Estudo Espírita Promovido pelo IRC-Espiritismo http://www.irc-espiritismo.org.br Centro Espírita Léon Denis http://www.celd.org.br Tema: Crueldade. LE 752 a 756 Expositor: Miriam Ramalho Rio de Janeiro - RJ 30/03/2002 Dirigente do Estudo da Noite: Naema Oração Inicial: Queridos companheiros.. Vamos agradecer esta oportunidade.. De estudos, de partilha de valores.. De mais união com o criador.. Com toda Sua obra.. Que todos recebam força.. Para atuar no seu contexto.. Que é perfeito.. Que todos enxerguem a perfeição.. Por detrás das dificuldades.. Recebam o auxílio dos espíritos amigos.. Para poderem também auxiliarem .. Em toda parte.. Assim ser felizes em toda parte também. Assim seja! Mensagem Introdutória: ABENÇOA Deixa que a bênção de Deus te alumie o coração para que saibas abençoar. Ninguém prescinde do amor para viver. Observa os que marcham, desdenhosos, ignorando-te a presença, habituados à convicção de que o ouro pode comprar a felicidade. Abençoa-os e passa... Ouves, triste, os que injuriam e amaldiçoam. Abençoa-os e passa. São eles tão infelizes que ainda não podem assinalar as próprias fraquezas. Fitas, admirado, os que fazem tábua rasa dos mais altos deveres para desfrutarem prazeres loucos, enquanto a vitalidade lhes robustece o corpo jovem. Abençoa-os e passa. Amanhã, surgirão acordados, em mais elevado nível de entendimento. Se alguém te fere, abençoa. E se esse mesmo alguém volta a ferir-te, abençoa outra vez. [Não te prevaleças da crueldade para mostrar a justiça, porque a justiça integral é de Deus e todos viverão para conhecê-la. Se teu filho é rebelde e insensato, abençoa teu filho, porque teu filho viverá. Se teus pais são irresponsáveis e desumanos, abençoa teus pais, porque teus pais viverão. Se o companheiro parece ingrato e desleal, abençoa teu companheiro, porque continuará ele vinculado à existência. Se há quem te calunia ou persegue, abençoa os que perseguem e caluniam, porque todos eles viverão. Humilhado, batido, esquecido ou insultado, abençoa sempre. Basta a vida para retificar os erros da consciência. Inquerido, certa vez, pelo Apóstolo quanto ao comportamento que lhe cabia perante a ofensa, afirmou Jesus: - "Perdoarás não sete vezes mas setenta vezes sete." Com isso o Divino Mestre desejava dizer que ninguém precisa vingar-se, porque o autor de qualquer crueldade tê-la-á como fogo nas próprias mãos. Emmanuel Do Livro: Religião dos Espíritos Psicografia: Francisco Cândido Xavier Editora: FEB Exposição: Boa noite a todos! Que Jesus nos Abençoe e que o amor único de Deus inspire as nossas almas para o bem. Vamos falar, hoje, sobre a crueldade. Que é um tema que está inserido no Livro dos Espíritos, na parte III, cap 6, na Lei de Destruição. Um tema bastante atual, e nos mostrando que Kardec continua atualizado. Um Sapo passeava, quando encontrou um bicho fino, comprido, brilhante, estirado ao chão e perguntou-lhe o que ali estava fazendo. -Ah, eu estou pegando sol. - E quem é você? - Eu sou uma cobrinha, e você. - Sou um sapo! - Vamos brincar??? E eles brincaram a manhã toda. - Vou te ensinar a pular. E eles pularam, pularam. - Vou te ensinar a se arrastar e se enroscar na árvore. E assim eles fizeram. Então, ficaram com fome e foram para casa. E a cobra começou a pular. - Quem foi que te ensinou a fazer essas coisas? - disse a mamãe cobra. - Foi o meu amigo sapo, mamãe! - Nós cobras, não fazemos isso. Não vê que essa família de sapos não presta! Da próxima vez, que ele te chamar para brincar, você o devore. E bom apetite! O sapo chegou em casa rastejando. - Quem foi que te ensinou a fazer isso??? - Fio a minha amiga cobra, mamãe! - Essa família tem veneno. Não quero que brinque mais com ela! No dia seguinte, os dois se encontraram... - Acho que hoje não vou poder rastejar contigo... - Acho que não vou poder pular contigo... A cobra lembrou-se dos conselhos da mãe. Mas lembrou-se também da alegria da véspera. Do quanto haviam se divertido. E deslizou pelo mato. No dia seguinte, voltaram ao local. Mas nunca mais brincaram juntos. esta é uma fábula do folclore africano. E o que tem a ver com a crueldade?? Que vem a ser a crueldade? Segundo o dicionário, crueldade é algo sanguinolento, cruento, é a qualidade daquele que é severo, rígido. Quando nós falamos essa palavra, crueldade, imaginamos logo crimes bárbaros, hediondos, com requintes de crueldade. Mas isso nós já conhecemos muito bem. Os meios de comunicação constantemente nos colocam a par destes fatos. Basta ligarmos a televisão, o rádio, lermos os jornais, revistas ou mesmo navegarmos pela internet. Na verdade, a fábula nos fala sobre o preconceito e não será isso um tipo de crueldade?? Nós vamos encontrar, nos mais variados segmentos da sociedade, vários tipos de preconceitos: preconceito em relação ao negro, ao homossexual, ao pobre, ao idoso, preconceito em relação a determinadas profissões e conseqüentemente em relação a determinados profissionais, em relação ao doente mental... em relação aos que batem à nossa porta, seja para vender, pedir ou falar das suas crenças. E nós dizemos não ser preconceituosos. Dizemos não ser racistas, mas quando um de