humanidade, pesquisando os fenômenos mediúnicos ocorridos na Europa. O qual , mais tarde traria a luz a toda a treva, a paz diante de tantas tristezas e angústias; o porto seguro diante de tantas desilusões de um mundo tão materialista. Kardec nos trouxe então , O Consolador Prometido. -Denizard- Hippolyte-Léon Rivail, ou Allan Kardec, nome que, segundo lhe revelara seu guia espiritual, ele tivera ao tempo dos Druidas, nasceu em Lião - França, a 3 de outubro de 1804. Kardec, era bacharel em letras e em ciências. Lingüista insigne, conhecia a fundo e falava corretamente o alemão, o inglês, o italiano e o espanhol; conhecia também o holandês, e podia facilmente exprimir-se nesta língua. Um homem culto - um cientista, inteligente e cético. Fatores importantes para que o estudo ganhasse credibilidade e seriedade durante as pesquisas dos fenômenos que vinha ocorrendo nos Estados Unidos e Europa. Os fenômenos começaram a ocorrer em 1850 , nos Estados Unidos através das Mesas Girantes - falantes , giratórias, rodantes ou dançantes. Sr Fortier, um magnetizador ao que parece amigo de Kardec, o qual mantinha contato por causa dos seus estudos sobre magnetismo, dia disse a ele que não só era possível fazer as mesas girar como também falar através de magnetismo. Kardec, sempre respondia polidamente que só acreditaria vendo. Simplesmente, pelo fator critico . A crença ligada à ciência. Vejam que interessante a resposta dele : - Isso, replicou o Sr. Rivail, é uma outra questão; Eu acreditarei quando vir e quando me tiverem provado que uma mesa tem cérebro para pensar, nervos para sentir, e que se pode tornar sonâmbula. Até lá, permita-me que não veja nisso senão uma fábula para provocar o sono." Kardec nos revela em seus relatos muitas duvidas e hesitações. A estória das mesas girarem e falarem nunca entrava na cabeça dele. Até que um dia convidado a participar de uma "sessão", pode observar o fato. Kardec sempre esteve rodeado de pessoas que estudavam esses fenômenos e, creio eu, assim tinha que ser para termos a codificação da doutrina espírita. A codificação em si se iniciou com a manisfetacao do espírito protetor de Kardec, Z., citada anteriormente. Kardec se interessou tanto pelo que estava acontecendo que começaram a criar sessões e ele passou a formular muitas questões sob o ponto de vista da filosofia, da psicologia e da natureza do mundo invisível. Dai nasceu a base da doutrina, O Livro dos Espíritos. O Livro, não nasceu de um dito espírito apenas , mas Kardec, sempre muito crítico, fazia sessões entre aproximadamente dez médiuns onde levava algumas questões mais "capciosas" para estudo e discussão. Desta junção de informações, Kardec então refinou e formulou primeira edição de O Livro dos Espíritos, a qual apareceu em 18 de abril de 1857. A obra alcançou tal êxito que a primeira edição foi logo esgotada. Allan Kardec reeditou-a em 1858 sob a forma atual in-12, revista, correta e consideravelmente aumentada. Após isso, as comunicações continuaram e a Kardec foi revelada sua missão. Kardec , então, diante de tamanha missão criou jornais e revistas espíritas mas não fugiu do alvo da vaidade humana: ciúmes. As tribulações existem para todos nos!!! Vejamos aqui nesta parte que transcrevo, as duvidas de Kardec diante da difícil, mas tão nobre, tarefa . " P. - Quais são as causas que me poderiam fazer fracassar? Seria a insuficiência das minhas aptidões? R. - Não; mas a missão dos reformadores é cheia de escolhos e perigos; a tua é rude; previno-te, porque é ao mundo inteiro que se trata de agitar e de transformar. Não creias que te seja suficiente publicar um livro, dois livros, dez livros, e ficares tranqüilamente em tua casa; não, é preciso te mostrares no conflito; contra ti se açularão terríveis ódios, implacáveis inimigos tramarão a tua perda; estarás exposto à calúnia, à traição, mesmo daqueles que te parecerão mais dedicados; as tuas melhores instruções serão impugnadas e desnaturadas; sucumbirás mais de uma vez ao peso da fadiga; em uma palavra, é uma luta quase constante que terás de sustentar com o sacrifício do teu repouso, da tua tranqüilidade, da tua saúde e mesmo da tua vida, porque tu não viverás muito tempo. Pois bem. Mais de um recua quando, em lugar de uma vereda florida, não encontra sob seus passos senão espinhos, agudas pedras e serpentes. Para tais missões não basta a inteligência. É preciso antes de tudo, para agradar a Deus, humildade, modéstia, desinteresse, porque abatem os orgulhosos e os presunçosos. Para lutar contra os homens, é necessário coragem, perseverança e firmeza inquebrantáveis; é preciso, também, ter prudência e tato para conduzir as coisas a propósito e não comprometer-lhes o êxito por medidas ou palavras intempestivas; é preciso, enfim, devotamento, abnegação, e estar pronto para todos os sacrifícios. Vês que a tua missão está subordinada a condições que dependem de ti. É o próprio Kardec quem confirma estas predições de seu guardião: "Escrevo esta nota no dia 1° de janeiro de 1867, dez anos e meio depois que esta comunicação me foi dada, e verifico que ela se realizou em todos os pontos, porque experimentei todas as vicissitudes que nela me foram anunciadas. Tenho sido alvo do ódio de implacáveis inimigos, da injúria, da calúnia, da inveja e do ciúme; têm sido publicados contra mim infames libelos; as minhas melhores instruções têm sido desnaturadas; tenho sido traído por aqueles em quem depositara confiança, e pago com a ingratidão por aqueles a quem tinha prestado serviços. A Sociedade de Paris tem sido um contínuo foco de intrigas, urdidas por aqueles que se diziam a meu favor, e que, mostrando-se amáveis em minha presença, me detratavam na ausência. Disseram que aqueles que adotavam o meu partido eram assalariados por mim com o dinheiro que eu arrecadava do Espiritismo. Não mais tenho conhecido o repouso; mais de uma vez, sucumbi; sob o excesso do trabalho, tem-se-me alterado a saúde e comprometido a vida. "Entretanto, graças à proteção e à assistência dos bons Espíritos, que sem cessar me têm dado provas manifestas de sua solicitude, sou feliz em reconhecer que não tenho experimentado um único instante de desfalecimento nem de desânimo, e que tenho constantemente prosseguido na minha tarefa com o mesmo ardor, sem me preocupar com a malevolência de que era alvo. Segundo a comunicação do Espírito Verdade, eu devia contar com tudo isso, e tudo se verificou." Hippolyte-Léon-Denizard Rivail - Allan Kardec - faleceu em Paris, rua e passagem Sant'Ana, 59, 2ª circunscrição e Mairie de la Banque, em 31 de março de 1869, na idade de 65 anos, sucumbindo da ruptura de um aneurisma. Unânimes sentimentos acolheram a dolorosa notícia, e grande número de pessoas acompanhou os despojos daquele que fora Allan Kardec à sua derradeira morada, ao Père Lachaise 10, acompanharam aquele que, através dos tempos, brilhará como um meteoro fulgurante na aurora do Espiritismo. Quatro orações foram proferidas à beira do túmulo do Mestre: a primeira, pelo Sr. Levent, em nome da Sociedade Espírita de Paris; a segunda, pelo Sr. Camilo Flammarion, que não fez somente um esboço do caráter de Allan Kardec e do papel que cabe aos seus trabalhos no movimento contemporâneo, mais ainda, e sobretudo, um exame da situação das ciências físicas, no ponto de vista do mundo invisível, das forças naturais desconhecidas, da existência da alma e da sua indestrutibilidade. Em seguida, tomou a palavra o Sr. Alexandre Delanne, em nome dos espíritas dos centros afastados; e, depois, o Sr. E. Muller, em nome da família e dos seus amigos, dirigiu ao morto