nossos filhos se apaixona por um negro ou negra, torcemos para que tudo dê errado. Dizemos não ter preconceito em relação ao homossexual. Mas quando descobrimos que nosso filho, ou nossa filha o são, o mundo desaba sobre nossas cabeças. Dizemos não ter preconceito em relação ao pobre. Mas será que o tratamos da mesma maneira que ao rico? Dizemos não ter preconceito em relação ao idoso. Mas será que lhe damos a atenção que ele merece e necessita? Ou o esquecemos no fundo do quarto, negando-lhe assistência, afeto? Dizemos não ter preconceito em relação a determinadas profissões. Mas quantas vezes tentamos impedir e até mesmo impedimos nossos filhos de abraçar determinadas profissões, por considerá-las pouco lucrativas ou indignas, podando, assim, a vocação deles? Já pensaram? Passar-se trinta e cinco anos, ou mais, fazendo aquilo que não se gosta de fazer... Preconceito em relação às pessoas que batem à nossa porta: normalmente não temos paciência, respeito e consideração com elas. Isso tudo que aí está exposto, não é um tipo de crueldade? Quando ofendemos, quando discriminamos, quando somos insensíveis ao sofrimento e a dor do outro, não estamos sendo cruéis? O que fazer? Há algo a fazer? Com certeza! Precisamos melhorar o nosso sentimento. Aliás, esta é a proposta de Jesus. Ele veio nos trazer a Lei de Amor. E como melhorar o sentimento? Desenvolvendo os sentimento de perdão, de solidariedade, de compreensão, de boa vontade. É a chamada "couraça da caridade", conforme dizia Paulo. E a Doutrina Espírita, nos propicia a oportunidade de trabalharmos os nossos sentimentos. É por isso que aqui estamos, na casa espírita. Ouvindo palestras, fazendo cursos, participando de encontros e podemos também termos uma participação mais ativa no trabalho de evangelização junto a esses espíritos que se encontram em corpos infantis, em relação ao adulto. Há muito que fazer! Há o trabalho nos presídios. Na verdade, é um processo contínuo de reeducação das nossas almas, e porque não dizer, da dos outros também. A importância do perdão. Amélia Rodrigues, no livro: "Pelos Caminhos de Jesus", nos fala sobre o poema do perdão, nos dizendo que também à época do Cristo havia os problemas sócio-econômicos pelos quais nós passamos hoje. Por isso Jesus concitou a todos a perdoar, não apenas sete vezes, mas setenta vezes sete vezes. E quando Pedro, o discípulo questionador, fala-lhe sobre a dificuldade de se compreender e perdoar aqueles que nos aviltam, que nos ofendem, que nos caluniam, que tiram a vida de nossos entes queridos e muitas vezes a nossa própria vida, diz-lhe Jesus: "Pedro, ninguém mata a vida! Eles também viverão." É como diz Emmanuel, na mensagem de abertura: "ninguém precisa vingar-se, porque o autor de qualquer crueldade tê-la-á como fogo nas próprias mãos." Então, companheiros, a palavra de ordem é esta: Reeducação. Através da melhoria de nosso sentimento, sentimento este que nós precisamos trabalhar. Isto, para não sermos cruéis, para termos um mundo melhor, para construirmos um mundo onde não exista a palavra crueldade. (t) Obrigada Miriam, pelas belas palavras passamos agora a parte aberta do estudo Perguntas/Respostas: 01 . Ola Miriam. Gostaria de um comentário seu sobre, como podemos viver em completa paz, sabendo que ao nosso lado, seja no trabalho ou em casa, há duelos e competições que geram verdadeiras crueldades num espírito mais "elevado" ? A paz é conquistada portas adentro do coração e o grande problema da humanidade, é que queremos modificar as criaturas ao invés de nos modificarmos. Precisamos realizar todo um trabalho de renovação do nosso íntimo, ou seja, melhorar o sentimento. Isso é exercício. Não receberemos um sentimento melhor, embrulhadinho, em um papel de presente, na porta de casa. Isso é conquista! E essa conquista é nossa, pessoal, intransferível, dolorida! (t) 02 Miriam, para nós espíritas, a busca da renovação íntima é auxiliada pela participação freqüente nas atividades da casa espírita. Mas como alguém que possui uma família toda pertencente a outra religião e muito intolerantes, buscar e participar ativamente das atividades da casa? Existem outros caminhos possíveis? "Há sempre lugar e oportunidade para o elevado exercício do amor". E que melhor lugar haverá para isso do que o próprio lar. Tudo tem seu momento. Você lembra da história de Joana de Cusa? O que Jesus disse para ela? "Joana, neste momento você precisa estar no seu lar, depois.." (t) Oração Final: Nesse momento vamos abrandando nossos corações Elevando nossos pensamentos até Deus, nosso amado Pai Agradecendo por mais uma noite abençoada em que pudemos absorver mais informações preciosas para nosso desenvolvimento moral e espiritual Que possamos então sair daqui hoje mais fortalecidos e dispostas a empregar O que dia a dia se torna sempre tão difícil : Nossa Reforma Íntima. Que possamos , dentro do amor maior ter a capacidade de perdoar De compreender De treinar a paciência com nossos semelhantes e acima de tudo Com nos mesmos. Obrigada aos amigos que nesta noite nos proporcionaram O conhecimento Obrigada a Deus , por aqui estarmos mais uma vez . Que assim seja (t)