querido os últimos adeuses. Erraria quem acreditasse que, em virtude dos seus trabalhos, Allan Kardec devia ser uma personagem sempre fria e austera. Não era, entretanto, assim. Esse grave filósofo, depois de haver discutido pontos mais difíceis da psicologia e da metafísica transcendental, mostrava-se expansivo, esforçando-se por distrair os convidados que ele freqüentemente recebia na Vila Ségur; conservando-se sempre digno e sóbrio em suas expressões, sabia adubá-las com o nosso velho sal gaulês em rasgos de causticante e afetuosa bonomia. Gostava de rir com esse belo riso franco, largo e comunicativo, e possuía um talento todo particular em fazer os outros partilharem do seu bom-humor. Todos os jornais da época se ocuparam da morte de Allan Kardec e procuraram medir-lhe as conseqüências. Eis aqui, a título de lembrança, o que a esse respeito escrevia o Sr. Pagès de Noyez, no Journal de Paris, de 3 de abril de 1869: "Aquele que por tão longo tempo ocupou o mundo científico e religioso sob o pseudônimo de Allan Kardec, chamava-se Rivail e morreu na idade de 65 anos. "Vimo-lo deitado num simples colchão, no meio da sala das sessões a que há tantos anos ele presidia; vimo-lo com o semblante calmo como se extinguem aqueles a quem a morte não surpreende e que, tranqüilos quanto ao resultado de uma vida honesta e laboriosamente preenchida, imprimem como que um reflexo da pureza de sua alma sobre o corpo que abandonaram. "Resignados pela fé em uma vida melhor, e pela convicção da imortalidade da alma, inúmeros discípulos tinham vindo lançar um derradeiro olhar àqueles lábios descorados que, ainda na véspera, lhes falavam a linguagem da Terra. Mas eles recebiam já a consolação de além-túmulo: o Espírito de Allan Kardec veio dizer-lhes quais haviam sido as suas comoções, quais as suas primeiras impressões, quais, dos que o haviam precedido no além-túmulo, tinham vindo ajudar-lhe a alma a desprender-se da matéria. Se "o estilo é o homem", aqueles que conheceram Allan Kardec em vida não podem deixar de ficar emocionados pela autenticidade dessa comunicação espírita. "A morte de Allan Kardec é notável por uma coincidência estranha. A Sociedade fundada por esse grande vulgarizador do Espiritismo acabava de desaparecer. Abandonado o local, retirados os móveis, nada mais restava de um passado que devia renascer sobre novas bases. No fim da última sessão, o presidente fizera as suas despedidas; preenchida a sua missão, retirava-se da luta cotidiana, para se consagrar inteiramente ao estudo da filosofia espiritualista. Outros, mais jovens -intrépidos- deveriam continuar a obra e, fortes por sua virilidade, impor a verdade por sua convicção. "Para que referir os detalhes da morte? Que importa o modo por que se partiu o instrumento, e por que consagrar uma linha a esses fragmentos de ora em diante mergulhados no turbilhão imenso das moléculas? Allan Kardec morreu na sua hora própria. Com ele terminou o prólogo de uma religião vivaz, que, irradiando todos os dias, cedo terá iluminado toda a Humanidade. Ninguém melhor que ele podia conduzir a bom termo essa obra de propaganda, à qual era necessário sacrificar as longas vigílias que alimentam o espírito, a paciência que educa com o correr do tempo, a abnegação que afronta a estultícia do presente, para não ver senão a irradiação do futuro. "Allan Kardec terá, com suas obras, fundado o dogma pressentido pelas mais antigas sociedades. Seu nome, apreciado como o de um homem de bem, está há muito tempo vulgarizado pelos que crêem e pelos que receiam. É difícil praticar o bem sem chocar os interesses estabelecidos. O Espiritismo destrói muitos abusos, reanima muitas consciências doloridas, dando-lhes a certeza da prova e a consolação do futuro. "Os espíritas choram hoje o amigo que os deixa, porque o nosso entendimento, por assim dizer, material, não se pode submeter a essa idéia de transição; pago, porém, o primeiro tributo a essa inferioridade do nosso organismo, o pensador ergue a cabeça e através desse mundo invisível, que ele sente existir além do túmulo, estende a mão ao amigo, que já não existe, convencido de que o seu "O presidente da Sociedade Espírita de Paris está morto; mas o número de adeptos cresce todos os dias, e os corajosos, os quais pelo respeito ao Mestre se deixavam ficar no segundo plano, não hesitarão em se evidenciarem, por bem da grande causa. Espírito nos protege sempre. "Esta morte, que o vulgo deixará passar indiferente, não deixa de ser, por isso, um grande fato para a Humanidade. Não é mais o sepulcro de um homem, é a pedra tumular enchendo esse imenso vácuo que o materialismo cavara aos nossos pés e sobre o qual o Espiritismo esparge as flores da esperança." Um ponto sobre o qual não atraí a vossa atenção, mas que devo assinalar, é a caridade verdadeiramente cristã de Allan Kardec; dele se pode dizer que a mão esquerda ignorou sempre o bem que fazia a direita, e que esta ainda menos conheceu os botes que à outra atiravam aqueles para quem o reconhecimento é um fardo excessivamente pesado. Cartas anônimas, insultos, traições, difamações sistemáticas, nada foi poupado a esse intrépido lutador, a essa alma grande e varonil que penetrou integralmente na imortalidade. O despojo mortal de Allan Kardec repousa no Père Lachaise, em Paris, sob modesta lápide erigida pela piedade dos seus discípulos; é aí que se reúnem todos os anos, desde 1869 os adeptos que têm guardado fidelidade à memória do Mestre e conservam preciosamente no coração o culto da saudade. Kardec, meus amigos, nos deixou um tesouro muito precioso: A paz em nossa vida. Trouxe-nos o balsamo de nossas dores sofridas dia a dia diante de cada injustiça praticada contra nos ou diante da incapacidade de AMAR verdadeiramente nosso semelhante. Kardec nos trouxe a certeza de que nunca estamos sozinhos. E que tudo, decorre por um motivo, por uma razão. Ele nos deixou as obras básicas da codificação que nos explica que o Espiritismo é o conjunto de princípios e leis, revelados pelos Espíritos Superiores, contidos em : O Livro dos Espíritos, O Livro dos Médiuns, O Evangelho Segundo o Espiritismo, O Céu e o Inferno e A Gênese. Que Deus nos ilumine hoje e sempre. "Nascer, morrer, renascer, ainda, e progredir sempre, tal é a lei." Obrigada (t) Oração Final: Deus, nosso Pai, que sois todo Poder e Bondade, dai a força àqueles que passam pela provação, dai a luz àquele que procura a verdade, ponde no coração do homem a compaixão e a caridade. Deus ! Dai ao viajor a estrela guia, ao aflito a consolação, ao doente o repouso. Pai ! Dai ao culpado o arrependimento, ao Espírito a Verdade, à criança o guia, ao órfão o pai. Senhor ! Que vossa bondade se estenda sobre tudo que criastes. Piedade, Senhor, para aqueles que vos não conhecem, esperança para aqueles que sofrem. Que a vossa bondade permita aos Espíritos consoladores derramarem por toda parte a Paz, a Esperança e a Fé. Deus ! Um raio, uma faísca do vosso amor pode abrasar a terra; deixai-nos beber nas fontes dessa bondade fecunda e infinita, e todas as lágrimas secarão, todas as dores se acalmarão. Um só coração, um só pensamento subirá até vós, como um grito de reconhecimento e de amor. Como Moisés sobre a montanha, nós vos esperamos com os braços abertos, oh! Bondade, oh! Beleza, oh! Perfeição, e queremos de alguma sorte merecer a vossa misericórdia. Deus ! dai-nos a força de ajudar o progresso a fim de subirmos até vós; dai-nos a caridade pura, dai-nos a fé e a razão; dai-nos a simplicidade que fará das nossas almas o espelho onde se refletirá a Vossa Imagem. (Prece de Cáritas) Que assim seja !